sexta-feira, junho 30, 2006

Resquícios do Nada

Esta é uma carta a um amigo invisível, sem nome, se calhar sem existência. É uma carta sobre mim, sobre ti, sobre talvez todos que pensem um pouco sobre a sua direcção na vida.

Amigo, para onde vai a tua viagem que segues com tanto fulgor a tão elevada velocidade? Para onde te leva esse caminho que não tem indicações visíveis de destino? Vislumbras algo nessa vastidão de vivências, emoções e seres que se assemelha a um mínimo daquilo que procuras? Se calhar o problema é mesmo esse: andas sem rumo e nem tens ninguém que te guie; és membro de uma geração que foi apelidada injustamente de rasca, resultado da produção em massa que viveste num país que disso mesmo precisava para sair do seu marasmo mas que hoje acusa a falta da resposta à pergunta que não sabes formular. Quem és tu, afinal? Hoje és um bom exemplo do que um jovem pode ser: puseste as tuas capacidades à prova e venceste diversos desafios pessoais e profissionais, mas és o primeiro a falar da tua tristeza, da tua solidão, do algo que te falta sem saberes o que é. E não és o único, embora isso não te sirva de grande consolo.

Ou será que me engano e tudo o que tens e fizeste até hoje segue uma linha de escolhas conscientes? Então porque te queixas constantemente? Ou andas a tentar esconder o sol com a peneira, fazendo de conta que tudo está bem para ti mas no fundo sentes as dores das respostas não obtidas lá bem no fundo da tua alma.

Confesso que não te percebo. Pior que isso, confesso que nem me percebo a mim mesmo pois eu também ainda estou e estarei muito tempo à procura do meu lugar neste espaço da Terra que de cinzento nada tem.

“Quo vadis” já se perguntou há muito tempo atrás e é isso no fundo que te/me/nos pergunto. Acho que todas as pessoas passam por isso mais cedo ou mais tarde, mas ninguém nos livra do cálice de respondermos essa pergunta nós mesmos. Acho que é isso que torna a vida tão bonita, principalmente quando conscientemente nos damos conta que estamos a crescer e podemos influenciar o rumo das nossas vidas. A não ser que nem as coloquemos em questão e a vivamos como ela vier... o que é uma solução tão legítima quanto outra qualquer.

Ainda assim agradeço-te pela tua existência, meu amigo invisível, pois tens-me apoiado durante as minhas angústias. Tens-me ajudado a questionar-me, ajudado a colocar a minha vida em perspectiva, a permitir que eu próprio me tente definir. Espero que tenha conseguido retribuir à mesma altura. Só te peço uma coisa: não me acuses de pensar demasiado. É isso que tem ocupado as poucas células cinzentas que me restam durante os últimos meses (ou terão sido anos?).

Enfim, no fundo as minhas preocupações são resquícios do nada pois eu e tu e todos nós somos talvez apenas uma ínfima parte de um todo que talvez não conhecemos ou compreendemos mas que certamente não controlamos. Há quem veja nisso justificativo suficiente para acreditar numa religião qualquer. Há quem não acredite de todo nessa construção global e que afirme que cada um é para si o centro do seu universo. Pontos de vista...

E agora, já sabes para onde te leva a tua viagem?

World Cup Moment - IX

Sim, Só, ele dança...

"A versão do Superhomem de Bollywood revelou-se um rival à altura do filme norte-americano, com os analistas de mercado a estimar que a produção indiana registe um recorde de 15 milhões de dólares na primeira semana em cartaz."

(in Diário Digital)

quarta-feira, junho 28, 2006

Ondas Sonoras - XVI

O sol brilha, o dia está quente. A areia vai aquecendo e a única brisa que corre é a que as ondas nos deixam quando chegam até à praia. Ao nosso lado, um sumo de uma qualquer fruta exótica. O som vai deixando o nosso corpo cada vez mais entorpecido, e as pálpebras lutam para se manterem abertas, pois os ouvidos querem continuar a ouvir as melodias lânguidas e descontraídas que pairam no ar. Nas partes mais reggae, e para quem gosta desse tipo de coisas, podem sempre enrolar umas quantas ervas aromáticas. E assim se vai entranhando os sons de Jack Johnson.

