segunda-feira, julho 30, 2007

Ervinhas...


Dona de casa desesperada... por fazer bons negócios de erva. Lojas de ervas "medicinais" que vendem chupa-chupas impregnados de marijuana. Um miudo obcecado em matar um leão da montanha à solta pela cidade. Mães que misturam laxantes com os chocolates da filha obesa e a vingança da filha que decide "prender" os intestinos da mãe querida. Um tio completamente louco por sexo on-line e com um sentido de humor muito pouco católico. Os subúrbios da upper-class americana no seu melhor politicamente incorrecto. E os diálogos... simplesmente geniais...

Celia Hodes: Here's the thing, I really want to fuck around on Dean but the thought of putting one more cock into my mouth is just too depressing.
Nancy Botwin: I'm not sure a vagina would be much of an improvement for you.

Celia Hodes: [holds up a flyer] Here. I'm posting these in the neighborhood. I tell you, I have a good mind to stay in a hotel until they catch that cougar. Though a part of me is hoping it will maul Dean, and I wouldn't want to miss that.
Nancy Botwin: "What to do if you meet a mountain lion. Give the mountain lion some room. Don't make eye contact. Talk to the lion softly." Are you sure this isn't what to do if you *date* a mountain lion?

Andy Botwin: Hey, what do you think is better "Jesus say relax" or "I'm to sexy for my Lord?"

Nancy Botwin: Andy, today it was brought to my attention that the downside to this business is death, so right now I'm not thinking about "the bakery" I'm thinking about enrolling in dental hygiene school so my children aren't orphans.
Andy Botwin: If anything happens to you, I will raise Silas and Shane as my own.
Nancy Botwin: Ok, now I pledge never to die.

A RTP2 encontra mais uma pérola... (clicar na imagem, para ver melhor o "jardim" :)

Twilight Zone

"Conservapedia is a wiki-based encyclopedia project with the stated purpose of creating an encyclopedia written from a socially and economically conservative viewpoint supportive of Conservative Christianity and Young Earth creationism.[1][2][3] Andrew Schlafly, the site's creator and son of noted conservative Phyllis Schlafly, stated he founded the project because he felt Wikipedia had a liberal, anti-Christian, and anti-American bias."

(in Wikipedia)




"Homosexuality is sometimes also defined in terms of an attraction, preference, or orientation. The term "orientation" is particularly favored by those who are promoting public acceptance of homosexuality.[49]For example, nueroscientist and homosexual Simon Levay stated: "...people who think that gays and lesbians are born that way are also more likely to support gay rights."[50]

Opposition to homosexuality has been branded as irrational and hateful with the use of terms like "homophobia". However, this term itself can also be a form of intimidation against opposition. Rather than attack their arguments they use a personal attack, labeling the opposer simply afraid."

(in Conservapedia)

"Abortion is the induced termination of a pregnancy.[1] The father of medicine, Hippocrates, expressly prohibited abortion in his ethical Oath long before Christianity. Today abortion is a billion-dollar industry[2][3] in the United States and Western Europe except for Ireland, Malta and Poland, where it is generally illegal."

(in Conservapedia)


"Modern liberalism in the US is typically associated with the left of the political spectrum. The word "Liberal" can mean different things at different times, but is often used as synonym for "Democrat". In the postwar period, "Liberals" advocated equal rights between races and sexes, and also for sexual freedom. At the same time they supported government intervention in the economy and welfare state policies, as well as peaceful coexistence with the communist block, which are not liberal policies in the sense of classical liberalism. After the end of the cold war, with the demise of socialism and communism, many Liberals embraced some ideas from economic neo-liberalism, and coined it the "Third Way". In the area of national security and foreign policy Liberals in the US failed to define a consistent stance, even after the events of 9/11 and the beginning of the war in Iraq. Liberals still support socially liberal positions when it comes to affirmative action, gay marriage, and abortion."

(in Conservapedia)


Há coisas idiotas, não há?


sexta-feira, julho 27, 2007

Papoilas em Julho

Pequenas papoilas, pequenas chamas infernais,
sois inofensivas?

Estremeceis. Não posso tocar-vos.
Ponho as minhas mãos por entre as chamas. Mas nada queima.

E fico exausta quando vos vejo
estremecer assim, pregueadas e rubras como a pele da boca.

Uma boca há pouco ensanguentada.
Pequenas orlas de sangue!

Há nela um fumo que não consigo tocar.
Onde está o vosso ópio, as vossas cápsulas nauseabundas?

Se eu pudesse esvair-me em sangue ou dormir!...
Se a minha boca conseguisse desposar uma tal ferida!

Ou os vossos licores me penetrassem, nesta cápsula de vidro,
trazendo-me a acalmia e o silêncio.

Mas sem cor. Sem nenhuma cor.

Sylvia Plath



terça-feira, julho 24, 2007

É oficial

Precisamente às 17:00 do dia 24 de Julho do ano de 2007, confirma-se o início das hostilidades natalícias deste vosso escriba cinzento. Por outras palavras, para mim o Natal já começou. E ainda diziam que o mesmo acontecia quando um homem queria... (suspiro profundo)...

segunda-feira, julho 23, 2007

sábado, julho 21, 2007

Randomize...

