domingo, janeiro 20, 2008

Tabuleiros

Mais um rodar dos dados, mais notas que são distribuidas, alguém que passa a vida na prisão e não consegue completar uma única volta ao tabuleiro. Uns compram casas, outras preferem as ruas que lhe são mais importantes que qualquer soma de dinheiro, aquelas ruas que apenas têm valor sentimental aos seus olhos. É altura de fazer as contas às propriedades, porque acabam de chegar mais convivas e é altura de dar a volta ao mundo, algo a que nenhum de nós é alheio, chegámos ao nosso destino, é este o nosso jogo, não temos dúvidas. Queijo atrás de queijo, pergunta atrás de pergunta, umas (muitas) fáceis, outras (poucas) dificeis ou então de resposta precipitada. Karl Marx não está ali, a barragem é do outro lado, a língua oficial são duas, até que chegamos ao outro lado do planeta, os antípodas, e ficamos a saber que são voluntários, os pobres coitados (de nós, que acabamos por perder o jogo e ganhar uma ida aos gelados). Muda tudo, baralha tudo, explica tudo e passa-se as cartas à volta da mesa. Cores e números, salta a vez, vira o sentido, tomá lá duas, toma lá mais quatro e no fundo são as nossas amizades que estão a ser postas à prova (ou não). Mas isto não tem fim? Vá, está na altura de ir buscar o dicionário para mais uma guerra dos sexos. Se bem que está tudo definido à partida. Já sabemos como tudo vai acabar, há profissionais da palavra do outro lado da barricada e que não nos vão dar hipóteses. A única forma que poderíamos ter de ganhar este labirinto de letras seria se falássemos polaco ou ucraniano ou um outro qualquer idioma com umas quinze consoantes por palavra. Pelo meio do olhos ensonados e das prementes dores de cabeça, lá acabamos por chegar ao desfecho previsível. E assim ficou uma noite para repetir, com as afinidades bem vivas entre todos nós. Isso e uma palavra que vai ficar por aqui por muito tempo...

empinocar

verbo transitivo




colocar em sítio alto;


verbo reflexo




empoleirar-se;

(De em-+pinoco+-ar)

2 comentários:

PenaBranca disse...

da próxima vez temos que arranjar um amuleto que espante as pestes e nos diga onde morreu o KM. pode ser que tenhamos mais sorte :-)

Nuno Guronsan disse...

Só sei que da próxima eu não tiro qualquer letra do saco... Safa!!!