segunda-feira, julho 27, 2009

«Estilhaços orgânicos»

Gostava de conhecer este senhor,


para saber se n'O homem em queda há uma referência a este senhor,


e, já agora, o que ele pensará do filme que este outro senhor está a planear fazer.


domingo, julho 26, 2009

Prenda Minha - III

Imortalidade.

Foi-me lembrado hoje que essa sim, seria a perfeita prenda para te dar no próximo Natal.

E foi doloroso ser recordado assim, dessa forma.

Custa-me ver-te assim.

Não te posso dar alguns dos meus futuros anos? Eu não me importo, a sério.

Tudo o que seja preciso para te dar forças.

Ou para te dar algo próximo da imortalidade.

Como as palavras, que são eternas.

Mesmo aquelas das quais já nos arrependemos de ter dito ou ter escrito.

Imortalidade. A tua, para sempre.

Parafraseando


"Sou, de facto, um corpo estranho. E para o confirmar, basta-me simplesmente olhar para o lado. Aquilo que poderia passar por um extravazar de sentimentos devido a uma violência por demais psicológica, não passava de uma birra. Uma birra de alguém que ainda não sabe rigorosamente nada da vida. Que pensa que merece tudo e que tem direito a ser sempre ouvida. Mas há mais. Umas escadas acima, o comprovativo de que há algo em mim que não funciona como deve de ser. Ou que pelo menos não funciona como nos outros. Enquanto neles tudo é fácil, reconfortante e assumido, em mim acaba por haver sempre buracos na estrada, espinhos nas rosas que tento segurar e precipícios ao virar da esquina. E no fundo, acho que sou eu próprio que acabo por criar tudo isso. Será um íntimo desejo de ser realmente um corpo estranho? Não sei, se calhar preciso de me deitar no divâ e compreender realmente do que tratam todas estas palavras alinhavadas. Até lá, estranho me mantenho, com todo o arrependimento que isso traz."

das profundidades mais obscuras da minha alma

quinta-feira, julho 23, 2009

Prenda Minha - II

Há qualquer coisa no acto de ver as minhas fotografias antigas com o qual não sei muito bem como lidar. Ao mesmo tempo que me deixo invadir por um sentimento aconchegante de memórias esquecidas e sensações reavivadas, não deixo de olhar para os pequenos rectângulos mate como vidas passadas. Coisas que ficaram lá atrás, capturadas num ínfimo momento, transportadas momentaneamente para o presente, mas com o passado como enquadramento. Para além do óbvio (um cabelo mais farto, menos pelos faciais, inclusivé, por vezes, a ausência do auxiliar de visão), há sempre algo na expressão daquele meu outro eu que me deixa desconcertado. Sim, lembro-me do que estaria a passar pela minha cabeça naquele preciso momento (ou pelo menos acho que me lembro), e num ápice consigo transportar-me para aquele dia e saber onde estava e com quem estava e até se teria menos ou mais preocupações do que agora. E depois deixo-me ficar a olhar, só isso. A ver todos os pequeninos pormenores de cada foto. Aquele sorriso. Aquele abraço envolvente. O cabelo que se agita ao sabor do vento. As pessoas a passarem ao meu lado. As árvores lá atrás. A praia que se estende por todo o pequeno rectângulo fotográfico. Os prédios que me rodeiam, que sempre me rodearam. O azul infinito. E cresce em mim uma sensação de perda. É claro que há coisas que me vão acompanhando ao longo dos anos, dos muitos anos fotográficos que já levo, e há até outras que se foram juntando ao longo do caminho. Mas não consigo evitar pensar em tudo o que ficou preso no passado, ali registado, e que nunca mais voltou. E que afinal de contas teve a duração de um minusculo segundo no grande esquema das coisas. E é isso que acaba por me deixar quase sempre um bocadinho melancólico e a pensar em tolos "e se...".

(E quando o raio das fotos se põem a andar de um lado para o outro, sem que as consigamos manter no sítio correcto? Merda para o raio das formatações...)

