terça-feira, janeiro 27, 2009

Caras da mesma moeda

"Rejecting any denial of the Holocaust as a historical event, either in full or in part, the General Assembly adopted by consensus a resolution (A/RES/60/7) condemning "without reserve" all manifestations of religious intolerance, incitement, harassment or violence against persons or communities based on ethnic origin or religious belief, whenever they occur. It decided that the United Nations would designate 27 January -– the anniversary of the liberation of the Auschwitz death camp -- as an annual International Day of Commemoration to honour the victims of the Holocaust, and urged Member States to develop educational programmes to instil the memory of the tragedy in future generations to prevent genocide from occurring again, and requested the United Nations Secretary-General to establish an outreach programme on the "Holocaust and the United Nations", as well as measures to mobilize civil society for Holocaust remembrance and education, in order to help prevent future acts of genocide. The Holocaust was a turning point in history, which prompted the world to say "never again"". The significance of resolution A/RES/60/7 is that it calls for a remembrance of past crimes with an eye towards preventing them in the future."
(daqui)


Mas acontece que mesmo depois de um facto tão determinante na história mundial como foi o Holocausto, que fica hoje mais uma vez marcado, nem assim deixamos de assistir ao genocídio de seres humanos, o seu sangue manchando as mãos dos seus carrascos, também eles seres humanos. E por vezes a distância de uma geração parece não fazer qualquer tipo de diferença, nem mesmo quando os papéis quase parecem inverter-se. E é por estas razões que as vítimas serão sempre e apenas os inocentes de ambos os lados do conflito, aqueles que tombam à mercê das balas, aqueles que não pediram para fazerem parte da guerra, aqueles que apenas aspiram a uma fugaz felicidade, com uma réstia de liberdade.

E é por isso que assistir a Valsa com Bashir, que tive o previlégio de ver ontem, é obrigatório, mais não seja para nos deixar a pensar sobre quanto valem os nossos princípios, quanto vale virar as costas à morte, e acima de tudo pensar que provavelmente aquilo que está na génese de qualquer massacre de inocentes acaba por ser muito semelhante, seja qual fôr o povo chacinado. Que palavras como etnia, religião, território, fanatismo valem rigorosamente zero quando confrontadas com o cadáver ensanguentado de uma criança.

E mesmo que nos instantes finais do filme sejamos confrontados com as imagens reais do massacre, todos os cenários, personagens e situações reais recriadas em animação que ficaram para trás, já foram mais que suficientes para nos deixar com o sentimento desconfortável que apenas uma guerra nos pode dar. E acima de tudo, deixa-nos a pensar na crueldade da passagem do tempo.

2 comentários:

Suki disse...

Tens razão, este filme é mesmo muito bom!!!
Bjs

Nuno Guronsan disse...

Ainda bem que gostaste!
Beijos grandes.