Ás vezes, é preciso a Natureza intervir para que a humanidade reconheça os seus erros. No caso de Caxemira, foi preciso haver mortes incontáveis, resultantes de um terramoto, para que famílias que não se viam há dezenas de anos pudessem reunir-se. Mas um gesto tão pequeno como este poderia (se vívessemos num mundo mais perfeito) acabar com o conflito latente entre India e Paquistão.
Lembro-me, em 2000 quando estive a viver na Coreia do Sul, de estar em minha casa, com amigos coreanos, a vermos na televisão as imagens da reunião de diversas famílias que ficaram separadas no fim da Guerra da Coreia. Víamos as imagens de familiares que já não se viam há mais de 40 anos, e quase ficámos à beira das lágrimas, mesmo eu, que via no rosto dos meus amigos que a dor pela separação das duas Coreias também estava nos seus olhos. Mas também nessa situação, a realidade se sobrepôs à emoção. Quando nesses dias se falava cada vez mais na reunificação da Coreia do Norte com a Coreia do Sul, os meus amigos eram realistas e afirmavam, com razão, que a haver essa reunificação ela iria durar muitos e muitos anos, devido essencialmente à pobreza e situação de extrema fome que grassa entre o povo norte-coreano.
Portanto, devemo-nos congratular por estes pequenos episódios, mas não esquecer que é o próprio ser humano, com a sua ganância de poder, que, na maior parte dos casos, provoca estas situações limite de uma pessoa não poder ver os seus próprios pais durante décadas...
Como diria Louis Armstrong, "and I think to myself, what a wonderful world..."
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