Processo disciplinar - II

És ignóbil! Não tens emenda! O teu mau-feitio não tem fim, por mais vezes que pareça que já não me consegues surpreender! Sempre a arrastares-te por aí, sem destino, sem um objectivo em vista, sempre de um lado para o outro, sem decidires finalmente o que queres da vida! Como é que podes ser assim? Meu grandessissímo traste, espécie de verme inútil! Mas estás à espera de quê? Que a sorte caia no teu colo e te torne o ser mais especial à face do planeta? Mas és burro ou simplesmente ainda acreditas em contos de fadas? Quem te manda passar o tempo enterrado em livros e mais livros, passando de página para página interminavelmente, deixando os dias passarem assim, completamente vagos de algo que realmente faça de ti um elemento valioso para esta sociedade já tão recheada de idiotas sonhadores como tu... És louco, parvo e estúpido, tudo ao mesmo tempo! Odeio-te e só gostava de me ver livre de ti!

E depois de ouvir tudo aquilo, o esparguete não teve outra decisão que não fosse pegar nas suas almôndegas, meter o frasco de quetchupe na mala, colocar o chapéu de palha e sair pela porta da frente, deixando as chaves em cima do móvel da entrada.

Processo disciplinar

Cala-te, por favor. Não grites mais, é excusado.

Não sabes como na verdade estás a agredi-lo tanto como a mim mesmo. Sinto o meu coração ficar pequenino, do tamanho de um grão de areia, de cada vez que abres a boca na sua direcção. Sentiria menos dor se simplesmente me cravasses uma faca no peito.

Ele não te compreende, será que não entendes?

E porque não fazer-lhe a vontade, deixá-lo ter a razão que ele pensa que ainda tem? Será que te custava assim tanto dar o braço a torcer e com isso torcer a verdade por uma boa causa? Eu sei, eu sei, eu deveria ser a última pessoa a defendê-lo, ainda me lembro bem das vezes que o confrontava com as minhas naturais dúvidas de adolescente, que tudo questionava e que tudo tentava colocar em causa, apenas mais um pretexto para uma guerra de palavras sem trégua.

Vê como ele está. Vê como ele ficou. E tu, porque estás assim, tão alterada?

Sim, as refeições calado, no meu canto da mesa, sob o seu olhar acusador. O sair desesperado da mesa e sempre recriminado pela minha falta de respeito, um puto sem a mínima educação, como era possível. A subida, sempre com a raiva em chamas, das escadas que tanto me ensinaram, as escadas onde passámos dias e noites de sabedoria que nenhum livro seria capaz de me incutir. As escadas onde tu e eu resolvíamos as nossas diferenças, onde voltávamos a sorrir um para o outro, onde o acordo de paz era quase sempre assinado com o recurso a um caneco de água. Sim, não me esqueço e quem me dera que tu também não esquecesses.

Vamos sair, vamos apanhar ar, vamos esticar as pernas, vamos conversar um bocadinho lá fora.

Vamos sair, vamos apanhar ar, vamos esticar as pernas, vamos conversar um bocadinho lá fora. Tenho uma ideia. Vamos caminhar ao contrário, voltar no tempo e fazer de conta que estamos outra vez ali, à beira da estrada. Com os nossos sorrisos eternamente presentes.

terça-feira, julho 21, 2009

Repreensão

"Depois de fuzilado
ao levar
o tiro na nuca pra acabar
chateou-se
e viu-se obrigado
a explicar
ao major
que comandava o pelotão
que o tinha fuzilado
por favor
preste atenção
e não me obrigue a repetir
a repreensão
na próxima vez
que mandar matar
dê tempo ao morto
pra gritar
convicto
um último viva a revolução"

