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Um realizador para o século XXI. Fernando Meirelles arrisca-se a ser o novo Martin Scorseze. Como se não bastasse ter feito um dos melhores filmes de sempre em língua portuguesa ("Cidade de Deus"), Meirelles mostra-nos agora um novo soco no estômago, na forma de "
O Fiel Jardineiro". Tal como em "Cidade de Deus", há uma história em torno da história, ou seja, uma narrativa cinematográfica envolvida por um assunto actual que nos afecta a todos nós. Mais uma vez, a "violência" do tema está lá, sendo que desta vez trata-se de uma violência que nos toca ainda mais no nosso âmago de seres humanos, mesmo que queiramos virar os olhos e não saber nada sobre o que realmente se passa no continente africano. Há muitos paralelismos entre os dois filmes de Meirelles, sendo visível que a forma de filmar não se alterou, e quando vemos a câmara passar por cima dos bairros degragados do Quénia, pensamos imediatamente nos bairros de lata de "Cidade de Deus". É claro que a semelhança de ambientes também ajuda... E apesar de mesmo no fim pensarmos que estamos a ver um normal blockbuster de Hollywood (quando um dos "maus" encontra o seu fim, falando em linguagem-pipoca), a realidade é mais dura que isso, e é isso mesmo que Fernando Meirelles consegue de novo, mostrar-nos todos os elementos da realidade, por mais dura e desagradável que seja. Imperdível.
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