Lembro-me de estar numa festa de garagem, com 16 anos, e beber demasiada cerveja e ter chegado a casa meio cambaleante e um pouco mal-disposto. Mas não me lembro por que razão me lembrei de beber a cerveja. Seria a música em altos berros? Seriam os meus amigos que também beberam? Seria um certo sentir de que estava a quebrar um regra? Rebelião contra os meus pais? Mas se o meu pai também bebia vinho às refeições...
Seja o que for, de uma coisa estou certo, o mundo parecia bem melhor depois de beber umas quantas imperiais, com os meus amigos, e a ouvir a música de que gostávamos. É preciso lembrar que na altura a classe média ainda era a classe dominante, para o bem e para o mal. Mas, ao mesmo tempo, o governo do Prof. Cavaco Silva começava a cavar o que viria a tornar-se um enorme fosso entre os mais ricos e os mais pobres. Com este cenário, quem não precisava de beber qualquer coisa que o fizesse esquecer as dificuldades que o país começava a viver?
Outra das motivações poderia ter sido o facto de o alcool me deixar mais extrovertido, sem medo de dizer o que me ia na alma. E tendo em conta que tive muitos colegas que defendiam com unhas e dentes a "Nova Economia" do Prof., era preciso mesmo não ter receio de os criticar e de ouvir as suas réplicas de novos-ricos.
Mas o tempo é o melhor conselheiro. Hoje em dia, já não aguento o alcool como noutros tempos, de modo que tento não abusar muito, bebendo quase sempre apenas em ocasiões de festa. Será que para o ano que vem vou ter que mudar os meus comportamentos?
(Divagações motivadas por um artigo da Time Europe)
4 comentários:
Amigo, vai um videogravador para a estatística???
Desenvolve lá isso, se faz favor...
Então nessa altura em que bebias tb tinhas uma orgulhosa estatistica do maior número de videogravadores por numero de habitantes... será que esses tempos tb vão voltar?
Agora provavelmente iremos descobrir que somos a nação com maior número de i-pods per capita... Ou blogues...
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