Mostrar mensagens com a etiqueta Philip Larkin. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Philip Larkin. Mostrar todas as mensagens

domingo, maio 27, 2007

A Writer

"'Interesting, but futile,' said his diary,
Where day by day his movements were recorded
And nothing but his loves received inquiry;
He knew, of course, no actions were rewarded,
There were no prizes: though the eye could see
Wide beauty in a motion or a pause,
It need expect no lasting salary
Beyond the bowel's momentary applause.

He lived for years and never was surprised:
A member of his foolish, lying race
Explained away their vices: realised
It was a gift that he possessed alone:
To look the world directly in the face;
The face he did not see to be his own."
Philip Larkin

domingo, abril 08, 2007

Home is so Sad

"Home is so sad. It stays as it was left,
Shaped to the comfort of the last to go
As if to win them back. Instead, bereft
Of anyone to please, it withers so,
Having no heart to put aside the theft
And turn again to what it started as,
A joyous shot at how things ought to be,
Long fallen wide. You can see how it was:
Look at the pictures and the cutlery.
The music in the piano stool. That vase."
Philip Larkin

Dia de andamento. Literalmente.
De percorrer o caminho do néctar mais divino, de fio a pavio. De começar pelo resultado final, entre recipientes de todos os tamanhos e feitios. De quanto se pode admirar a película de pó que pode aspirar a algo de quase sagrado. De ouvir os primeiros ecos do passado, de um tempo longínquo, onde a minha presença apenas se pode fazer pela boca dos meus antepassados.
E depois andar. E andar. E andar um pouco mais. Correr todos os campos que me conhecem melhor que ninguém. Sentir sob os meus pés aqueles pedaços de terra que são sangue do meu sangue. Ferreiros, laceiras, pedreiros. Sentir o toque da pele de uma oliveira. Afagar os ramos retorcidos de uma videira. Cheirar as flores de um pessegueiro que não conhecia. E, acima de tudo, caminhar ao lado de duas pessoas que estão interligadas ao meu ser e ouvir as suas estórias, sempre velhas, sempre novas.
Ver o sangue mais novo correr solto, liberto, muito mais que o sangue mais velho. Ponto final, parágrafo.
Subir as ruas no meio da escuridão, hoje como ontem. Sentir mil e um flashbacks imporem a sua lei, mesmo que contra a minha vontade e o meu desejo de viver apenas no presente. Sentir-me impotente para me lembrar de todos aqueles que já fizeram aquele trajecto comigo e agora não têm tempo para tal. Assistir à usual união entre o sagrado e o profano e achar perfeitamente normal. Nem poderia ser de outra forma.
E voltar a casa. Uma casa que me acolhe e que é tudo menos triste.

Dia 2.

quarta-feira, março 28, 2007

No Road

"Since we agreed to let the road between us
Fall to disuse,
And bricked our gates up, planted trees to screen us,
And turned all time's eroding agents loose,
Silence, and space, and strangers - our neglect
Has not had much effect.

Leaves drift unswept, perhaps; grass creeps unmown;
No other change.
So clear it stands, so little overgrown,
Walking that way tonight would not seem strange,
And still would be allowed. A little longer,
And time will be the stronger,

Drafting a world where no such road will run
From you to me;
To watch that world come up like a cold sun,
Rewarding others, is my liberty.
Not to prevent it is my will's fulfilment.
Willing it, my ailment."
Philip Larkin
(in Collected Poems)