Como se assiste a um concerto onde a banda ainda não editou qualquer disco, apenas se conhece uma canção que se ouviu meia dúzia de vezes na rádio, não se prestou atenção à encarnação anterior do vocalista/guitarrista (The Libertines) e, no entanto, é uma das bandas mais promissoras no Reino Unido e já se escreveu e gastou imensa tinta sobre ela? Bom, no meu caso, foi de imperial na mão e em pé que assisti ontem ao concerto dos Dirty Pretty Things, em Lisboa, no Santiago Alquimista. Não conhecia este espaço, que já é muito importante na área da música ao vivo a que se pode assistir em Lisboa, e fiquei agradavelmente surpreendido pela organização do local, que por momentos me lembrou um Coliseu em ponto mais que pequeno e sem cadeiras, ou quase.
Quanto aos Dirty Pretty Things, a sensação com que fiquei foi que o som é um rock bem dançavel mas melhor ainda com guitarradas fortes, ao jeito do que seriam uns Strokes se depois da dieta de punk made in NY tivessem emigrado para Londres e ouvissem todas as resmas de bandas que por lá houve nas últimas duas décadas. É uma descrição um bocado rebuscada, mas acho que ainda consigo fazer uma outra analogia: os DPT lembram-me os westerns de antigamente quando o gang de bandidos chegava à cidade, entrava pelo saloon adentro, acabava com todo o whisky que havia no sítio (ontem foi mais Jameson), pegava nas mulheres ao colo e roubavam beijos e outras carícias que tais (ontem também houve disto), enfim, devastava toda a cidade. Ontem não foi a cidade por completo, mas umas quantas dezenas de pessoas agradeceram a devastação com muitas palmas. Eu também gostei de ver ao vivo e o cores o verdadeiro "sex, drugs and rock n' roll". E a música é mesmo boa.
Antes disso houve banda portuguesa, (the) Scope, que apesar do falso arranque, merece ser acompanhada pelo rock sónico e com muita distorção que fazem. Precisam, se calhar, de mais rodagem, mas houve quem ficasse impressionada com o baterista ;)
(a reportagem do Disco Digital)
1 comentário:
Votos de Boa Páscoa.
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