quinta-feira, agosto 04, 2011

Do mesmo sangue.


Ao longo da minha vida tem havido uma série de momentos, comigo e sem mim, que tento evitar que caia naquele abismo do nosso cérebro onde muitas das memórias se deixam ir até ao desaparecimento eterno. Recordo-as uma e outra vez, com a ajuda dos que lá estiveram, reavivando a mente dos contornos de cada momento, cada palavra dita, cada imagem que passou pela retina. Tento sempre, sem desistir, pois são momentos que constituíram em granda parte aquilo que sou neste exacto momento em que escrevo estas palavras. Tudo isto sou seu, é o mantra a utilizar. Até porque, e estamos a chegar lá, em grande parte desses instantâneos do quotidiano, não houve polaroides a acompanhar os momentos, ficando as imagens apenas naquilo que é conhecido pela massa cinzenta. Daí que, com a facilidade de nos dias de hoje qualquer coisa ser capaz de tirar fotografias, acreditem que é um enorme alegria poder registar um momento que, ao mesmo tempo que me fez recuar no tempo, fez-me acreditar que o futuro está já ali, à minha frente, que a distância não existe quando os corações batem em simultâneo, quando os olhares de muitos e muitos anos se cruzam mais uma vez, e de que efectivamente blood runs thicker than water. Haja muitos instantes assim.


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