quinta-feira, julho 23, 2009

Processo disciplinar - II

És ignóbil! Não tens emenda! O teu mau-feitio não tem fim, por mais vezes que pareça que já não me consegues surpreender! Sempre a arrastares-te por aí, sem destino, sem um objectivo em vista, sempre de um lado para o outro, sem decidires finalmente o que queres da vida! Como é que podes ser assim? Meu grandessissímo traste, espécie de verme inútil! Mas estás à espera de quê? Que a sorte caia no teu colo e te torne o ser mais especial à face do planeta? Mas és burro ou simplesmente ainda acreditas em contos de fadas? Quem te manda passar o tempo enterrado em livros e mais livros, passando de página para página interminavelmente, deixando os dias passarem assim, completamente vagos de algo que realmente faça de ti um elemento valioso para esta sociedade já tão recheada de idiotas sonhadores como tu... És louco, parvo e estúpido, tudo ao mesmo tempo! Odeio-te e só gostava de me ver livre de ti!

E depois de ouvir tudo aquilo, o esparguete não teve outra decisão que não fosse pegar nas suas almôndegas, meter o frasco de quetchupe na mala, colocar o chapéu de palha e sair pela porta da frente, deixando as chaves em cima do móvel da entrada.

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