Também folheando as páginas do jornal hoje de manhã, descobri que neste pequeno planeta que é o nosso, tenho a companhia de mais 6.499.999.999 seres humanos. E se isto não chegasse para me pôr no meu devido lugar de pequena gotícula deste grande oceano de humanidade, o facto de saber que desde que comecei a escrever estas palavras (há sensivelmente 30 segundos atrás) já nasceram 123 pessoas e faleceram outras 54, ainda me deixa mais pequenino.
Se dúvidas houvesse de que somos a espécie que mais popula este calhau à beira-universo plantado, estes números comprovam-no por larga margem. Não me parece que hajam 6,5 mil milhões de baleias azuis, ou 6,5 mil milhões de elefantes africanos, ou mesmo 6,5 mil milhões de pandas. Aliás, não penso que fossemos capazes, enquanto espécie, de conviver com mais 6,5 mil milhões de qualquer outro animal, ou não fossemos nós o "super-predador". Ao menos os predadores normais matam por coisas específicas como alimento, continuação da espécie ou, principalmente, por uma questão de sobrevivência. Nós, por outro lado, matamos por coisas tão abstractas como fronteiras, religião, auto-determinação, liberdade de expressão ou, simplesmente, porque nos parece uma boa ideia.
Segundo o artigo do DN, preve-se que em 2012 haverá mais 500 mil milhões de homo sapiens a calcorrear o planeta Terra. Será que estes vão olhar mais pelo planeta que lhes serve de casa? Será que estes vão olhar mais pelas outras espécies que também precisam desta casa? Ou será que quando de facto nos preocuparmos mais com isto e menos com a chacina ou a morte pela fome de mais seres irmãos humanos, já será demasiado tarde?
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