Gonçalo M. Tavares
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quinta-feira, março 25, 2010
Palavras para Carlos Paredes
"(...) Nas cordas da guitarra improvisam-se criaturas. Monstros modestos avançam direitos em equilíbrio sobre uma corda minúscula. Um dedo: vê o dedo equilibrar-se na corda da guitarra: é um equilibrista de circo: pode cair, não cai. Tudo o que corre perigo e não cai provoca espanto. Vê os dedos, observa cada um dos dedos. Vê como se equilibram. Enquanto não cais, sê criativo. Aproveitar o facto de estar vivo para estar vivo duas vezes: a grande imaginação. (...)"
quinta-feira, março 18, 2010
A folhear...
«Já me tem sucedido fazer as pessoas chorar enquanto eu toco...E eu não compreendia isto. mas depois percebi que é a sonoridade da guitarra, mais do que a música que se toca ou como se toca, que emociona as pessoas.»
Carlos Paredes
Carlos Paredes
sábado, julho 18, 2009
Ondas Sonoras - XXXVII

Norberto Lobo merecia ser mais conhecido. Porquê? Porque a sua música merecia passar por muitos e muitos pares de tímpanos. Eu, obviamente, não sou imparcial. Há algo no som de uma guitarra que sempre me fez sonhar, imaginar mundos, histórias, tudo aquilo que o mundo real não nos proporciona. E provavelmente o grande "culpado" por este amor às cordas da guitarra terá sido o incomparável mestre Carlos Paredes. Na altura, muito novinho, em que comecei a dar de caras com o fado, torci o nariz, virei a cara e não gostei nada daquilo. Pelo menos até ouvir a forma como a guitarra de Carlos Paredes chorava, ria, dançava e flutuava pelo ar. Não me cansava de ouvir os acordes que o mestre arrancava das cordas, de tal forma que durante muitos e muitos anos era a única coisa relacionada com fado que conseguia ouvir. Também houve uma altura em aprendi a tocar uns míseros acordes numa viola, em casa de um amigo. Aprendi umas coisas e senti-me mais próximo de todos os guitarristas que alguma vez tinha ouvido. Mas deixou de haver prática, e como tal tudo esqueci. E acho que esqueci todo esse enamoramento com a guitarra até ouvir a música de Norberto Lobo. E aí, todas aquelas sensações de começar a escrever inspirado em canções que apenas provinham de uma guitarra, voltaram todas ao mesmo tempo, deixando-me deslumbrado com a imaginação deste músico que, repito, merecia ter todo o país aos seus pés. "Mudar de Bina" era muito bom, mas "Pata Lenta" eleva a sua música a um patamar de criatividade como poucos. Das curvas e contra-curvas de "Ayrton Senna", ao sublime "Samantra", chegando a uma bonita e frágil versão de "Unravel" de miss Björk, todo o disco podia ser um sonho. Um daqueles sonhos do qual não queremos despertar, de tão maravilhoso que é...
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