substantivo feminino | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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(Do lat. famil |
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Se há assunto onde sinto emoções contraditórias, a questão da família é uma das mais óbvias. Se por um lado tenho familiares que adoro e pelos quais tenho uma genuína amizade, também tenho outros que parece que tentam fazer tudo o que seja possível para me tirar do sério e irritarem-me de uma forma inimaginável. Bem sei que provavelmente acabei de descrever milhões de famílias por esse planeta fora, mas enfim, estava a precisar de desabafar...
Normalmente as coisas correm melhor se não se juntarem muitas gerações diferentes na mesma sala. Ou seja, se eu estiver na mesma sala com os meus pais ou os meus tios e se ainda juntarmos à mistura os meus avós e se a televisão estiver a dar algum programa noticioso (estou a criar o pior cenário possível), é quase certo que me vou irritar com alguma opinião proveniente de um tempo que já não tem lugar. Pelo menos era isso que acontecia até há uns anos atrás, o que me valeu a tristemente fama de ser o "rebelde"da família. Sim, porque todas as famílias têm de ter um "rebelde", certo? Nos dias que correm deixo esse papel para todos os meus outros primos e se por acaso a conversa resvala para temas como política, religião, sexualidade ou algo parecido, prefiro manter-me silencioso e evitar chatear-me com pessoas por quem tenho muito carinho... Percebem o choque de emoções que aqui se passa?
Costuma dizer-se que não se escolhem os familiares, mas também não me parece que haja famílias perfeitas por aí à solta. Talvez o facto de sermos um "conjunto de pessoas aparentadas" seja um ambiente muito fácil para discussões, zangas, birras e outros sinónimos afins, mas só assim é que temos hipótese de ter o poder de dar a volta a tantas diferenças de opinião e princípios e conversarmos sobre isso, partilhando experiências e acabando por ouvir histórias que apenas pensávamos que aconteciam com os outros...
Ninguém disse que era fácil, mas como se costuma também dizer, truth is stranger than fiction, e no caso de uma verdadeira família portuguesa como a minha, isso não poderia ser mais adequado.
5 comentários:
... como já ouvi um amigo nosso dizer "os amigos escolhem-se, as famílias não"
Revejo-me inteiramente, também eu fui, ou sou, a rebelde da família, ou como gosto de me chamar carinhosamente, "a ovelha negra"!! :)
Na realidade, há alguns anos atrás já estava eu fora de casa, e por força das circunstâncias a certa altura os meus pais viviam com a minha avó e duas tias minhas em casa. Os fins-de-semana, olhando agora para trás porderão considerar-se hilariantes, mas na realidade, era um stress passar mais de dois dias com eles...
Amigo... Ainda te chateias com isso? Deixa lá, pá. Não te chateies com isso. Faz como eu. "Vocês são todos os maiores, a vossa opinião é a melhor. E não sei o que fazia sem vocês. Ok, passa-me o sal".
Essa coisa da perfeição familiar cheira-me sempre a esturro... parece-me sempre que o vernniz pode estalar a qualquer momento e de repente desata tudo à bofetada em qualquer sitio.
Confesso que já começo a ter a abordagem do Nuno Só... a maior parte das vezes em que os assuntos nem são particularmente relevantes ou não são assuntos que me envolvam directamente, encolho os ombros reviro os olhos em sinal de desaprovação, viro as costas e vou-me embora. Não é "passa-me o sal" mas é mais até amanhã... Mas muitas vezes fico a roer-me todo por dentro.
Mas esse tipo de reuniões familiares que falas são o ideal de familia para mim. Está tudo tão ocupado e distraido a falar mal de alguém que não está ou a explorar os caminhos tortuosos que o demónio nos leva a tomar nesta sociedade, sim porque "isto antigamente não era nada assim...", que eu quase consigo passar despercebido....
"Percebem o choque de emoções que aqui se passa?"
Ohhhhhhhh, se percebo!!!!!!! É que eu também sou a ovelha da família... às tantas dei por mim a fazer o mm que tu. Mais vele assim...
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