Mário-Henrique Leiria

sábado, julho 18, 2009

Ondas Sonoras - XXXVII


Norberto Lobo merecia ser mais conhecido. Porquê? Porque a sua música merecia passar por muitos e muitos pares de tímpanos. Eu, obviamente, não sou imparcial. Há algo no som de uma guitarra que sempre me fez sonhar, imaginar mundos, histórias, tudo aquilo que o mundo real não nos proporciona. E provavelmente o grande "culpado" por este amor às cordas da guitarra terá sido o incomparável mestre Carlos Paredes. Na altura, muito novinho, em que comecei a dar de caras com o fado, torci o nariz, virei a cara e não gostei nada daquilo. Pelo menos até ouvir a forma como a guitarra de Carlos Paredes chorava, ria, dançava e flutuava pelo ar. Não me cansava de ouvir os acordes que o mestre arrancava das cordas, de tal forma que durante muitos e muitos anos era a única coisa relacionada com fado que conseguia ouvir. Também houve uma altura em aprendi a tocar uns míseros acordes numa viola, em casa de um amigo. Aprendi umas coisas e senti-me mais próximo de todos os guitarristas que alguma vez tinha ouvido. Mas deixou de haver prática, e como tal tudo esqueci. E acho que esqueci todo esse enamoramento com a guitarra até ouvir a música de Norberto Lobo. E aí, todas aquelas sensações de começar a escrever inspirado em canções que apenas provinham de uma guitarra, voltaram todas ao mesmo tempo, deixando-me deslumbrado com a imaginação deste músico que, repito, merecia ter todo o país aos seus pés. "Mudar de Bina" era muito bom, mas "Pata Lenta" eleva a sua música a um patamar de criatividade como poucos. Das curvas e contra-curvas de "Ayrton Senna", ao sublime "Samantra", chegando a uma bonita e frágil versão de "Unravel" de miss Björk, todo o disco podia ser um sonho. Um daqueles sonhos do qual não queremos despertar, de tão maravilhoso que é...




quarta-feira, julho 15, 2009

O silêncio

"Voltou-se devagar, sentou-se de novo, recomeçou a escrever, parou pouco depois, atravessou a sala sem saber ao certo o que procurava, entrou na cozinha sem acender a luz - a tristeza, pensou de repente, a chuva enervante, a tarde vazia avançando, nada se possuindo jamais, o tempo como fumo. Recomeçar? A ilusão de recomeçar. A visão fascinada e ansiosa, a serena visão desencantada. Não há nada no amor, dissera-lhe, mas sentira que essa frase era talvez absurda e corrigira: há pelo menos o amor em si próprio, mas isso era também apenas uma frase e ele odiou-se por ter cedido a tentar transpor sentimentos em palavras, porque tudo era sempre tão errado, uma vez dito. Acendeu a luz da entrada e viu-se de repente no espelho - dois momentos sobrepostos no tempo, dois corpos sobrepostos, um corpo no limiar do declínio e um corpo jovem, apressado, trémulo, procurando ainda a sua própria forma. A coragem de enfrentar o nada e continuar vivendo. O desespero como uma forma de amor, a casa oca, parada, vazia da presença dela, um vazio em que ele sofria e chamava. Sentou-se de novo diante da folha de papel, voltou a levantar-se, encostou-se à janela. A chuva caía agora com mais força, uma chuva de verão, rebentando com violência no céu ainda claro. Até ao fim do mundo iria procurá-la, pensou, como um desafio, atravessaria o mundo debaixo da chuva até encontrá-la (...)"

Teolinda Gersão


terça-feira, julho 14, 2009

Céu(s azuis)





Prenda Minha - I

Começa a ser hábito, que não deliberado, falar em Natal por alturas do Verão, neste recanto virtual. Não vou deixar links, mas se fizerem um exercício de arqueologia bloguística, irão encontrar no arquivo, em anos anteriores por alturas dos meses veraneantes, alguns escritos relacionados com essa quadra festiva. Nem sempre pelas melhores razões, pois o trabalho tem a terrível mania de se embrenhar acostumadamente cedo por esses caminhos de grinaldas, brinquedos e presépios, mas em outras alturas, a referência natalícia é feita por motivos realmente solidários e livres de qualquer repentino instinto consumista. O que, no fundo, apenas ilustra ambos os lados que se apoderam deste vosso escriba quando o 25 de Dezembro começa a surgir cada vez mais próximo do horizonte. Basicamente, como escreveu Dickens, it was the best of times, it was the worst of times. Mesmo assim, tenho a felicidade de dizer que as boas recordações que tenho do Natal suplantam em muito as menos boas, o que resulta numa pequena migalha de cinismo no enorme bolo de chocolate de felicidade infantil que o Natal para mim significa. Toda esta divagação apenas para dizer que ontem começou a ser feita a lista de prendas. E que já há candidatos a participarem dela, ainda que não o saibam. Ou como apanhar um pouco de sol na cabeça, pode trazer efeitos secundários tão ambiciosos como insanes.