Há quem diga que a sua música não é nada de especial e até seja bastante vulgar. Que o homem não sabe cantar e devia limitar-se ao surf. Eu não sei nada disso. Eu apenas sei que o Verão está a chegar, os dias estão cada vez mais longos e quentes, e se há uma uma banda sonora que conjuga bem com estes dias de veraneio, então a guitarra e as canções cheias de boas vibrações do Jack são mesmo as ondas sonoras que vão preencher as minhas tardes na praia. Só é pena que não seja no Hawaii, mas não se pode ter tudo.

Do outro lado da(s) janela(s)


terça-feira, junho 27, 2006

Pseudo-Gina

Cheguei a casa. O dia tinha sido demasiado cansativo. Reuniões atrás de reuniões que não levaram a lado algum. Ansiava por tirar o fato e a gravata, ouvir o disco de jazz que tinha comprado anteontem e saborear um bom copo de vinho. Dirigi-me para o quarto que estava na mais completa escuridão. No momento em que me preparava para acender a luz, uma voz impediu-me de o fazer. Não pensei que ela já tivesse chegado e porque razão estava ali, no escuro do quarto. Acendeu a luz do candeeiro da mesa de cabeceira. A mesma projectou estranhas sombras na lingerie de seda azul que vestia, deitada na cama. Olhou-me como quem olha uma presa, um olhar frio, quase animal. Aproximei-me da cama para lhe dar um beijo de boas noites mas ela parou-me. No momento em que ia falar, ela colocou-me um dedo sobre os lábios e pediu-me silêncio. O seu corpo foi-se aproximando lentamente do meu, eu de pé e ela ajoelhada sobre a cama. Os seus longos cabelos negros pareciam ter um efeito quase magnético, puxando-me para eles. A fina seda da lingerie deixava transparecer as formas quase perfeitas dos seus seios e o pequeno vale que ficava no seu centro. Pegou na minha gravata e começou a desapertá-la, com movimentos lentos que deixavam entrever o momento de luxúria que se aproximava. Foi-me despindo as peças de roupa uma a uma até que apenas restou um monte num dos cantos do quarto. Encontrava-me nu e, por uma vez na vida, algo envergonhado, sem saber o que era esperado que eu fizesse. Ela continuou o seu plano, o que quer que ele fosse. Forçou-me a deitar-me enquanto ela permanecia agora de pé. Sem que nada o fizesse prever, começou a retirar o pedaço de tecido que ainda cobria o seu igualmente corpo desnudado. Os seus movimentos eram de uma sensualidade que eu nunca teria adivinhado que ela possuísse. Seria mesmo ela ou uma personagem fictícia? Estaria eu acordado ou teria adormecido ao teclado do computador, no escritório? Quando também ela se encontrava despida, o seu corpo deslizou para a cama, sobrepondo-se ao meu. Estava por cima de mim, os seus cabelos caíndo sobre a minha face, impedindo-me de ver o que se passava. As suas mãos começaram a explorar o meu corpo, como se fosse a primeira vez que o fazia. As minhas mãos queriam fazer o mesmo, mas ela imediatamente dava a entender que não o devia fazer. Para apaziguar a minha ânsia, os seus lábios juntaram-se aos meus, num longo e húmido beijo. O quarto estava quente e sufocante, talvez derivado de toda a sedução com que ela me tinha envolvido. Quando de facto entrei dentro dela, já o suor corria pelos nossos corpos, deixando-os com um brilho que apenas era denunciado pelas luzes que entravam pelas frestas da persiana. Não sei quantas horas se passaram até que os nossos corpos clamassem por descanso, mas até esse momento a nossa paixão foi consumida como nunca até a essa noite. Ainda hoje me questiono se todo aquele fogo realmente aconteceu ou se apenas não passou de uma fantasia minha...

