terça-feira, fevereiro 17, 2009

Ishikawa


Hoje tinha planeado chegar aqui e escrever um chorrilho de asneiras e insultos, sobre pessoas parvas que não percebem nada de nada, sobre analogias idiotas e desprovidas de sentido, sobre algo que me vai ocupar muito tempo em frente ao computador nos próximos tempos e que, a bem da verdade, e no seu núcleo, é perfeitamente irrelevante. Até já tinha alinhado uma série de tópicos do genéro a+b para mostrar como o dia de hoje foi para lá de perdido. Mas não o vou fazer.

Porque agora estou na dúvida se o problema não estará em mim. Será que não acabei por me tornar aquilo que eu próprio detestava no início, um mero velho do restelo? Será que os meus pares têm afinal razão, ou estavam também eles, como eu, a guardarem o seu rancor e desprezo cá para dentro? Será? Será que tenho de fazer um acto de contrição e fazer o que é esperado de mim e achar que é indubitavelmente a melhor ideia que podia acontecer a este negócio?

Já não sei o que será verdade, se o primeiro se o segundo parágrafo. De qualquer das formas, e pelo sim pelo não, vou colocar a máscara da indiferença, esquecer o dia de hoje e pensar que de facto há cabeças mais inteligentes que a minha. E bem lá atrás, fica quase a certeza que um dia gostava mesmo, mesmo de mentir com todos os dentes que tenho.

Dia de merda, basicamente.

3 comentários:

Patrícia disse...

Ui... um abraço (virtual... sorry...) reconfortante e o meu email à disposição se te apetecer explodir, sim?

Espero que a nuvem negra vá embora de vez.

Beijocas

Nuno Guronsan disse...

Não há dramas que durem. E por isso está tudo bem, e ainda há-de estar melhor amanhã, sensivelmente por volta das 3 e meia, 4 horas da tarde.

É necessário respirar ar límpido.

Obrigado pelo abraço.
Beijos.

A disse...

Para variar, caríssimo, para variar.
Até as mentes brilhantes têm o seu quê de raiva contida prestes a explodir a qualquer momento mais animalesco :)


Sabes que acho sinceramente que são fases. Fases de vida que se tropeça a si mesma, que encrava quando menos esperamos, temos pouca paciência, somos pouco tolerantes e temos muitas dores de incompreensão. Sobretudo, são momentos como esse/este que inspiram a compaixão/compreensão alheia e amiga. Seja a minha, seja a de quem tem uma palavra de consolo para te dar, apenas no intuito de dizer que não estás só.

Desabafos de dias de merda são legítimos, e acima de tudo, mais que permitidos (e amparados) a almas como a tua que sempre carregam o mundo nos ombros. Pedras de Sísifo. Deixa-as cair monte abaixo.


Tomorrow is another day sempre foi uma das minhas citações preferidas, muito mais que o raio do carpe diem que mais soa a idiotice no final de um dia desses.

Muito mais real.