E sim, haverá cenas dos próximos capítulos.

segunda-feira, julho 13, 2009

Natal...

... é conseguir imaginar uma prenda realmente especial para dar no 25 de Dezembro, enquanto na rua ainda estão uns vinte e tal graus e temos um sorriso parvo na cara cheio de ansiedade para ver o que esta ou aquela pessoa vão pensar da prenda realmente especial.

Exit


Qual seria a sensação de concretizar a fuga? Naqueles dias, ele não conseguia pensar noutra coisa que não fosse simplesmente bater com a porta, mandar todo aquele quotidiano à merda e simplesmente fugir, correr, deixar toda aquela existência rasteira para trás das costas. Haveria culpas dele, certamente, ele tinha assinado por baixo e era portanto com o seu consentimento que tudo aquilo tinha acontecido. Mas nunca teria ele imaginado que as coisas chegassem a um ponto em que ele sinceramente contemplasse terminar com tudo, realmente tudo. E por isso é que agora apenas lhe ocorria fugir, para onde ninguém o conseguisse encontrar. Nem aqueles que amava, nem aqueles que odiava. Apenas e só começar tudo do zero. Uma espécie de renascimento da sua pseudo-alma. Melhor e menos drama queen, um reset da massa cinzenta, esquecendo toda a angústia e dor que os últimos dez anos da sua vida lhe tinham proporcionado. Era triste aquela fuga, pois deixava também muita coisa boa para trás. Mas o que fazer com amizades que no último segundo não chegavam para o salvar? O que fazer com todas aquelas fotografias estupendas, que agora apenas se limitavam a ganhar pó em albuns e caixas? O que fazer com amores tão apaixonadamente vividos, que agora se tinham tornado em memórias azedumes que nenhum sistema de suporte de vida conseguia reanimar? No balancete das coisas, o passivo conseguia enterrar os restos mortais do activo. E por isso não havia outro caminho. Tinha de fugir, para lá da linha do horizonte e antes do sol se pôr. Qual mísera caricatura de um lucky luke sem sombra nem cavalo.

domingo, julho 12, 2009

Pela boca...

Ás vezes há coisas que parecem voltar para nos provar que nem sempre temos razão, ou para contrariar aquilo que pensemos ser a nossa razão. É o caso deste casaco. Este casaco decidiu atraiçoar-me, vil e rasteiramente. Quase se pensaria que leu as minhas palavras de oca esperança e achou que eu não o direito de o avaliar assim, daquela forma. E vai daí, tornou-se ainda mais antiquado, mais apertado, mais parecendo uma camisa-de-forças, apertando-me com a força das suas palavras amargas e vazias de verdadeiro amor. Não me parece que vá vesti-lo tão cedo. Poderei ceder à sua presença, mais não seja porque há elos que não se quebram, mas vesti-lo... Não, não consigo perante tamanha ignorância e soberba. Fica para outros o usarem, se não tiverem problemas em fecharem a sua própria alma dentro daquele casaco ultrapassado...

segunda-feira, julho 06, 2009

The UFO Menace

"Interestingly, according to modern astronomers, space is finite. This is a very comforting thought - particularly for people who can never remember where they have left things. The key factor in thinking about the universe, however, is that it is expanding and will one day break apart and disappear. That is why if the girl in the office down the hall has some good points but perhaps not all the qualities you require it's best to compromise."

Woody Allen


domingo, julho 05, 2009

O teu nome

"às vezes
dá-me pena que me
falte a destreza
para conceber um daqueles
poemas cheios de palavras
indomáveis mas de gostosa
cifra, daqueles que têm
um som mesmo bom
de ouvir, fonética
e sintacticamente
irresistíveis,
mesmo para quem não
avançou muito nos estudos.
um poema extenso, intrincado,
calibre de guerra mas leve
como sapatilha de ballet
ah! antes de to oferecer
dobrar a lírica em quatro
e atar-lhe um lacinho
à volta das redondilhas
plenas da cultura geral
que eu não tenho!
só o título desse poema
queria que fosse de chapa
mas ainda mais perfeito
na palavra,

o teu nome."