Ondas Sonoras - XV

Poderá haver algo mais esquisito e, ao mesmo tempo, mais sedutor e envolvente que ouvir o Mike Patton e a Norah Jones (não, não é uma cantora que eu ouça muitas vezes, bem pelo contrário) a cantarem versos como,

Keep it in your pants will you
Sucker, Sucker
What makes you think you’re my only lover?

The truth kinda hurts, don’t it
Motherfucker?”

Para "limparem" os vossos ouvidos, basta arranjarem o disco dos Peeping Tom.

domingo, junho 25, 2006

World Cup Moment - VIII

World Cup Moment - VII

Domingo é dia da Família

"Esta é a minha mamã Marta. E esta é a minha mamã Cláudia." O Pedro tem cinco anos e encarrega-se das apresentações. Na história da sua vida não há um pai. O Pedro tem duas mães.

[...]

A ideia de que a maternidade está vedada aos homossexuais é explicada pela psicóloga Isabel Leal no seu livro Psicologia da Gravidez e da Parentalidade: "A expectativa da comunidade em geral é a de que os indivíduos homossexuais, homens ou mulheres, uma vez reconhecida e assumida a sua orientação sexual, abdiquem voluntariamente e em nome não se sabe bem de que valores (os mais invocados costumam ser o do direito das crianças) de virem a ser pais e mães." Para Isabel Leal, o que motiva esta assunção é um de dois aspectos: "Ou um preconceito tenebroso e encapotado ou uma ingenuidade confrangedora."

(in Diário de Notícias)

Como já disse por aqui, aquilo que acho mesmo importante nesta questão é a criança e a forma como é educada, protegida e, essencialmente, amada. Há pais bons e pais maus, independentemente da sua orientação sexual, e é por essa razão que não pode haver descriminação. Que interessa se a criança tem um pai e uma mãe, ou dois pais, ou duas mães? Se eles gostarem da criança e não a maltratarem, porquê continuar a insistir em preconceitos bacocos que já não têm qualquer aplicação na sociedade que temos hoje? Custa-me compreender que haja pessoas que elevem a voz contra a paternalidade/maternalidade homossexual e depois não condenem com a mesma veemência a violência física e/ou psicológica que algumas crianças sofrem às mãos dos seus pais heterossexuais. Isso sim é que seria ter uma consciência de verdadeira protecção à criança!

quinta-feira, junho 22, 2006

quarta-feira, junho 21, 2006

Clandestino

adjectivo


1.
feito às ocultas;

2.
ilegal;

3.
designativo do indivíduo que entra num país com infracção das leis de emigração;


substantivo masculino




indivíduo que entra num país com infracção das leis sobre emigração;

(Do lat. clandestínu-, «id.»)


© Copyright 2003-2006, Porto Editora.

Dedicado ao Só

Long Live Bollywood! Só gostava de saber quando é que isto vai estrear por cá, ou mesmo se há a possibilidade de estrear. Para conferirem a qualidade da proposta, é favor clicar aqui e assistirem maravilhados à intro que se segue. É, sem dúvida, o herói de todos nós!!!

World Cup Moment - VI

World Cup Moment - V

Isto promete...

Hoje só tivémos direito a bolinha vermelha nos últimos dez minutos, que nem sequer foram os mais íntimos. O que aconteceu? Será que os homens da bolinha vermelha estão tão indecisos como a Jenny? Enfim...

