domingo, maio 31, 2009

Na sala de cinema




Bastam 3 minutos e meio para criar imagens que ficam dentro de nós, a trespassarem a nossa alma com a sua beleza e inquietude.

sábado, maio 23, 2009

Luzes




... que me vão guiando pelo caminho certo.
Para bom entendedor, meia palavra basta.
E ainda bem que assim é.

quinta-feira, maio 21, 2009

Lembras-te, Mãe?

"Quem quer casar com a carochinha
Que é bonita e perfeitinha?"


[...]


"Que tendes, meninos,
Que quebrastes os cantarinhos?
Morreu o João Ratão,
A carochinha está a chorar,
A tripeça a dançar,
A porta a abrir e a fechar,
A trave quebrou-se,
O pinheiro arrancou-se,
Os passarinhos tiraram os olhinhos,
A fonte secou-se,
E nós quebrámos os cantarinhos.
Pois eu que sou rainha
Andarei em fralda pela cozinha."


[...]


"Ó carniceiro, tu és tão forte que matas o boi, que bebe a água, que apaga o lume, que queima o pau, que bate no cão, que morde o gato, que come o rato, que fura a parede, que impede o Sol, que derrete a neve que o meu pé prende!"


[...]


"Eu sou o coelhinho
Que tinha ido à horta
E ia para casa
Fazer o caldinho;
Mas quando lá cheguei
Encontrei a cabra cabrês
Que me salta em cima
E me faz em três."


[...]


"Eu sou a formiga rabiga,
que te tiro as tripas
E furo a barriga."


[...]


"Não vi velha, nem velhinha;
Não vi velha, nem velhão;
Corre, corre, cabacinha
Corre, corre, cabação."


[...]


"Do meu rabo fiz navalha;
Da navalha fiz sardinha;
Da sardinha fiz farinha;
Da farinha fiz menina;
Da menina fiz camisa;
Da camisa fiz viola;
Frum, fum, fim,
Vou para a minha escola."


(ou a prova provada que, para além de ser um
inveterado nostálgico, continuo a não passar
de uma pequena criança que sempre gostou de
pegar num livro e ficar a lê-lo durante horas.)

sábado, maio 16, 2009

Eu, nardo*, me assumo


"Space: the final frontier. These are the voyages of the starship Enterprise. Her ongoing mission: to explore strange new worlds, to seek out new life-forms and new civilizations; to boldly go where no one has gone before."



(*para quem tenha o "Inforscravos", do Douglas Coupland, edição Teorema:)

quarta-feira, maio 13, 2009

Veias

Ontem à noite alguém me dizia que tinha descoberto quase por acaso este Espaço. E, mais estranho ainda, que tinha gostado do que cá tinha lido. Ainda que tenha achado quase todas as palavras bastante melancólicas, quando não mesmo tristes. Compreende-se. Há até quem já tenha falado em teletransporte de personalidade, qual beam me up scotty onde as moléculas tenham trocado de lugar com outro pseudo-escritor, trocando traços, trocando palavras. Os últimos tempos, até há duas semanas atrás, não tinham sido, de facto, fáceis. E o resultado acaba sempre por ser este mesmo, a permeabilidade dos sentimentos a passarem dos dedos para as teclas do computador. Mas depois das palavras de ontem, os neurónios ficaram a mexer, e a remoer, e a pensar em outras estórias que por aqui já passaram à ilharga, e que mesmo eu, ao lê-las, não conseguia evitar um sorriso daqueles solarengos, que o verão está quase aí. E achei que, um bocado inspirado pelas palavras do amigo de ontem e pelo milagre que aí vem cortesia de uma amiga do tamanho do mundo, está na altura de escrever outro conto de fadas. E era nisto que estava a tornar-se mais um regresso habitual a casa. Até que ouvi estas palavras.

"You might need me more than you think you will"

E não consegui evitar pensar em coisas das quais já me tinha esquecido. E também não evitei que os meus olhos ficassem enevoados, encobertos por outras coisas também elas tristes.

Felizmente já não estava longe de casa. Felizmente estou mesmo determinado a escrever sobre coisas mais alegres. Até porque a vida tende a tornar-se mais alegre. Especialmente quando parece que finalmente os extraterrestres chegaram e são uns gajos muita porreiros. MOV(e-te)!


segunda-feira, maio 11, 2009

Ficheiros (pouco) secretos

Ás vezes também me sinto como um extraterrestre, a viajar num ovni que vai pairando por aí, sem rumo ou destino aparente. E sinto que me esqueci de algo no planeta de origem, e que provavelmente até seria um metafórico mapa para me guiar no meu caminho...


(já dormias ou mudavas de canal, não? não bastou o fenómeno da carpa rectal, pelos vistos...)

domingo, maio 10, 2009

Posologia

nome feminino
MEDICINA indicação das doses em que se devem aplicar e tomar os medicamentos; dosologia
(Do gr. pósos, «quanto» +lógos, «tratado» +-ia)

(in Infopédia)


Não se poderá arranjar uma versão portátil para uso contínuo?
Tenho quase a certeza que vou precisar...
Venham as palavras.

quinta-feira, maio 07, 2009

89

Ontem partilhámos provavelmente o momento mais íntimo que alguma vez tivémos. Bem sei que era uma actividade perfeitamente banal, mas quando os meus olhos encontraram os teus continuamente marejados pelas lágrimas que agora te aparecem tão facilmente, por pouco não chorei também. Armei-me em forte e sorri e pedi o teu sorriso, que de tão bonito devias exibi-lo todos os dias. Quando viraste as costas, enxuguei as minhas lágrimas enquanto pensei que momentos como aquele são aqueles que irei guardar no meu coração quando a tua hora de partir der os primeiros sinais. E derramei mais algumas lágrimas quando pensei nisto.

Hoje fazes 89 anos. Desde o minuto em que tomámos o pequeno-almoço, passando pelos remédios que te dei e a nossa conversa a meio da manhã, até aquele minuto em que te passei para a tua mão a minha lembrança de aniversário, que o teu sorriso tem feito mais aparições do que é normal, o que me deixa muito feliz e acaba por encher toda esta casa com a tua presença. O carinho que te dei ontem tenho-o recebido a dobrar hoje e não há sensação que se lhe compare, nem palavras que possam traduzir o que sinto de cada vez que me olhas nos olhos, como o homem que sempre foste.

Parabéns, meu querido António. Parabéns, meu querido Avô.

terça-feira, maio 05, 2009

Senhores


Falta aqui o Nikki Lauda e estaria completo o quinteto de sonho que durante anos me manteve agarrado à televisão, a assistir grande prémio atrás de grande prémio, curva após curva. Os maravilhosos duelos que todos eles disputaram ainda hoje me fazem sonhar, de modo que quando vi esta foto (obrigado pela memória, Gi) não pude esconder alguma nostalgia do tempo anterior à chegada do outro gajo, o cerebral, o não-cavalheiro, o mal-educado dentro do circuito, o ganha-de-qualquer-forma. Valha-me o youtube.




Ajudinha

"nunca [...]

...

deixes o drama em quarto só,
no meio da escuridão irá multiplicar-se, até à sua exaustão,
ganhando

espaço teu.
espaço meu.

a desilusão ocorre por sonhares em demasia,
de vista turva, os olhos não lêem realidades,
o baço turvo apenas sabe ler, os sonhos
os mesmos que carregamos, e com eles navegamos

desejei tanto
montes e vales
o fresco do vento
o abraço quente
e o chá, aquele conforto, nosso .

pegou no cigarro, que não fumava,
envolveu olhar em seu fumo
e voou. "

(Palavras da Bluesy, realçadas por mim)