domingo, julho 31, 2016

Boa noite

"Gute Nacht, o Wesen,
Das die Welt erlesen,
Mir gefällst du nicht.
Gute Nacht, ihr Sünden,
Bleibet weit dahinten,
Kommt nicht mehr ans Licht!
Gute Nacht, du Stolz und Pracht!
Dir sei ganz, du Lasterleben,
Gute Nacht gegeben."



quarta-feira, junho 08, 2016

Um buraco no coração


















(... há sonhos que nos invadem e nos deixam sem vontade de dormir.)



segunda-feira, maio 23, 2016

Be thankful for what you've got

Meus queridos Gaspar e Teresa, que bom é ter a vossa amizade, aqui, além, à roda de uma mesa, a comer, a beber, a conversar, a rir até à exaustão, a gritar até expulsarmos todos os demónios humanos desta vida, que bom é terem entrado na minha vida, sois muito bem vindos sempre!








domingo, abril 24, 2016

Terapia gratuita




Be utterly lovely unto each other.
Thank you, thank you, thaaaaaaank yooooouuu, dear Stephen.

 
 


Primavera da treta

Estava sozinha. Ou melhor, sentia-se sozinha, como há muito não acontecia. Sozinha de família, sozinha de amigos verdadeiros, sozinha de sentimentos. Talvez a palavra certa não seria sozinha, seria vazia. Esgotada. Seca. Os últimos meses não tinham sido fáceis e tudo o que poderia correr mal, correu muito pior do que seria normal. Nem no amor, nem no trabalho, nem no seu espírito, nada conseguia encontrar que a devolvesse à vida. Sentia-se uma zombie, vagueando ao deus dará entre os vários compartimentos em que a sua vida se tinha tornado. Não conseguia precisar exactamente em que momento tudo se tinha estilhaçado à sua volta. Teria sido a última discussão na última consoada familiar, em que conseguiu explodir para cima de todos os presentes? Teria sido a constante pressão que os seus chefes colocavam nos seus ombros, todos os dias, a toda a hora e que quase a fazia pensar num internamento longe dali? Seriam os amigos que estavam distantes e tinham desaparecido um após outro, longe de compreenderem tudo aquilo porque passava e para os quais a sua paciência também já tinha atingido o seu limite? Ou teria o momento sido aquele em que tinha terminado um relacionamento amoroso de cinco anos, tudo porque afinal ele se tinha revelado um filho da puta de um traidor que saltava de queca em queca com outras mulheres? Lá está, os dramas eram tantos que não conseguia realmente perceber qual tinha sido o ponto de não retorno. E por isso agora ali estava, sozinha, vazia, seca. Precisava de algo, mas não conseguia perceber o quê. Nada lhe devolvia a alegria de outros tempos. Nem os seus preciosos livros, nem as músicas sem as quais não conseguia viver, nem os seus restaurantes preferidos a faziam "mexer". Até o sol estava contra ela e já não aparecia há semanas, nada lhe devolvia a luz à vida. O que podia ela fazer? O que devia ela fazer? Se calhar a resposta era nada. Nada fazer. Deixar que a vida seguisse o seu curso normal e voltar à normalidade por ela própria. Talvez demorasse um pouco mais, talvez demorasse um pouco menos, mas não podia ficar naquele limbo por muito mais tempo ou apenas se estaria a transformar numa pessoa fria, com o coração congelado para sempre. Não queria admitir isso nem por um segundo, mas era realmente como se sentia. Vira a página, dizia para ela própria, vira a página, termina o capítulo e pensa que o próximo dia, a próxima semana, o próximo mês vão ser melhores e que o sol vai começar a brilhar como deve de ser e que os dias longos vão ser sinónimo de longas alegrias e pequenas, pequeníssimas preocupações. Para isso já bastavam os cabelos brancos que lhe nasciam demasiado depressa...

quarta-feira, abril 06, 2016

O rosto

    "O rosto é mais turvo do que os céus e pode ser muito
mais complexo do que saber exactamente de quem é um
rebanho e se cresceu ou diminuiu. O rosto começa onde se
vê e vai até onde já não há luz nem som. Por isso, por mais
que observemos, ainda muita coisa nos há-de escapar e o
importante é que estejamos tão atentos quanto possível para
nos conhecermos uns aos outros."

