sexta-feira, dezembro 02, 2005

O crucifixo de hoje

Ainda ontem à noite falava com um amigo meu no café sobre vários assuntos à volta dos Estados Unidos e acabámos por ir ter à discussão sobre a pena de morte. E hoje de manhã acabou por acontecer a milésima execução e, ao mesmo tempo, acabei por descobrir que estava enganado em vários pontos da minha conversa de café.

Primeiro, pensei que apenas um pequena percentagem dos 50 estados autorizasse a pena de morte. Afinal são nada mais nada menos que 38 estados, sendo que o Texas, Virginia e Oklahoma participam com mais de metade das 1000 execuções até hoje realizadas. Segundo, estava plenamente convencido que a maioria dos norte-americanos já não era favorável à pena de morte, preferindo que os criminosos fossem condenados a prisão perpétua. Também errado pois a percentagem de norte-americanos que aprova a pena de morte é ainda de 64%! (mesmo que tenha descido dos 80% em 1994)

Ou seja, mesmo que esteja a haver uma lenta mudança na mentalidade do sistema jurídico norte-americano, os Estados Unidos ainda se encontram entre os primeiros países que condenam anualmente pessoas à pena de morte. Só a China, o Irão e o Vietnam os superam, o que abona ainda menos uma nação supostamente democrática, "civilizada" e "ocidental".

O homem que se tornou o milésimo condenado à morte tinha sido condenado pelo assassínio da sua mulher e do seu sogro. Pelo que sei, a sua injecção letal ainda não deu vida às duas pessoas assassinadas, ou tirou aos familiares que ficam a memória do crime que ele cometeu.

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