segunda-feira, agosto 29, 2011

Parêntesis.

Hoje foi um dia complicado. De coração apertado. Com vontade de estar junto daqueles com quem tinha estado até ontem. Com saudades deles todos, vivos e mortos. Na verdade, e agora que me ponho a pensar, já não sentia realmente isto, e com tanta força, desde o primeiro ano deste século. Ou o último ano do século passado, escolha-se a doutrina que se quiser. Não sentia tamanho peso dentro de mim desde aqueles dias, em que errava pelas ruas sem destino, sem pontos de referência, com as indicações cheias de caracteres estranhos e incompreensíveis. O sentimento é igual, ainda que hoje não tenha tido tempo para andar pelas ruas. E tal como nessa altura agora longínqua, quase como se de outra vida se tratasse, chego também ao fim do dia sem forças e sem vontade de continuar, mas sabendo, no meu íntimo, que tudo passa e que tudo tem de seguir em frente, por mais dor e saudades que se tenha. Valha-nos as ligações telefónicas, no caso dos vivos. Valha-nos as memórias e histórias acumuladas ao longo de uma vida, no caso dos mortos.

Descanso. Amanhã vai correr melhor.


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