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terça-feira, julho 29, 2014

All The Pretty Horses


"That night he dreamt of horses in a field on a high plain
where the spring rains had brought up the grass and the
wildflowers out of the groud and the flowers ran all blue and
yellow far as the eye could see and in the dream he was among
the horses and the coursed the young mares and fillies over the
plain where their rich bay and their rich chestnut colors shone
in the sun and the young colts ran with their dams and trampled
down the flowers in a haze of pollen that hung in the sun like
powdered gold and they ran he and the horses out along the
high mesas where the ground resounded under their running
hooves and they flowed and changed and ran and their manes
and tails blew off of them like spume and there was nothing
else at all in that high world and they moved all of them in
a resonance that was like a music among them and they were
none of them afraid horse nor colt nor mare and they ran in
that resonance which is the world itself and which cannot be
spoken but only praised."

Cormac McCarthy

 

sexta-feira, outubro 30, 2009

The Road

"Once there were brook trout in the streams in the mountains. You could see them standing in the amber current where the white edges of their fins wimpled softly in the flow. They smelled of moss in your hand. Polished and muscular and torsional. On their backs were vermiculate patterns that were maps of the world in its becoming. Maps and mazes. Of a thing which could not be put back. Not be made right again. In the deep glens where they lived all things were older than man and they hummed of mystery."

Cormac McCarthy

(Brutal. Genial.)


quinta-feira, outubro 29, 2009

Promessa

"Andamos todos meios perdidos, disse ela de forma contemplativa e quase resignada, como se lutar contra a vida fosse semelhante a lutar contra o mar em tempos de bandeira vermelha. Como se apenas fosse possível tentarem manterem-se à tona."

(palavras de RF)

E se ela fosse a única que tentava de alguma forma nadar contra as vagas negras que a envolviam? O oceano conseguia ser um lugar muito solitário, mas naquele momento qualquer ponto do planeta seria solitário. Ela era a única que ainda nadava naquelas águas, que ainda caminhava por caminhos outrora povoados, que ainda palmilhava estrada citadinas há muito abandonadas. O silêncio daquele mundo apenas era quebrado pelo vento e pela chuva e trovoada que antecipava a vinda da noite. E a noite, com a sua escuridão negra e impiedosa, trazia-lhe uma espécie de reconforto retorcido. Ela preferia a ausência de luz àqueles dias mortos que a acompanhavam para todo o lado. Aquela luz cinzenta, mortífera, para sempre filtrada pelas nuvens que cobriam todo o planeta. Até o mar tinha perdido os seus azuis, os seus verdes, apenas ondas negras, umas atrás das outras. Não sabia porque razão ainda não tinha acabado com a sua vida, como tantos outros antes dela. Existia ainda algo dentro dela que lhe pedia, lhe suplicava para continuar a respirar, para continuar a enfrentar a morte de frente. Não sabia por quanto mais tempo esse sentimento perduraria. Sentia-se a afundar lentamente, para dentro de um mundo que não descansaria até sugar toda e qualquer réstia de esperança humana à sua face. Manter-se à tona? Sim, continuaria a fazê-lo, sozinha e sem mais ninguém nem nada pelo qual fazê-lo.

Espécie de homenagem fraquinha ao mestre.

terça-feira, outubro 27, 2009

Palavras (em construção)


Ainda não o acabei de ler, mas há três coisas que já posso dizer. Cormac McCarthy escreve palavras que nos aceleram o ritmo cardíaco e nos deixam sem fôlego. Se me dessem a escolher ser eu a escrever qualquer livro, teria muito provavelmente sido este. E, finalmente, tenho a imediata certeza que este vai ser um livro que vou ler muitas e muitas vezes. Agora vou acabar de o ler, algo me diz que ainda vou ter algo mais a dizer sobre The Road.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Desconcertante

Como, aliás, já o livro o era. Na verdade, se quisermos falar no casamento perfeito entre universos cinematográficos e literários, então um filme dos irmãos Cohen sobre um livro originalmente escrito por Cormac McCarthy deve andar lá perto. Um casamento negro, real, com a violência dos dias que vivemos sob um holofote intenso. E depois de visto, fica uma sensação de desconforto, que perdura bem depois de sairmos do cinema. Ainda não sei se gostei ou não do que vi. Ainda estou a pensar. E por isso não adianta muito falar ou escreve sobre No Country For Old Men. É preciso vê-lo. E vai haver quem o ame e quem o deteste. Visceralmente. Se calhar era mesmo isso o que os Cohen queriam. Nos dois sentidos. Apenas digo que o Tommy Lee Jones e o Javier Bardem são dois grandes, enormes actores. E às vezes bastam pormenores pequeninos para perceber isso, sejam as rugas do rosto de Ed Tom, ou o olhar frio, vazio de Anton. E se o país não é para velhos, definitivamente também não é para heróis ou homens sem réstia de pecados. É história cinematográfica, por isso há que não a perder. E não, ainda não sei se gostei ou não. Apenas espero que o João Lopes inclua também este filme nas suas Paisagens Americanas. Só os primeiros minutos do filme merecem isso mesmo, já para não falar de todo ele.

(Um filme com intervalo? Ora aí está algo que pensava já extinto...)

(Porque raio é que havia de haver pessoas a pensar que atender o telemóvel quando o filme já começou é uma boa ideia? E logo aos pares...)

(Tendo em conta o ritmo, qualquer dia este espaço cinzento ainda é rebaptizado de cinema cinzento.)