Valter Hugo Mãe


 

quinta-feira, março 31, 2016

let it burn

                                               "O poeta é aquele que vê; o poe-
ma é o ato de apropriação. Podemos interrogar-nos: teria o poema
sido escrito sem o avistamento? Teria outro poema sido escrito em
seu lugar, exatamente àquela hora? Será provável que a visão do
poeta exista embrionária dentro da imaginação e seja despertada
por um avistamento real, que desencadeia uma relação emocional
a partir da qual o poema é construído? Se considerarmos nesses ca-
sos o que o poeta fez a partir do objeto avistado que está, mas não
está, contido no sujeito, poderemos comparar a imaginação a uma
substância inflamável à qual se chega um fósforo aceso."

Joyce Carol Oates


 

Porque é sempre bom recordar



Quase dá vontade de ver tudo outras vez, mas há que esperar e ser paciente. Primeiro, é dar a conhecer esta obra-prima a um amigo que tem tanto de grande como de recente. Acredito que ele vá gostar mesmo muito, mas é esperar para ver...

A imagem é, como de costume e cada vez que aparece vinda destes lados, dirigida a todos aqueles que insistem em complicar esta única, extraordinária, breve, irrepetível, finita vida que todos nós temos...

 

quarta-feira, março 23, 2016

Desabafo fora de tempo e espaço

... às vezes sinto-me completamente rodeado de Baldricks, ao ponto de quase me transformar num...



segunda-feira, março 21, 2016

Preocupante



"If we're right, people lose homes. People lose jobs. People lose retirement savings, people lose pensions. You know what I hate about fucking banking? It reduces people to numbers. Here's a number - every 1% unemployment goes up, 40,000 people die, did you know that?"


quarta-feira, março 02, 2016

A condição humana

                                               "(...) tudo aquilo por que os homens
aceitam deixar-se matar, para além do interesse, tende mais ou menos
confusamente a justificar essa condição, fundamentando-a na dignidade:
cristianismo para o escravo, nação para o cidadão, comunismo para o ope-
rário. (...) Por outro lado, os homens são talvez indiferentes ao poder...
O que os fascina nessa ideia, vê você, não é o poder em si, é a ilusão do
bel-prazer. O poder do rei é governar, não é? Mas o homem não quer
governar: tem vontade de forçar, como você disse. De ser mais do que
homem, num mundo de homens. Escapar à condição humana, era o que
eu dizia. Não apenas poderoso: todo-poderoso. A quimérica doença, de
que a vontade de poder é a justificação intelectual, é a vontade de divin-
dade: todo o homem sonha ser deus."

André Malraux


 

sexta-feira, fevereiro 26, 2016

Silêncio

Segundo consta, parece que tenho reputação de ser bom ouvinte. E as evidências dos últimos dias parece que comprovam isso mesmo. Ouço este, ouço aquele, ouço todos e faço o meu próprio juízo na minha consciência. E falo apenas quando acho que é estritamente necessário. Estou plenamente convencido que por vezes se fala demasiado, daquilo que sabemos e daquilo que não sabemos, e depois acabamos por dizer algo que poderá não agradar a gregos e troianos, ou mesmo ser algo que nada tem a ver com o assunto em questão. Por isso, ouvi muito e falei pouco. E daquilo tudo que ouvi, a questão numérica é sempre aquela que fica. Podemos ser um bom número ou podemos ser um mau número, mas seremos sempre um número, facilmente elogiável ou facilmente descartável à primeira oportunidade que surja. E, como nas costas dos outros vejo as minhas, e como o mundo dá muitas voltas, tive mais um lembrete de como o ser humano consegue ser, de longe, a pior coisa que surgiu neste planeta azul... Fica a aprendizagem e a lembrança que amanhã é um novo dia, de preferência com menos decisões dificéis e menores apertos de estômago...


quarta-feira, fevereiro 10, 2016

Caim

"A eva e adão ainda restava a possibilidade de
gerarem um filho para compensar a perda do assassi-
nado, mas bem triste há-de ser a gente sem outra
finalidade na vida que a de fazer filhos sem saber
porquê nem para quê. Para continuar a espécie,
dizem aqueles que crêem num objectivo final, numa
razão última, embora não tenham nenhuma ideia
sobre quais sejam e que nunca se perguntaram em
nome de quê terá a espécie de continuar como se
fosse ela a única e derradeira esperança do universo.
Ao matar abel por não poder matar o senhor, caim
deu já a sua resposta. Não se augure nada bom da
vida futura deste homem."

José Saramago 


domingo, fevereiro 07, 2016

Lágrimas que vão secando

Fez ontem um ano.
Um ano sem te poder abraçar, beijar ou, simplesmente, segurar a tua mão na minha.
O coração continua a sentir a tua falta.
Vou esboçando um tímido sorriso ao lembrar-me do teu sorriso, lindo e eterno.


