quinta-feira, julho 28, 2011

A tua voz.

Estes dias têm vindo a ser uma confirmação de como a nossa vida, o nosso ser, é de uma fragilidade tão grande que nem sonhamos. De como de um dia para o outro, deixamos de ser capazes de ter a memória apurada até ao fim dos nossos dias, ou as pernas que até ontem nos permitiam percorrer quilómetros como se nada fosse. O tempo consegue ser bondoso, mas na maior parte dos casos, e por muito que lutemos contra, será impiedoso e deixará as suas marcas profundas, com quais temos que viver, dia sim dia sim, com um sorriso nos lábios e com lágrimas nos olhos, alegria e tristeza de mãos dadas, por nós e por aqueles que nos rodeiam. Não há muito para dizer, na realidade sem que não fique inundado por uma onda de dor e tristeza, premonitória do que ainda está para vir e que teremos, como um todo, que enfrentar. Apenas quero aqui deixar que já não tenho medo da morte, tenho sim medo de envelhecer. Assim. Desta forma. Ponto final.


5 comentários:

Luisinha disse...

Não deixo de concordar contigo, que envelhecer em determinadas condições de vida, é deveras difícil e complicado. Mas não perco a esperança que tudo possa vir a ser melhor e que amanhã é um novo dia com novas soluções para enfrentar o futuro com dignidade e em melhores condições.

Nuno Guronsan disse...

É como tudo. Só quando nos bate à porta é que realmente pensamos nisto. E a esperança é uma palavra muito ténue para aplicar aqui.

Beijos, minha querida.

Lipincot Surley disse...

gostei da escrita, parabéns
:)

LS

A.na disse...

É a inevitabilidade do ser :)

Enquanto cá andarmos temos de fazê-lo da melhor forma possível. Tu sabes como eu te entendo e o real significado que dou às tuas palavras... o que dói pelos outros, os que amamos e não queremos ver partir ou viver da pior maneira.

Quanto ao teu último parágrafo, estas palavras sábias: “I went to the woods because I wanted to live deliberately, I wanted to live deep and suck out all the marrow of life, To put to rout all that was not life and not when I had come to die Discover that I had not lived.”

:)

Nuno Guronsan disse...

Obrigado, Lipincot. Pela simpatia.

Obrigado, A.na. Pelas tuas palavras e pelas de outrém. E mesmo sendo a inevitabilidade do ser, dói imenso e custa ter que passar por estas provações. E pronto, é isso. Beijos.