sexta-feira, abril 25, 2008

Do vazio.



Sempre gostei de História. De ler livros sobre os acontecimentos passados e tudo aquilo que se passou até à Humanidade chegar aos nossos dias. De ler tudo aquilo de bom que os homens conseguem fazer quando assim se propõem e de ler todas as barbaridades que também fomos capazes de executar no passado, de modo que a memória não seja apagada e que haja uma réstia de esperança de que não se cometam os mesmos erros. Mas uma coisa é lermos os livros de História e outra é vermo-nos imersos directamente nessa mesma História, e mais emocional ainda se fôr no lado mais negro da mesma. Por isso, e num dia que para mim, português, representará sempre a imagem da liberdade, gostava de deixar um pequeno memorial a todos aqueles inocentes que tombaram sem poderem conhecer a liberdade e morreram às mãos de carrascos sem escrúpulos que não merecem sequer ser chamados de homens. Aqui e, mais importante ainda, lá fora, e tudo apenas porque foram rotulados como se tivessem a lepra. Descansem em paz.

2 comentários:

Anónimo disse...

Senti o mesmo.
Pensei em escrever sobre isso tal como tu.

De forma subtil e quase estranha, lá as coisas tornaram-se mais reais, não porque tenha descoberto horrores ou contornos da história que não conhecia, mas porque os números ganharam rosto.

Um rosto que não era nem de um actor num filme, nem estava numa fotografia de um livro.

Como se as telas e letras, ali, tivessem uma essência especial que se infiltrava na alma.

O que vi nos museus e memoriais que visitámos, desdobrou a História em várias histórias, várias famílias, em pessoas.

Tocou-me de um forma suave e ao mesmo tempo quase esmagadora.

Já chorei a ver documentários sobre o Nazismo e até mesmo sobre o muro de Berlim.

Curiosamente lá não chorei. Talvez porque inconscientemente me tenha apercebido que não tinha direito a sofrer por dores que não eram realmente minhas.

No meio disto tudo gostei também de recordar, que mesmo na escuridão e alheamento há sempre quem lute, quem se recuse a ir com a maré e ajude os outros mesmo correndo risco de vida.

bjs
RF

Micas disse...

Uma bonita e sentida homenagem. Porém não devemos esquecer que ainda hoje, e a cada minuto, há inocentes que continuam a ser exterminados por outros carrascos e bestas, será que temos feito alguma coisa para ajudar???...