"só morre quem nunca viveu no coração de alguém."


Coragem



"They work in a way that let us to know they are watching us.Their tactics are obvious.First, they write you up a police record. Suddenly, you are accused of being an agent for Mossad, The CIA, or MI5. Then they tack on something about your morals, your lifestyle. They make your life into a prison.Although you are released from prison, but the outside world is only a bigger prison.They make your nearest friends into your worst enemies.After that you think all you can do is either leave the country or pray to return to that hole. So there is only one thing to do: not care."


sábado, janeiro 30, 2016

Comida e palavras



E ainda há quem não acredite no poder que a escrita pode ter. Como as palavras podem mudar vidas ou inspirar-nos a mudar de vida para um sítio onde haja um indíce de Felicidade Nacional Bruta. E às vezes basta apenas umas beringelas bem cozinhadas e umas palavras que nos insuflem o espírito...
 




 
"Somewhere I read that the wrong train can lead you to the right station... "
 
 

sexta-feira, janeiro 29, 2016

Jesus Cristo Bebia Cerveja

                        "Este problema resume-se assim: como é
que um homem não perde a sua identidade se perder um
braço? Continua a ser ele. Se deixar de ser do seu clube de
futebol e se deixar de ter por cor preferida o amarelo, con-
tinua a ser ele. Se alguém o caracterizar como uma pessoa
inteligente e ele deixar de o ser, continua a ser ele. Se ficar
paraplégico, continua a ser ele. Desmemoriado, também.
Quando uma pessoa é criança, é ele; quando é velho, tam-
bém é ele. Mesmo que entre essa criança e esse velho haja
mais distância e menos semelhanças do que entre outras
duas crianças ou entre dois velhos."

Afonso Cruz


domingo, janeiro 24, 2016

Da sobrevivência.



"As long as you can still grab a breath, you fight. You breathe. Keep breathing. When there is a storm. And you stand in front of a tree. If you look at its branches, you swear it will fall. But if you watch the trunk, you will see its stability." 

 

E o ano ainda agora começou...

Afinal parece que desta vez não se passaram anos e mais anos.
Voltei a entrar hoje nesta casa.
Vou tomar isto como um bom prenúncio.
Tudo vai correr bem.
Desde que haja amanhecer.





sábado, janeiro 23, 2016

"Não me troquem as velas no bolo, se faz favor."

Anteontem o meu patriarca fez sessenta e sete Primaveras. Sessenta e sete. Aniversário de uma das pessoas que me fez chegar a este mundo. Aniversário da pessoa que aturou a primeira e única das minhas birras infantis (porque não deixou que houvesse mais alguma). Aniversário da pessoa que, mesmo depois de um longo dia de trabalho, ainda me ia buscar à casa da minha "segunda" mãe e regressava a casa comigo às cavalitas. Aniversário da pessoa que me ofereceu o meu primeiro livro, na forma de um saudoso Tio Patinhas (e que bonita estória é quando, tantos anos depois, ele próprio se vira para as minhas estantes e vai lendo os vários livros que preencheram a minha vida até hoje). Aniversário da pessoa que me ensinou a dar as primeiras braçadas no mar, muitas vezes contra a minha própria vontade (nada tinha na cabeça infantil). Aniversário da pessoa que (quase) sempre apoiou todas as minhas decisões, fossem elas na escola, no trabalho, em tudo o que me deixasse mais próximo daquilo que queria nos vários momentos da minha vida. Aniversário da pessoa que me ensinou o que significava honestidade, sentido de responsabilidade e profissionalismo, não por palavras, mas sempre por acções a que eu assistia e que tanto me orgulhavam deste ser humano a quem chamo Pai. Aniversário da pessoa com quem já tive tantas discussões por coisas que realmente não valiam nem a mínima variação do volume das nossas vozes (dizem aqueles que nos conhecem, que é por sermos tão parecidos em tantas coisas, não me perguntem se isto é verdade ou não). Aniversário da pessoa sem a qual não seria certamente tudo aquilo que sou hoje. E só por isto, é tão bom presenteá-lo, com prendas sim, mas também com o meu abraço, com os meus brindes, com as pequenas piadas que partilhamos e que se tornaram nossas e de mais ninguém. Que assim seja para sempre.

Parabéns, meu pai.



sábado, janeiro 16, 2016

MMP

Hoje, na rádio, alguém dizia que a música portuguesa era reconhecida, a nível internacional, como da mais original que era feita actualmente.
Subscrevo completamente.
Bem hajam.