" there’s still a little bit of your taste in my mouth
there’s still a little bit of you laced with my doubt
it’s still a little hard to say what's going on

there’s still a little bit of your ghost your witness
there’s still a little bit of your face i haven't kissed
you step a little closer each day
that i can’t say what's going on

stones taught me to fly
love taught me to lie
life, it taught me to die
so it's not hard to fall
when you float like a cannonball

there’s still a little bit of your song in my ear
there’s still a little bit of your words i long to hear
you step a little closer to me
so close that i can't see what's going on

stones taught me to fly
love, it taught me to lie
life taught me to die
so it's not hard to fall
when you float like a cannon..
stones taught me to fly
love taught me to cry
so come on courage
teach me to be shy
'cause it's not hard to fall
and i don't wanna scare her
it's not hard to fall
and i don't wanna lose
it's not hard to grow
when you know that you just don't know"

written by Damien Rice

terça-feira, junho 20, 2006

Expressão do dia

Banhinho de loja,

expressão a utilizar quando nos reunimos com duas ou mais "tias" de Cascais e nos pomos a criticar os modelitos que aparecem nas revistas cor-de-rosa, com uma pontinha de inveja por não termos sido convidados para aquela festa.

(Isto de ouvir as conversas dos outros é mesmo feio... shame on me...)

Dia Mundial dos Refugiados

"Hundreds of thousands of Palestinian refugees fled or were driven from their homes during the Israeli-Arab wars in 1948 and 1967. The fate of the estimated four million Palestinians living in refugee communities scattered around the Middle East remains at the heart of the conflict."

(in BBC News)

Bolas e mais bolas

A propósito da estreia da série "The L Word" ontem à noite na 2:, questionei-me porque razão esta série mereceu o estatuto de levar com a famigerada bolinha vermelha no canto superior direito. Porquê? Ok, para não pensarem que estou a ser um machista egocêntrico que só pensa em fantasias a três, questiono porque é que outras séries como "Sete Palmos de Terra" ou "Anjos na América", que eu me lembre, também levaram com a bolinha em cima. São séries que expõem e mostram por dentro a dificuldade de prosseguir uma relação amorosa (seja ela homossexual ou heterossexual) na nossa sociedade de hoje, cada vez mais preconceituosa e cada vez mais proibitiva. Porque razão merece isto uma bolinha vermelha? Pelos momentos de sexualidade sempre latentes? Que eu saiba não assisti a nada explícito. Pelo facto de a sociedade portuguesa ainda não estar preparada para assistir a cenas mais íntimas entre pessoas do mesmo sexo? Cresçam e apareçam, como dizia o outro. Se queremos começar a colocar bolinhas vermelhas com alguma justiça, então podem começar por programas que mostram cenas de violência, de guerra, de morte, e que, na maior parte dos casos, nos entram pela casa adentro sem que sequer notemos. É apenas mais uma notícia do telejornal, mais um genocídio algures em África, mais uma execução no Iraque, mais um tufão algures na Ásia. Se quisermos ir ao extremo, então o Jornal Nacional da TVI merecia uma bola vermelha enorme, que fosse capaz de tapar o ecrãn inteiro e nos poupasse o imediatismo fácil. De facto, às vezes não há pachorra nenhuma...

segunda-feira, junho 19, 2006

O Primeiro Homem

"Somente a escola proporcionava estas alegrias a Jacques e Pierre. E sem dúvida o que amavam tão apaixonadamente nela era o que não encontravam em casa, onde a pobreza e a ignorância tornavam a vida mais dura, mais triste, como que encerrada em si própria - a miséria é uma fortaleza sem ponte levadiça."

Até aqui...

"Era tudo tão simples, quando comecei a assistir a jogos de futebol na década de 1960. A Inglaterra acabara de conquistar o Campeonato Mundial de 1966 e, por isso, era sem contestação a melhor equipa do mundo: ponto final, parágrafo, fim da história. A partir de então, tudo passou a correr mal, aparentemente para sempre. Em primeiro lugar, cresci, tornei-me adulto e passei a perturbar-me muito mais com o significado de pertencer a um país. Entretanto, a selecção inglesa portava-se pessimamente. Talvez não tivesse sentido tanto conflito interior sobre o tema do patriotismo se os resultados da equipa fossem melhores. Em 1974 e 1978, a equipa nem sequer conseguiu qualificar-se para a fase final do Campeonato do Mundo, os jogadores de categoria mundial que nela tinham jogado durante a década de 1960 abandonaram o futebol e, com a década de 1980, toda a questão do patriotismo misturado com futebol se tornou muito mais complicada."

