segunda-feira, julho 31, 2006

O Riso

É uma das formas que tenho para saber que estou vivo. Vivo não enquanto organismo sorvedor de oxigénio, mas vivo enquanto estado de alma e pequenos momentos de pura felicidade. Seja um pequeno sorriso ou uma das minhas muitas gargalhadas histéricas, são momentos que me "limpam" o sistema. As depressões, preocupações, e stress do dia-a-dia ficam momentaneamente esquecidas e os neurónios ficam embriagados com o prazer de rir. Mais, não há nada como esquecermos todos os preconceitos e "obrigações" que a sociedade nos impõe e sabermos rirmo-nos de nós próprios. Rirmo-nos dos nossos defeitos, das nossas qualidades, das nossas convicções, dos nossos credos, de tudo aquilo que no fundo constitui o nosso âmago, mas que por um breve momento pode servir para uma chalaça, uma piada ou um sarcasmo bem atirado por um amigo. A vida tornou-se demasiado séria e é preciso urgentemente mais riso (fazer O amor também é uma boa alternativa;). Precisamos de mais caras com sorrisos, precisamos que as nossas conversas sejam interrompidas por mais gargalhadas e menos comentários cínicos sobre o caminho que a nossa vida percorre. Há uma memória dos tempos de faculdade que ainda hoje me traz um sorriso aos lábios, que era basicamente a forma como alguns dos meus colegas descobriam em que corredor ou andar eu me encontrava, dado os decibéis estridentes que a minha gargalhada chegava a atingir. Outros tempos que recordo com alguma saudade, especialmente por serem tempos em que me ria mais e o futuro era um horizonte sem fim à vista. Hoje em dia vejo o meu riso como uma pequena "arma secreta" para não me deixar cair no meio das engrenagens da sociedade, qual Charlie Chaplin com uma chave de parafusos na mão.

E qual é o preço que se pode pagar por nos rirmos demasiado? Bem, podemos acabar num palco a correr de um lado para o outro, fingindo que somos o ego desamparado, desiquilibrado e desconcertante da Ofélia. Se me perguntarem, acho que é um preço muito acessível ;))

11 comentários:

cuotidiano disse...

"Rirmo-nos dos nossos defeitos, das nossas qualidades, das nossas convicções, dos nossos credos, de tudo aquilo que no fundo constitui o nosso âmago, mas que por um breve momento pode servir para uma chalaça, uma piada ou um sarcasmo bem atirado por um amigo."

É fundamental termos a capacidade de nos rirmos de nós mesmos e não nos considerarmos demasiado importantes, sérios e inatingíveis, em absurdos pedestrais de convicções, é fundamental sabermos ouvir os outros, e, principalmente, é também funsdamental saber ouvir a(s) outra(s) voz(es) de nós próprios. Tenho a certeza que também pensas assim, Amigo (permite-me que te trate assim)


Um abraço

Madalena disse...

... E porque rir é a mais bela forma de viver! :-)*

Anónimo disse...

Rirmo-nos de nós mesmos ou partilharmos de um sorriso em empatia são talvez dos momentos de mais "fundo" conhecimento que podemos alcançar, não concordas amigo?
Abraço!

Alexandra disse...

ADOREI as ruas palavras, Nuno.
De facto tens razão, mas só nos apercebemos disso à medida que o tempo vai passando... ou seja, qd nos damos conta de que as nossas gargalhadas já não se fazem ouvir. Dos tempos de faculdade e tudo o q isso implica também tenho mts saudades, embora o meu caso seja diferente. Rir deveria fazer parte integrante de nós, só que... No entanto se tivermos consciência das coisas, podes crer que já não é mau!

Foi por isso que deixei ficar o comentário do Mr. Cuotidiano, na integra como comentário no meu blog, mm que alguns possam achar uma parvoice. ÀS vezes também faz falta desconversar... vai lá e vê o q aquele malandro fez...:))

Fica bem

Um sorriso :)

Patrícia disse...

A terapia do riso... funciona! :)

Beijo e que nunca esmoreçam no teu rosto os sorrisos e as gargalhadas estridentes :)

Sea disse...

Acontece-me muitas vezes pensar se hei-de rir ou se hei-de chorar.
Rir, rir com vontade acontece-me por vezes quando estou sozinha e vejo alguma parvoice, seja na TV, seja os outros a fazerem. Agora que leio isto, chego à conclusão, que as pessoas, na sua generalidade, dão-me pouca vontade de rir.
Um beijo

Célia disse...

Rir é o melhor remédio para muitas situações. Por vezes as situações são tristes ou chatas demais... E que coisa melhor do que nessas alturas teres ao teu lado uma pessoa maravilhosamente optimista e que ilumina tudo e todos por onde passa?

Nuno Guronsan disse...

A todos o meu muito obrigado. As vossas palavras são também sorrisos que se têm tornado fundamentais neste espaço. Voltem muitas e muitas vezes e sempre com estas palavras que já fazem parte da minha vida.

Obrigado!

José Raposo disse...

Realmente corremos demasiadas vezes o risco de nos tomarmos demasiado a sério.

Rir é fundamental

A disse...

Magnífica a capacidade de nos rirmos, não só de nós mesmos mas também dos outros e com os outros.

Tenho tido dias cheios de boas gargalhadas proporcionadas pelas melhores pessoas que conheço: os meus amigos.

Ultimamente então, tem sido rir à gargalhada e ainda no outro dia foi mesmo até à lágrima... a tal facção que não tenho por hábito demonstrar no meu blog, ou transparecer, mas que é bem uma característica minha. Nem só de drama vive o Homem :D

E às vezes um drama pode bem ser uma comédia. O Woody Allen que o diga ;)

Beijos, Guronsan

Nuno Guronsan disse...

E por vezes o riso brota de um pormenor quase banal, que quase nos escapa, para logo de seguida se tornar num ataque de riso até às lágrimas. Foi o caso da hora de almoço de hoje. Quando estava a enxugar as lágrimas de riso que brotaram dos meus olhos, só me lembro de dizer "que bem que isto me fez" e pensar que foi quase um vir à tona de água e respirar bem fundo...

Woody Allen. Aprovadíssimo.