Que é que se pode escrever sobre um concerto quando a imagem que vai ficar na memória são os sorrisos, das pessoas que estão a ouvir a música e das pessoas que, no palco, nos dão o prazer de ouvir a sua música? A recordação de uma quente noite de Julho em que fomos visitados pelos reis da conveniência ("só precisamos de duas guitarras") será quase como um postal de uma viagem em que navegámos por outros países, mais tropicais que o nosso, onde o ritmo abrandou até chegar ao estritamente necessário, onde o som de duas guitarras, um baixo e um violino são mais que suficientes para encher o nosso silêncio. Ouviram-se muitos obrigados vindos do palco e elogios a uma audiência de quem gostaram. E nós também gostámos muito de vocês, meus caros amigos noruegueses. Da descrição quase envergonhada do Eirik até ao timing comediante do Erlend e do seu
mouth-trumpet. Nem uma guitarra que não aguentou a pedalada serviu de travão a um concerto simpático, bonito e verdadeiramente genuíno. Se ao menos o Verão fosse todo assim... Ficamos a aguardar nova visita, meus caros reis de confidências sussurradas.