Matilde Campilho
terça-feira, março 03, 2015
M
“Porque tinha sal em minhas pestanas, porque existe um salmão dourado
onde o amor sempre dança, porque a ideia de ir até o mar de metrô era a
oração que nos fazia ficar acordados até de manhã, porque há um osso se
estilhaçando constantemente dentro das paredes mestras e nós já sabíamos
isso, porque a paixão não é de todo a coisa mais importante mas é sim o
canudinho através do qual dá para ver que o mundo é muito feito de
construções de papel — celulose que vem da árvore e que depois se
transforma em lista telefônica de onde alguém arranca a página e logo
transforma em veleiros e montanhas. Talvez porque na porta do
restaurante habitual alguém toca clarinete ao sol, porque até as ruínas
podemos amar nesta cidade, porque eu tenho um olho em você e você um
dedo em mim (...)”
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