No Ar

 

sexta-feira, janeiro 15, 2016

Campanha

Descer a rua, sem pressas, sem chuva. Constatar que nos últimos quinze dias não houve lojas a fecharem, o que é um bom sinal. Cumprimentar um nativo aqui, cumprimentar um nativo acolá. Constatar que, mesmo depois de uma semana e meia de chuva, nuvens escuras e frio, a boa disposição desta gente continua a não ter igual. Virar a esquina e sentar-me no local do costume. Abrir a leitura, beber um líquido que aqueça as entranhas, ouvir a excelente banda sonora do costume, com os sorrisos femininos que aquecem um coração solitário. Ouvir, sem querer, conversas alheias que se podiam passar em qualquer ponto deste país. Ver o Sol a cair por trás da Serra da Penha, como tantas outras vezes antes do dia de hoje. Voltar à rua e descê-la mais um pouco. Beber um café além, apenas para meter cinco minutos de conversa com aquele senhor simpático que, ainda por cima, tem um gosto musical impecável. O sítio está diferente, com muita pena minha, mais parecido com um normal café, muito menos parecido com aquele paraíso passado, de doces pecaminosos, tisanas reconfortantes e outras bebidas mais adultas. Enfim, é o preço do presente, extraordinaria e infelizmente formatado e sem espaço para os originais. Um até outro dia, um passou-bem, e de volta ao exterior. Não poder deixar de entrar na livraria e ficar mais uma e outra vez maravilhado com as estantes, com o cheiro dos livros, com toda a profusão de palavras espalhadas por milhões e milhões de páginas. Hoje há inventário, não há tempo para conversas, é pena. Eu também estou meio distraído, nada compro, o que não é necessariamente mau, tendo em conta a mesa de cabeceira lá de casa. Deixo-os a contar livros e mais livros, sei bem o que isso custa. Estou quase no fundo da rua, a desembocar no largo das lojas do chinês, uma ao lado da outra e ao lado de mais uma. Até me admira que ainda não haja resmas de fatos de carnaval à venda, e outras coisas que tais. Ao menos já retiraram as decorações de natal, stock guardado no armazém que isto agora é um tirinho até estarmos em novembro novamente. Os velhotes devem rir-se imenso a ver estas movimentações consumistas, sentados lado a lado nos seus bancos cobertos de um plátano que não tem fim, ainda que com canadianas. Mas há uma movimentação anormal hoje. Mais pessoas do que é costume. Mais câmaras de televisão do que é costume. Há por ali um candidato presidencial. Ou melhor, o candidato presidencial. Parece que já passou por todo o lado da cidade, já cumprimentou meio mundo, já beijou não sei quantos bebés, já abraçou todos os residentes da santa casa da misericórdia, já deixou mais uns soundbytes para todos os telejornais de logo à noite. Vem na minha direcção, parece que quer cumprimentar mais alguém antes de se ir embora e nunca mais cá voltar. Estende a mão. Dou-lhe um soco em cheio na face esquerda, deixando-o por terra perante o olhar atónito de todos os seus apoiantes. Afinal, o dia de folga acabou por correr muito melhor do que eu estava à espera.


segunda-feira, janeiro 11, 2016

Uma estrela que nos deixa





E o verdadeiro Starman lá nos deixou, orfãos da sua genialidade e imaginação musical, e rumou sem destino pelo meio das estrelas, sem medo de as deixar pálidas e sem luz ao verem a sua figura esguia e deslumbrante a aproximar-se... E é "apenas" isto que me vem à cabeça, um pequeno raio de esperança perante o facto de ver partir mais um dos meus heróis musicais. Nada é eterno nesta breve vida, mas há aqueles que mereciam acompanhar-nos a vida inteira, estando sempre lá para o que desse e viesse. Ficam as músicas, os acordes inesquecíveis, as letras tão geniais como obscuras, mas que tinham o condão de "mexer" connosco e atingir-nos directamente no coração. Que tenhas uma longa vida entre as estrelas, meu caro!






sexta-feira, janeiro 08, 2016

Inception Day



Por outras palavras, o futuro foi já ali.
Ou, como diria outro brilhante personagem de ficção, estamos a ficar demasiado velhos para esta m...


quarta-feira, janeiro 06, 2016

Novo ano

E continua-se em frente.
Mais 365 dias que ficam para trás e que se tornaram passado.
Olhemos para o presente, esqueçamos a chuva e frio e procuremos o quentinho das boas amizades que nos aquecem o coração e a alma.
E, já agora, comecemos o ano a ouvir e a ler sobre um dos momentos mais belos da música.