(daqui)
Mas acontece que mesmo depois de um facto tão determinante na história mundial como foi o Holocausto, que fica hoje mais uma vez marcado, nem assim deixamos de assistir ao genocídio de seres humanos, o seu sangue manchando as mãos dos seus carrascos, também eles seres humanos. E por vezes a distância de uma geração parece não fazer qualquer tipo de diferença, nem mesmo quando os papéis quase parecem inverter-se. E é por estas razões que as vítimas serão sempre e apenas os inocentes de ambos os lados do conflito, aqueles que tombam à mercê das balas, aqueles que não pediram para fazerem parte da guerra, aqueles que apenas aspiram a uma fugaz felicidade, com uma réstia de liberdade.
E é por isso que assistir a Valsa com Bashir, que tive o previlégio de ver ontem, é obrigatório, mais não seja para nos deixar a pensar sobre quanto valem os nossos princípios, quanto vale virar as costas à morte, e acima de tudo pensar que provavelmente aquilo que está na génese de qualquer massacre de inocentes acaba por ser muito semelhante, seja qual fôr o povo chacinado. Que palavras como etnia, religião, território, fanatismo valem rigorosamente zero quando confrontadas com o cadáver ensanguentado de uma criança.
E mesmo que nos instantes finais do filme sejamos confrontados com as imagens reais do massacre, todos os cenários, personagens e situações reais recriadas em animação que ficaram para trás, já foram mais que suficientes para nos deixar com o sentimento desconfortável que apenas uma guerra nos pode dar. E acima de tudo, deixa-nos a pensar na crueldade da passagem do tempo.
2 comentários:
Tens razão, este filme é mesmo muito bom!!!
Bjs
Ainda bem que gostaste!
Beijos grandes.
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