(Texto de Nick Hornby, in National Geographic Magazine)

Jura???

De facto, para mim que tenho que lidar com frases do género "é preciso motivar os operadores, dar-lhes formação, pô-los a vestir a camisola da empresa, sim, porque este ano os aumentos não vão ultrapassar os 2,5%...", e às quais normalmente respondo com "achas mesmo que os operadores querem ser motivados dessa forma?, será mais importante formações que por vezes estão desfazadas da realidade (e mesmo que não estejam) ou receber um aumento que permita ter outra qualidade de vida, poder descansar um bocado a calculadora e não ter que contar todos os cêntimos ao final do mês?", esta notícia que aqui vem não me surpreende muito. E ainda se fala na produtividade dos trabalhadores... Se nem se consegue "premiar" aqueles que de facto dão muito de si aos seus patrões, quanto mais pensar sequer naqueles que estão a mais. Sim, porque com esta história dos aumentos serem praticamente nulos, qual a diferença que existe no final do dia entre um trabalhador competente e um suficiente? O mais certo é o competente começar a pensar que não adianta nada pensar no contributo que faz para a empresa, para o sector, para o país, se o que recebe em contrapartida dos seus serviços pouco é mais do que uns 4 ou 5 euros que aquele que faz cinco pausas para o cigarro durante o dia, entra e sai ao segundo e está-se pouco marimbando para a empresa, se faz lucro ou não...

Portanto, a minha única reacção à notícia é... Jura???

"As reivindicações salariais estiveram na origem de mais de metade das 126 greves registadas em 2005 e que resultaram em 27.333 dias de trabalho perdido, segundo dados da Direcção-Geral de Estudos, Estatística e Planeamento (DGEEP), divulgados esta segunda-feira."

(in Diário Digital)

quarta-feira, junho 14, 2006

Meu rico mangerico

Onde está o Santo António?

Sim, porque no meio de tantas e tantas pessoas, onde fica o Santo? Não me lembro de ter visto uma única imagem do mesmo, quando andei literalmente a surfar entre mares de gente, na passada segunda-feira à noite. Ou seja, a desculpa para a festa vai de vento em popa e, apesar de este ano ter fugido de Alfama e do Castelo, apenas deparei com a confusão do costume, desta vez maioritariamente na Bica. Antes de ter tido o meu primeiro cheirinho de música de bailarico, ainda se ouviu muito reggae, hip-hop e música electrónica, um Santo António cheio de ondas positivas e altamente modernas. Muitas pessoas a cantar, enquanto era empurrado para lá e para cá, refugiando a minha imperial acima da minha cabeça enquanto levava com uns salpicos das outras imperiais que rumavam também por cima de mim. Andei que me fartei, mas também era necessário digerir O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo, que teve um fim prematuro, ainda antes da meia-noite. Paz à sua alma. Do Bairro Alto à Bica, do Cais do Sodré (acho que até o Estocolmo estava rendido às Marchas) ao Campo das Cebolas, com direito a recta final pelo Chiado acima. Como de costume, não aderi ao Grande Prémio da Sardinha (não gosto da gaja, que é que querem...) mas a minha roupa ainda teve direito a ficar com o belo perfume da dita cuja, mais umas bifanas comidas a horas impróprias, com acompanhamento de batata cozida, quando nada o fazia prever. A noite esteve quente, muito quente e qualquer brisa, nem que fosse de um captador de cheiros de um restaurante, era muito bem-vinda, para além de ter a vantagem do efeito Axe, mas em versão contrária. Algum pézinho de dança (quando não estava empalado pela multidão), umas quantas imperiais, um mangerico comprado por volta das 4 da manhã, e o que é que fica? Umas boas horas de diversão e alegria care-free (não confundir com higiéne pessoal), na companhia daqueles que interessam. Graças ao Santo!

