Não concordo com o regime de quotas de música portuguesa para as rádios. Não concordo pois acho que o problema das nossas rádios não passa por aqui. Acho que a música quando é boa por si própria, seja portuguesa ou de outra nacionalidade qualquer, deve chegar às ondas hertzianas, e a música que é má deve ficar arrumadinha nas prateleiras das pessoas que a lançaram. O governo fazia melhor se investigasse o tipo de acordos entre as editoras discográficas e os grandes grupos de comunicação radiofónica, isso sim talvez explicasse por que é que alguns artistas são quase "impingidos" sobre os consumidores.
Pior mesmo só a sugestão do PSD em conceder incentivos às rádios que cumpram estas quotas. Era só mesmo o que faltava. Já estou a ver algumas rádios a passarem incessantemente as colectâneas de todos os artistas portugueses de seguida, mesmo aquelas que já têm barbas... Como volto a dizer, acho que o problema não passa por impôr quotas de música portuguesa, mas sim pela contratação de mais e melhores músicos portugueses pelas editoras. Afinal de contas, o consumidor português já provou que quando a música é boa, irá haver mercado. Quem diria, há 10 anos atrás, que bandas como Da Weasel, The Gift, Boss A.C., Expensive Soul, Blind Zero, Blasted Mechanism e outros que tais (sim, mesmo os D'ZRT, que podemos não gostar, mas que são bem produzidos para o segmento a que se dirigem), iriam figurar entre os discos mais vendidos do ano? Eu não acreditava, se me dissessem...
Único ponto positivo que vejo na nova lei, "25 por cento da música portuguesa a difundir deverá corresponder a composições cuja edição fonográfica date dos seis meses anteriores". Sim, porque já não há pachorra para ouvir músicas com mais de 20 anos de bons músicos portugueses, quando os mesmos já editaram desde então muitas e boas coisas...
2 comentários:
Não posso deixar de dar ao meu amigo a oportunidade de me insultar... portanto o que tu queres nas rádios é que a "boa moeda, expulse a má moeda" certo?
Não, amigo, o que eu quero é que as pessoas que estão à frente das rádios tenham o poder de escolha do que querem passar sem ter que ligar a constrangimentos vários, nomeadamente monetários. Ou por outras palavras, não há boas moedas nem más moedas, apenas algumas moedas são mais "moedas" do que outras...
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