No mês passado, por alturas do meu aniversário, ofereceram-me o "X&Y" dos Coldplay (terão direito a um post brevemente) e o duplo album "Vivo" dos Clã. E imediatamente me veio à memória o concerto dos Clã que assisti em Coimbra, à uns 4 anos atrás. E lembrei-me particularmente que a energia da banda me contagiou e não parei de saltar durante todo o concerto, que foi, obviamente, espectacular.
Tudo isto para vos dizer que apesar dos discos de originais de Manuela Azevedo e sus muchachos serem, de facto, muito bons, é em cima do palco que a banda se transcende e chega a um patamar superior a outras bandas. E quando se tem convidados como o sr. Mão Morta Adolfo Luxúria Canibal, Arnaldo Antunes (Tribalistas), Manel João (Ornatos Violeta, Pluto) e a voz mais bonita à face deste rectângulo ibérico (Maria João), então a coisa assume quase um registo de imperdível.
Mas os Clã são na sua essência canções, e muito belas. E não resisto a deixar a letra de uma das minhas canções preferidas deles, que é ao mesmo tempo uma das canções de amor mais bonitas escritas em português nos últimos anos.
Só pra dizer que te Amo,
Nem sempre encontro o melhor termo,
Nem sempre escolho o melhor modo.
Devia ser como no cinema,
A língua inglesa fica sempre bem
E nunca atraiçoa ninguém.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
Só pra dizer que te Amo
Não sei porquê este embaraço
Que mais parece que só te estimo.
E até nos momentos em que digo que não quero
E o que sinto por ti são coisas confusas
E até parece que estou a mentir,
As palavras custam a sair,
Não digo o que estou a sentir,
Digo o contrário do que estou a sentir.
O teu mundo está tão perto do meu
E o que digo está tão longe,
Como o mar está do céu.
E é tão difícil dizer amor,
É bem melhor dizê-lo a cantar.
Por isso esta noite, fiz esta canção,
Para resolver o meu problema de expressão,
Pra ficar mais perto, bem mais de perto.
Ficar mais perto, bem mais de perto.
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