segunda-feira, junho 12, 2006

World Cup Moment - II

Recaída

1º Round:
"Sábado", de Ian McEwan

2º Round:
"Contos Populares Chineses, primeiro volume"
"Contos Populares Chineses, segundo volume"
"Contos Populares Portugueses"
"Contos Populares Noruegueses"
(todos da Editora Landy)
"O Mar na Poesia da América Latina"
"Folhas Caem, Um Novo Rebento", de Hogen Yamahata

Mais uma vez, a Feira do Livro leva a melhor sobre a minha pessoa e leva a minha conta bancária à bancarrota. E agora? O que vou comer? O que vou vestir? E, mais importante do que tudo isto e tendo em conta que estamos em plena festa de Santo António, como é que vou fazer para beber???

domingo, junho 11, 2006

Ainda há esperança...

... em ser humano, ser português, ser blogueiro, ser contacteante, enfim, simplesmente em ser enquanto houver pessoas assim. Obrigado e tem sido um prazer "conhecer-te"!!!

quinta-feira, junho 08, 2006

Por entre as nuvens

"Construction work has begun in southern Portugal on what is set to be the world's largest solar power station. The 58m euro (£40m) plant near Serpa, 200km (125 miles) south of Lisbon, will produce enough electricity for 8,000 homes when it starts next January. "
 
 
Para lá do normal que é estarmos sempre a agigantarmo-nos (the world's largest solar power station), saúde-se a notícia de uma possível reviravolta nas atitudes de um país que, ainda há bem pouco tempo, foi considerados um dos piores da Europa no que toca a políticas ambientalmente correctas. Se bem que o principal objectivo de um empreendimento deste género passe por motivos económicos (de preferência rentáveis, digo eu, de modo a chamar mais empresas para esta àrea), não se pode desprezar um objectivo que ao futuro de todos interessa, ou seja, tornar este nosso planeta num sítio mais "limpo" para se viver e lutar por deixar algo com A grande às gerações futuras. Chamar-me-ão ingénuo mas se isso significa acreditar que ainda não é tarde para darmos uma reviravolta à vida humana e não ficarmos reféns de um líquido negro que ultimamente tem sido pago com mais sangue que dinheiro, então chamem-me ingénuo, se bem que eu prefiro a palavra esperançado.
 
E gostava que as palavras de um dos gerentes de uma das empresas envolvidas no projecto se concretizassem, "Serpa não deve ser caso único mas sim um ponto de partida do Solar em Portugal".

(Conferir press-release da empresa Catavento)

quarta-feira, junho 07, 2006

Do Sol

"Uma multidão acotovela-se rua abaixo; milhares e milhares de pessoas, muito juntas, tantas que não se vê o chão, avançam agora por uma avenida larga entre arranha-céus; chegam a uma praça que tem no centro uma pirâmide de gente (uma pirâmide altíssima, mais alta ainda que os arranha-céus) e tentam subi-la; no cimo da pirâmide as pessoas mudam muito rapidamente. Ficam muito felizes po estarem no topo - sorrisos épicos contra o céu azul - mas são logo puxadas de novo para baixo e substituídas por outras, e sempre assim. É um anúncio de consolas de jogos."

terça-feira, junho 06, 2006

Perdido no tempo - II (isto do YouTube é viciante!)

Antevisão

Anónimo mas verdadeiro

"Na realidade, o verdadeiro anonimato passa-se no nosso dia a dia – a nossa verdadeira profissão é a de actores de nós mesmos, representando todos os dias a mesma peça, com algumas variantes ao sabor dos acontecimentos, tal qual a moribunda revista à portuguesa. Efectivamente, na blogosfera, normalmente diz-se a verdade e os outros bloggers são, na realidade, quem melhor nos conhece pois, perante eles, para quê representar, se somos os tais anónimos da história anterior?"

(Palavras que gostei de ler no Cuotidiano)

Relação saturante...

