Se há uma banda capaz de personificar o "remar contra a corrente" no difícil e por vezes pouco proveitoso panorama musical nacional, essa banda são os The Gift. Apesar de hoje em dia os seus discos já serem distribuídos por uma multinacional, eles continuam a ter o controlo criativo sobre tudo o que os rodeia, inclusivé a editora que por eles foi formada.
Só isto já seria de louvar, mas depois temos a música. E a música é de uma beleza inconfundível que nos envolve e nos deixa quase num transe electrónico. Seja com ambientes luminosos ou outros mais escuros, os Gift conseguem uma originalidade e sensibilidade pop que nos deixa a trautear as suas músicas muito depois de as ouvirmos. Não tenho dúvidas que daqui a uns anos também recordaremos com saudade músicas como "Ok, Do You Want Something Simple?", "Question Of Love", ou o mais recente "Driving You Slow".
Outra coisa que sobressai é a sua honestidade enquanto músicos. Ao olharmos para a música dos Gift tanto podemos ouvir ecos do passado (Depeche Mode) como sons do presente (Zero 7), mas os próprios Gift resolvem essas dúvidas. Na música "1977", do último album "AM-FM", levam-nos numa viagem no tempo, onde nos vão revelando as suas influências e, ao mesmo, prestam-lhes tributo (Smiths, Radiohead, etc). Boas companhias, é verdade, e cujo toque de génio parece contagiar a música dos Gift, especialmente no último album, uma verdadeira jóia que não tem largado a minha aparelhagem.
Como eles próprios nos dizem, "I'm doing it for music, I'm doing it for love..."
2 comentários:
Meu amigo... muito bom... muito bem dito e muito bem escolhido. Os gift são cada vez mais uma referência
E já agora parabéns duplos... pelo aniversário e pelo blog. Julgavas que eu não te denunciava aos teus leitors?
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