sexta-feira, junho 18, 2010

Sem intermitência

"Hoje estás aqui, amanhã já não estarás."

José Saramago



(Nem sempre era fácil ler as tuas palavras que se estendiam por quilómetros e quilómetros. Na verdade, cheguei mesmo a ler livros teus que me cansavam, me deixavam de rastos e chegava a jurar que nunca mais lia nada teu. Mas depois havia todos os outros livros, os que li e me deixaram maravilhado com a tua imaginação, com os teus sonhos derramados em páginas sobre a forma de palavras salpicadas de emoções tantas. Agora que recebeste também a tua carta de cor violeta, sinto que aldrabaste a morte e o seu abraço, pois teremos sempre os teus livros para nos lembrarmos de quem foste, tu e os teus defeitos e as tuas qualidades, tu e o ser que foste.)

3 comentários:

Luisinha disse...

Linda homenagem ao nosso Nobel que ficará para sempre na nossa memória pelo que foi, pelo que representou e pelo que representa para o nosso país. Porque a alma vive para sempre...

A.na disse...

No fundo, mais do que um António Lobo Antunes, tens uma veia tão... tão... Saramagueísta :)

Cavaco Silva esteve tão mal, don't you think so?

Nuno Guronsan disse...

Olha, o que é queres que te diga? Se calhar vou dizer uma heresia, mas gosto de escritos de ambos. Não gosto de tudo, mas gosto de algumas coisas de ambos. Mais a mais simplesmente porque representam algo que eu gostaria de identificar como alma portuguesa, longe dos mesquinhos e comesinhos tugas que por aqui andam. Haja escritores como Saramago ou Lobo Antunes e continuo a achar que há esperança para este país. Chama-me um romântico, vá lá... :)))

Cavaco esteve igual a si próprio. E acho que o Saramago se estaria a borrifar para a presença ou não dele.

Ah, e eu também gosto de memória. Umas vezes descritiva, outras nem por isso, mas sempre a memória guardada. :)