Gosto de ti.
Gosto de passear contigo.
Gosto de pegar em ti e ir até à praia, nos dias mais longos e mais quentes.
Gosto de pegar em ti e ir até ao café e ver a chuva a cair nos vidros, nos dias mais curtos e mais frios.
Gostei de ti desde a primeira vez que te vi.
Depois aprendi as tuas manias e o teu jeito de ser e fui-me afeiçoando a ti.
Fizémos viagens curtas e viagens longas.
Quando não estávamos juntos, parecia que algo me faltava.
E mesmo assim, ao longo do tempo, fomos tendo os nossos problemas.
Insistias em ter a minha total atenção e não te incomodavas que isso me pudesse afectar de variadas maneiras.
Às vezes obrigavas-me a faltar ao trabalho ou a trocar folgas.
Outras exigias que eu tivesse que puxar do cartão multibanco.
Ou era tudo ou nada.
Nada podia estar fora do sítio, tinha que ser à tua maneira.
Por muitas asneiras que eu dissesse e pragas que te rogasse, a tua ia sempre avante.
Agora estás outra vez com a mania que a minha vida não tem sentido sem ti.
Lá vou eu ser outra vez obrigado a mil malabarismos só porque estou dependente de ti.
Lá vou eu gastar outra vez rios de dinheiro só para que possas estar no teu melhor.
Qualquer dia perco a cabeça e deixo-te na esquina mais próxima, sem querer saber o que vai ser feito de ti.
Não vales o investimento de quase 4 anos devotos.
Por mim, podes ficar para sempre na oficina...

(Foto retirada daqui)

domingo, junho 04, 2006

Dedicado ao Rui, à Cláudia e ao Baltazar

I knew a girl
Her name was truth
She was a horrible liar.

She couldnt spend one day alone
But she couldnt be satisfied.

When you have everything,
You have everything to lose.
She made herself
A bed of nails
And shes plannin' on puttin' it to use.

Cos she had diamonds on the inside
She had diamonds on the inside
She had diamonds on the inside
Diamonds

A candle throws its light into the darkness
In a nasty world,so shines the good deed
Make sure the fortune, that you seek
Is the fortune you need.

So tell me why,the first to ask,is the last to give,everytime
What you say and do not mean
Follow too close behind

Cos she had diamonds on the inside
She had diamonds on the inside
She wore diamonds on the inside
Diamonds

Like a soldier standing long under fire
Any change comes as a relief.
Let the giver's name remain unspoken
For she is just a generous thief.

But she had diamonds on the inside
Cos she had diamonds on the inside
She wore diamonds on the inside
She wore diamonds
Oh diamonds
She had diamonds
She wore diamonds
Diamonds

Ben Harper

Hoje

O destino foi a Feira do Livro. Apesar de já não haver tantos participantes como dantes (quer em número de participantes quer em número de clientes), continua a ser uma desculpa para um pequeno passeio de Domingo. Tenho a dizer que este ano contive-me (pelo menos nesta primeira visita;) e só comprei um livro, "Sábado" de Ian McEwan. Com muito Sol e calor, ainda deu tempo para encontrarmos uma nova "amiga", apresento-vos a Button Cow.

É bonita, não é? E mais dificil que fazer com que ela não se mexesse foi mesmo tirar a fotografia sem ninguém por perto. Uma autêntica proeza! Entretanto, assisti ao clímax de um fenómeno que está de volta, depois de ter feito a primeira aparição em 2004. Não vou sequer tecer comentários a favor ou contra (tenho medo das represálias, neste último caso), mas mesmo assim custa-me um bocado conpreender esta coisa, visto que nunca me apercebi, em quase 30 anos, que o nosso povo fosse assim tão patriótico. Será que foi preciso um seleccionador brasileiro para "acordar" o nosso espírito de pátria? Enfim, fica a foto...

Ontem

Mais uma ida às Tostas do Outro Mundo, na Ericeira. O sítio onde as tostas vêm naquilo que passaria por uma base para pizzas. Onde comemos uma tosta que facilmente equivale a umas 3 ou 4 noutros locais. Já provei umas quantas e fiquei sempre satisfeito, ou melhor, mais que satisfeito. Aviso à navegação: apenas se recomenda a pessoas com estômago forte.