sábado, novembro 05, 2005

O nosso ódio de estimação

Facto: os Estados Unidos da América são A super-potência mundial. Facto: ontem 10.000 pessoas manifestaram-se na Argentina contra a ideia de George W. Bush criar uma zona de comércio livre do Alasca à Terra do Fogo. Facto: protestos nas Filipinas por uma alegada violação de uma mulher filipina por cinco militares norte-americanos. Facto: em 10 meses que estive na Coreia do Sul, no ano de 2000, apenas por uma vez li nos jornais sobre um caso de assassinato e violação, e que curiosamente foi cometido por dois militares norte-americanos.

E George W. ainda se pergunta o porquê de haver um sentimento tão anti-americano espalhado pelo mundo? Será que já se esqueceu de todas as manifestações que ocorreram aquando da sua entrada no Iraque? Que a maior dessas manifestações ocorreu em Londrea, capital do seu maior aliado?

É, de facto, muito dificíl de compreender...

(Foto directamente do site do Público)

2 comentários:

José Raposo disse...

Lamento mas hoje tenho de fazer o papel de advogado do diabo... longe de mim estar a defender Bush, mas isso não nos pode afastar daquilo que realmente aconteceu na argentina. Bush terá muitos defeitos mas não é razoável que alguns ilustres pensadores europeus (normalmente de esquerda) continuem a defender os ditadores de esquerda que ciclicamente aparecem na américa latina à sombra do Fidel. Chavez foi à cimeria com o objectivo de destruir e inflamar ao máximo o mbiente chegando mesmo a encabeçar/incitar manifestações ao lado do antigo drogado criminoso Maradona que parece ter recuperado uma certa mistica porque se foi desentoxicar em cuba.... É como se de repente houvesse uma cimeira em lisboa e o Chirac que agora quer tanto refundar o projecto europeu fosse ali para o estádio do restelo dizer que temos de lutar contra a europa dos previlégios na rua.

Nuno Guronsan disse...

Concordo, mas...
Mesmo que Chavez e a sua corja tenham estado envolvidos na organização das manifestações, e mesmo sabendo das características mais radicais de esquerda da maior parte dos chefes de estado sul-americanos, o que eu quis ilustrar foi mais um exemplo da arrogância e sobranceria com que Bush trata o resto do mundo, ao afirmar que quer os países já pertencentes ao MERCOSUL queiram ou não, esta nova zona de comércio livre (que pretende beneficiar ainda mais as grandes empresas norte-americanas; como se precisassem...) vai mesmo avançar. Tal como no exemplo do Iraque, em que não esperaram que houvesse um consenso em conselho das Nações Unidas, W. vai mais uma vez mostrar que o mundo gira em torno do seu próprio umbigo e, se tiverem sorte, aqueles que o acompanharem poderão ganhar algumas migalhas...