terça-feira, janeiro 31, 2006

Afinal acontece aos melhores

"É o maior pesadelo de qualquer escritor sentar-se um dia em frente à folha em branco (ou ao ecrã vazio do processador de texto) e sentir que as palavras já não surgem em catadupa, como em tempos surgiam. O "bloqueio do escritor" pode ter muitas causas - cansaço, insegurança, esgotamento criativo -, mas assume quase sempre um carácter de catástrofe pessoal, sobretudo quando o autor em causa está obrigado, contratualmente, a publicar um romance todos os anos. Ou então quando se é uma referência da literatura mundial, com milhões de leitores fiéis. Uma referência como, por exemplo, Gabriel García Márquez."

(in Diário de Notícias)

2 comentários:

M. disse...

Sem comparação possível, entenda-se, mas... escrevo há anos e é claro que há fases de maior fluidez de escrita, outras em que as palavras encalham na pura falta de frases.

Mas essencialmente sempre senti que escrever é um trabalho. Pode ser um trabalho prazeroso para alguns, mas implica muito suor e muitas lágrimas de desespero. Nunca senti o terror do abismo da folha em branco, mas já senti a angústia de se me esgotarem as personagens e os enredos. E é aí que é preciso sentar em frente ao computador das 9 às 5 para trabalhar.

As musas (ou musos, no meu caso ;) ) são lindos mas não escrevem livros. :)

Nuno Guronsan disse...

Essa coisa da musa sempre me meteu alguma confusão, mas enfim, os nossos antigos tinham pancadas ainda piores que essa... De qualquer maneira, e como não sou um escritor "à séria", muita vezes sinto a vertigem de não ter mais nada para dizer ou escrever. Normalmente é sinal que preciso de fazer o "reset" do processador cerebral...