Apesar de nos últimos tempos ter re-adquirido o hábito de ler a imprensa online (fruto da minha maior permanência no mundo weberiano), não deixo de em algumas ocasiões, normalmente durante o fim-de-semana, de comprar o jornal e folheá-lo ao sabor de uma bica. Não, não é uma questão de nostalgia ou algo parecido, apenas um hábito que ainda não perdi...
Hoje, no Diário de Notícias, tive o prazer de ler uma pequena crónica de João Céu e Silva, da qual muito me agradou o tom afável, descomprometido, e nada sombraceiro. Mas... Apesar de muito gostar das pequenas maravilhas que este nosso país encerra, e que por vezes não têm o devido e merecido respeito, também acho que há limites para o nosso "patriotismo" e que não devemos deixar que a emoção tolde a razão. Meu caro João, independentemente das boas memórias que ainda guardo do Parque Eduardo VII (que infelizmente já são quase todas da década de 80, salvando-se a anual romaria à Feira do Livro), não acho justa a comparação com o Central Park de Nova Iorque, pela simples razão que este último tem uma dimensão e "aura" completamente diferentes do nosso Parque. É certo que toneladas de filmes made in Hollywood também ajudam a demonstrar isso mesmo, mas a verdade é que pelo que sei, pelo que li e pelo que vi e vejo, enquanto que o Central Park fez a evolução de "antro" perigoso e pouco recomendável para um dos ícones da Grande Maçã, poderíamos dizer que o Parque Eduardo VII realizou o mesmo percurso mas no sentido inverso. É claro que a desertificação do centro lisboeta também ajudou a que isto acontecesse, mas o certo é que aconteceu...
Assim sendo, tal como a baixa lisboeta e a foz do Porto são parte integrante do meu património emocional, também o Central Park, a Rambla de Barcelona ou a Cidade Proibida em Pequim fazem parte deste mesmo património.
Dito isto, continuação de boas crónicas!
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