Eu sei que ainda falta algum tempo para o Natal, mas como a época natalícia para mim começou ainda Setembro não tinha chegado ao fim, achei que era altura de deitar cá para fora isto antes que me esqueça/aborreça/desespere...
Tenho de confessar que a época natalícia começa a tornar-se, para mim, uma mera desculpa para mais um dia de descanso. Tirar um significado maior disso é, com o passar de cada ano, cada vez mais difícil e todos os anos me confronto com cada vez maior número de situações que me fazem pensar em retirar-me para uma caverna, hibernar tipo urso, e só acordar depois do dia dos Reis...
Bem sei que é muito fácil estar com este tipo de comentários quando trabalho no sítio onde trabalho, vulgo catedral do consumo. Mas têm que compreender que, por se tratar de uma época santa, a minha catedral se transforma numa autêntica basílica do hiper-consumismo! Tempo de paz entre os homens? Tempo de harmonia e reflexão? Dar sem esperar nada em troca? Talvez na teoria, mas na realidade é mais "O quê? Já não há Ferrero Rocher?? Como é possível???" ou então "O quê? Tenho de estar mais de uma hora na fila para os embrulhos?? Chame-me já o gerente!!!".
Enfim, acho que não preciso de continuar, até porque já são 4 anos de histórias similares a estas ou piores. E depois perguntam-me "E o que é que queres? Já não há nada a fazer..." Talvez tenham razão. Se nos últimos anos a minha participação em rituais católicos próprios da ocasião festiva (não esquecer que é o nascimento de Jesus Cristo, e não do Pai Natal, ou então será dos dois, até eu já estou confuso) tem primado pela crescente ausência, tal se deverá também um pouco ao meu trabalho.
O único conselho, que é um exagero para o comentário cínico que vem a seguir, que vos posso dar é, se tiverem mesmo que fazer compras de Natal monstruosas e estoirar completamente o plafond do vosso cartão de crédito (e lançar o agregado familiar em mais uma espiral de dívida quase eterna), ao menos não deixem as coisas para a última hora, dando assim um bocadinho de descanso a mim e aos meus colegas. Sim, porque ao contrário do que algumas pessoas pensam, os trabalhadores de um hipermercado também têm uma consoada na noite de 24 de Dezembro!!
Zen....
(Foto tirada directamente do Centro de Mídia Independente)
11 comentários:
Tenho a ligeira impressão que o meu amigo não está em sintonia com o mundo encantado dos brinquedos... e as crianças senhor??? e as crianças??
Para mim o problema é a Leopoldina, não haverá o risco da gripe das aves?! Mas solidariedade com o "Natal desenraizado" do nosso amigo, é fruto dos tempos, também... saibamos ao menos fazer algo da época, já que existe. Proponho um priemeiro passo: tentar não azucrinar a cabeça do pessoal do comércio à última da hora.
Concordo com o anónimo, acho de muito mau gosto continuar a insistir na Leopoldina, quando se sabe há muito tempo que está de cama com 49 de febre... Já as crianças, ou pequenos luciferanos, como eu gosto de as designar na altura do Natal, basta dizer sobre as crianças que se os brinquedos fossem cáries, os míudos já não tinham dentes nenhuns, nem de leite, nem do sizo, népias...
Acho que as crianças não vão concordar contigo e além disso é triste ver que a criança que existia dentro de ti já morreu... mas enfim, eu tb alinho no não às comprar de ultima hora
A criança que existe dentro de mim fica mais contente por dar prendas do que por recebê-las. Se te referes à criança que fica aos berros com os pais porque ainda não tem o acessório XPTO mais recente do Action Man, tenho-te a dizer que essa criança nunca existiu. Graças a Deus que os meus pais nunca me deram rédea solta nesse campo. Aliás, eles sabiam que bastava darem-me um livro para as mãos e eu ficava calado nas horas seguintes.
Tanto ressentimento por todas essas crianças que receberam os Action man e as Barbies... Será que bem lá no fundo não queres ainda que te ofereçam o barco pirata da Playmobil?
Não, eu gostava mesmo era de Legos... Ou então uns carrinhos daqueles que se desmanchavam todos passados uns meses... E obrigado por continuares a fazer de mim um anticristo natalício...
Já não á pachorra para as músicas de natal em todo lado onde se vá, as pessoas aos encontrões nos centros comerciais,era bom passar uma borracha no mês de Dezembro e passar para janeiro.
E o Barros que não se queixasse. Isso é que era um milagre natalício.
Melhor do que o seu desabafo, foi o seu conselho. Se o Natal não servir para mais nada, que sirva pelo menos para pensar no aperto do cinto da família, depois da loucura "quase carnavalesca" do Natal.
Caro desambientado, como prometi a mim mesmo não falar mais em assuntos relacionados com o Natal, era só mesmo para agradecer o comentário e dar-lhe os parabéns pelo seu blog. Especialmente a sua colecção de nuvens...Parabéns!
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