domingo, agosto 28, 2011

Interregno.

Tenho tanta coisa para escrever. Tantas coisas que gostava de vos contar. Mas receio que se o fizer agora, apenas conseguirei colocar aqui lágrimas e não palavras. Por isso, e enquanto faço uma pausa na palavra escrita, deixo aqui algo que já tem mais de dois anos. É só um parágrafo, mas neste momento nem o consigo acabar de ler. Adeus, meu querido António.

Ontem partilhámos provavelmente o momento mais íntimo que alguma vez tivémos. Bem sei que era uma actividade perfeitamente banal, mas quando os meus olhos encontraram os teus continuamente marejados pelas lágrimas que agora te aparecem tão facilmente, por pouco não chorei também. Armei-me em forte e sorri e pedi o teu sorriso, que de tão bonito devias exibi-lo todos os dias. Quando viraste as costas, enxuguei as minhas lágrimas enquanto pensei que momentos como aquele são aqueles que irei guardar no meu coração quando a tua hora de partir der os primeiros sinais. E derramei mais algumas lágrimas quando pensei nisto.

(escrito nesta data.)

2 comentários:

calamity disse...

Uma vez li algo que dizia qualquer coisa do género guardar algo de ti seria conceber que poderia esquecer-te.
Os que amamos nunca se vão.
Nunca partem.
Fazem parte.
Constroem-nos, na memória e no amor que geram em nós.
Gostar é um acto perpétuo em si.
E depois das lágrimas, vem um sorriso bom a acompanhar a sensação de presença permanente, acredita.
Beijos do Norte

Nuno Guronsan disse...

Como sempre, as tuas palavras correm directamente para o meu coração.
Obrigado, amiga.
Beijinho grande aqui dos alentejos.