O que é que faz com que uma pessoa seja boa gestora dos seus recursos humanos? Será uma postura mais autoritária, na base do quase inacessível e do "trabalho é trabalho", ou uma postura de maior proximidade com os seus subordinados, mais "terra-a-terra"? Será que precisa de expôr mais o seu lado humano ou, pelo contrário, tem que saber manter a postura objectiva e resoluta, sempre com o alcançar dos objectivos em mente?
Eu diria um pleonasmo, ou seja, para se ser bom gestor tem de se saber "gerir" estes dois pólos descritos acima. Como o subtítulo deste espaço comunica logo à entrada, nem sempre as coisas são brancas ou pretas, é preciso saber discernir bem o quadro que nos é colocado à frente. A observação permanente do nosso local de trabalho e das pessoas que o constituem pode ser meio caminho andado para sabermos aquilo que está bem, aquilo que pode ser melhorado e, sem receios do "politicamente correcto, aquilo que está mal e precisa de ser corrigido. Saber encontrar os aliados certos que podem conduzir o conjunto às suas metas é uma parte muito importante de um bom gestor de recursos humanos, pois se cairmos no erro de alienarmos aqueles que são bons elementos, corrermos o ainda maior risco de termos todo o conjunto contra nós. Realidades diferente exigem comportamentos diferentes e a capacidade de mudar/adaptar começa a ser, de longe, o activo mais precioso que podemos "extrair" dos nossos quadros.
Para grande parte das lideranças de hoje, as pessoas são, quer dependa delas quer não, cada vez mais vistas como números; rácios de produtividade, vendas brutas por empregado, custos de pessoal, encargos com a Segurança Social, etc, etc, tudo roda à volta dos números e tendencialmente a parte humana é esquecida. Para além da quebra de motivação dos RH e consequente mau ambiente de trabalho (e nunca se fizeram tantos inquéritos de ambiente social como hoje em dia), a normal tendência será para uma "retaliação" desses mesmos RH, penalizando a empresa pelos seus descuidos e entrando num ciclo de "maus gestores, maus empregados".
A mim custa-me que o caminho a tomar seja este, pois sou um "animal social" e considero que o local de trabalho deve ser tanto uma actividade profissional como uma actividade social, não muito diferente da nossa casa, ginásio, congregação religiosa ou aquele grupo de amigos que se junta para umas jantaradas. Saber definir bem onde acaba o lado profissional e começa o social é importante, mas se olharmos para o crescente quadro de constrangimentos orçamentais e não só que atravessam o nosso tecido empresarial, se pudermos atenuar os seus efeitos e mantermos os nossos colaboradores motivados e com espírito de equipa, provavelmente a produtividade apenas terá a ganhar, e será um claro sinal de que não temos "chefes" à frente das nossas empresas, mas sim líderes.
3 comentários:
Para se ser bom gestor bom gestor de recursos humanos, tem que se ser psicólogo e depois engenheiro social, é isso?
Um abraço.
Basicamente, acho que, independentemente da posição hierárquica em que estamos, não nos podemos esquecer que lidamos com pessoas, com defeitos e qualidades, tal como nós, e que temos de pesar esses defeitos e qualidades e tratá-la sempre como gostaríamos que nos tratassem a nós. (sem perder de vista os direitos e obrigações que cada um de nós tem para com o todo)
Tens razão.
Bom fim de semana.
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