quarta-feira, junho 14, 2006

Onde está o Santo António?

Sim, porque no meio de tantas e tantas pessoas, onde fica o Santo? Não me lembro de ter visto uma única imagem do mesmo, quando andei literalmente a surfar entre mares de gente, na passada segunda-feira à noite. Ou seja, a desculpa para a festa vai de vento em popa e, apesar de este ano ter fugido de Alfama e do Castelo, apenas deparei com a confusão do costume, desta vez maioritariamente na Bica. Antes de ter tido o meu primeiro cheirinho de música de bailarico, ainda se ouviu muito reggae, hip-hop e música electrónica, um Santo António cheio de ondas positivas e altamente modernas. Muitas pessoas a cantar, enquanto era empurrado para lá e para cá, refugiando a minha imperial acima da minha cabeça enquanto levava com uns salpicos das outras imperiais que rumavam também por cima de mim. Andei que me fartei, mas também era necessário digerir O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo, que teve um fim prematuro, ainda antes da meia-noite. Paz à sua alma. Do Bairro Alto à Bica, do Cais do Sodré (acho que até o Estocolmo estava rendido às Marchas) ao Campo das Cebolas, com direito a recta final pelo Chiado acima. Como de costume, não aderi ao Grande Prémio da Sardinha (não gosto da gaja, que é que querem...) mas a minha roupa ainda teve direito a ficar com o belo perfume da dita cuja, mais umas bifanas comidas a horas impróprias, com acompanhamento de batata cozida, quando nada o fazia prever. A noite esteve quente, muito quente e qualquer brisa, nem que fosse de um captador de cheiros de um restaurante, era muito bem-vinda, para além de ter a vantagem do efeito Axe, mas em versão contrária. Algum pézinho de dança (quando não estava empalado pela multidão), umas quantas imperiais, um mangerico comprado por volta das 4 da manhã, e o que é que fica? Umas boas horas de diversão e alegria care-free (não confundir com higiéne pessoal), na companhia daqueles que interessam. Graças ao Santo!

2 comentários:

Anónimo disse...

Na televisão (meio apropriado para assistir ao evento, se a disposição não der para mais) dizia um holandês, extasiado no meio de Alfama: "isto é muito antigo, as pessoas são muito unidas e é tudo muito alegre". 73 anos depois, parabéns Leitão de Barros/António Ferro - o vosso objectivo foi totalmente alcançado!

NUNO FERREIRA disse...

Cada vez há mais gente, impressionante!