(da autoria de alguém que "conheci" como Abssinto,
e que me chegou via a novel Revista Zero Nove)

sábado, julho 04, 2009

Na escuridão


>Yuri Kozyrev, Russia, Noor for Time.

Rajiha Jihad Jassim (37) stands with her son Sarhan, in Baghdad, Iraq. Her husband, Gazie Swadi Tofan, was kidnapped in November 2006 and is still missing. For months she visited the city morgue, in case she could recognize her husband among the dead. With five children and no family income, she can no longer pay the bus fare so does not go to the morgue any more, but still hopes for Tofan's return.

Fucked-up families


"Even the most primitive of societies have an innate respect for the insane."

Elegia


Há uma série de coisas que me trespassaram a alma ao ver este filme. Há o sentimento de me perder, ao mesmo tempo, entre a beleza das linhas que fazem parte do corpo e da alma de Consuela e entre as cicatrizes temporais que vemos no rosto de pessoas como David, George e Amy e que também ouvimos nas suas palavras. Também sinto a falta de um grande amor, daqueles que nos deixa sem outros pensamentos na nossa mente, um amor que nos absorve por completo, que nos arrasta para o seu interior e não nos deixa sair daquele espaço, o espaço que apenas nós os dois sabemos que existe na comunhão dos nossos corpos e almas. O filme também me lembra algo que já sabia mas que quase tinha esquecido, que não quero nunca ter de enterrar amigos meus, amigos daqueles com os quais partilhamos laços de sangue, mais intensos ainda do que se fossem nossos familiares. Já o tive de fazer por duas ocasiões e foram tempos bem negros, esses. Foram alturas em que questionei tudo o que me rodeava, a justiça do desaparecimento de alguém que ainda nem sequer saiu da primavera da vida e não teve direito a caminhar na direcção das outras estações. Foram momentos de uma dor estranha, confusa, que nos aperta o coração e nos faz perguntar o que fizémos para merecer estar aqui. E finalmente, lembrou-me também que há tristezas que nunca nos abandonam, que caminham connosco de mão dada, imagens e lágrimas que parecem adormecidas mas que no espaço de um segundo estão ali, novamente a serem vividas, e que nem assim a dor se torna mais suportável. Lembramos os bons momentos, os risos, os abraços, as afinidades, mas recordamos também as lágrimas, a doença, as dores e o momento da despedida. Tudo como se tivesse acontecido ontem.

Um filme que nos faz pensar nisto tudo apenas pode ser necessariamente interessante. E para mais, havia um piano na história. Razões mais do que suficientes para o ver.


George O'Hearn: Beautiful women are invisible.
David Kepesh: Invisible? What the hell does that mean? Invisible? They jump out at you. A beautiful woman, she stands out. She stands apart. You can't miss her.
George O'Hearn: But we never actually see the person. We see the beautiful shell. We're blocked by the beauty barrier. Yeah, we're so dazzled by the outside that we never make it inside.


quinta-feira, julho 02, 2009


Não gostava de morar num mundo pós-apocalíptico, apercebo-me agora disso. Um mundo que tivesse sido devastado pelas criações destruidoras do homem seria algo demasiado negro para mim. Viver rodeado do permanente sentimento da morte eminente, às mãos de um qualquer bando de revolucionários de alguibeira ou de agentes policiais transformados em braço armado de um lunático, são algumas das imagens que de repente me assolam o cérebro quando penso nessa possibilidade de mundo. Definitivamente o futuro, por vezes, consegue ser algo de perfeitamente assustador. Não é sempre, mas às vezes, quando se liga a televisão, quando se pega num livro ou quando se vê um filme que nos deixa a pensar. A pensar que por muito conhecimento que acumulemos na nossa fugaz existência, o desconhecido ocupará sempre a maior percentagem na nossa mente. Resta-nos acreditar que, no derradeiro fim, os princípios que deviam nortear o humanidade, como o amor e a amizade, serão mesmo a última coisa a ser vaporizada numa bola de fogo infernal...