Start.
Triângulos de amor bizarros (dos originais, nada de cópias aqui do lado) nunca foram muito o meu forte. Comigo é mais triângulos de amizades cúmplices, com os ângulos a susterem-se uns aos outros, para que ninguém caia desamparado.
Fwd.
Regras e regulamentos não me parecem ser o caminho para o que quer que seja. Especialmente no que toca àquelas coisas que os passáros e as abelhinhas também fazem. Acho que o senhor está mesmo numa de ironia, ou não fosse ele o salvador de quem ainda tem de ouvir os Linkin Park.
Fwd.
Outro cromo, no bom sentido da coisa. Mas este é um cromo nosso. E nunca me parece ter ouvido uma melhor descrição do típico viriato que habita este lado da ibéria. When a portuguese speaks, two or three speak also, e não é que é mesmo assim?
Fwd.
Fastasmas de Dylan, logo à primeira audição. Mas isso rapidamente se esquece, por entre os dedilhados de guitarra mágicos que nos acompanham na viagem. Tenho que confessar que, hoje, cada vez que ouço esta música só me consigo lembrar de um jardim de inverno, com a neve a cair sobre as flores, e nós a cairmos com ela. Faço-me entender?
Fwd.
Se ser conveniente é isto, então dêem-me a conveniência todos os dias, debaixo de um sol intenso, só com a música do mar e sem percepções erradas sobre o que ela ao meu lado me diz. Gostavámos que ambos estivéssemos a ler o mesmo texto, sem enganos e sem saltar parágrafos.
Fwd.
Não procures os problemas, não te metas nisso, olha que a vida tem muito mais sentido. Simples. E ainda dizem que nem bom vento nem bom casamento. E fico a pensar nas dunas do deserto e na solidão que trazem com elas. Estranho.
Fwd.
Ainda me lembro da minha formação de primeiros-socorros. A única banda sonora que me lembro foi a providenciada pelo alarme dos bombeiros. Nada que se compare a guitarras como esta ou com estes balanços do coração, ainda a tempo de ser trazido de volta à vida. E como é que se chamava mesmo aquela manobra de ressuscitação?
Fwd.
O amor, tal como a música, pode cair num campo de sobre-exposição? Demasiado amor ou demasiada exposição a uma só música pode deixar-nos perdidos? Não sei. Apenas gostava de ser lembrado como alguém que deixou uma mensagem atrás de si, sem fazer juízos de valor sobre o que está certo ou o que está errado. Nem sempre o consigo, tenho de ouvir mais música lenta, falsas canções de amor.
Fwd.
Também eu não sei por onde começar. Gostava de pensar que mesmo no meio da mais completa sensação de poder sobre tudo o que nos rodeia, ainda haja quem se consiga rebelar, e fazer com que essa gente imunda, que tem o rei na barriga, ponha o rabinho entre as pernas, volte a pôr os pés na terra e ainda vá a tempo de mostrar alguma réstia de humanidade. Entre eles e especialmente entre os que oprimem. Ou será que o gajo apenas está a gozar?
Fwd.
Lembro-me do Nigel Mansell. Um inglês simpático de bigode que quase sempre vivia na sombra de Lauda, Prost, Piquet ou Senna. Até que um dia conseguiu ser campeão. Não me lembro se foi nesse ano que tiveram de alargar o assento porque o senhor tinha ganho uns quilinhos a mais. Mas porque é que temos de fazer planos para ele? E porque é que isso tem de vir da Bélgica? E não eram uns tipos ingleses que cantavam isto? E não me lembro nada destes cheirinhos a trópicos. Bom, não interessa. É o ideal para me embalar. Nas ondas.
Stop.
Rewind?
noutra altura...
(olha, só mais uma pró caminho. ok. pode ser, meu caro jp)

sexta-feira, julho 20, 2007

Flores sonoras


E mais não digo, pois os melhores segredos são aqueles que são partilhados entre almas que se compreendem sem muitas palavras... Obrigado, o meu verão acabou de começar...

segunda-feira, julho 16, 2007

Estórias...

«A voz quente da locutora de rádio fazia-se escutar em fundo: "O mais importante não é o valor do que dás às pessoas, mas o valor que aquilo que dás tem para elas. Vale a pena pensar nisso". Normalmente Nuno achava estes pensamentos idiotas e mudava rápidamente de estação de rádio. Desta vez não o fez e pensou nisso.»

Por aqui há estórias com muita alma, imaginação e uma dose de realidade que nos passa despercebida, quase escondida nas sombras humanas que caminham ao nosso lado, pelas ruas da nossa vida. E, falando por mim, enquanto interveniente numa delas, sinto-me um privilegiado por alguém muito especial se ter lembrado de mim e me ter feito parte de uma das suas estórias. Muito obrigado e espero continuar a visitar-te e descobrir muitas mais estórias sem fim mas com muita essência...


domingo, julho 15, 2007

Encontros e reencontros

Paramos ou avançamos? Paramos no tempo ou avançamos em direcção a um futuro que nos aguarda sabe-se lá onde? Definitivamente, sempre em frente é o caminho que precisamos, que sabemos que nos irá encontrar onde quer que estejamos. Até lá podemos sempre comemorar as nossas vidas e os anos em que estivémos afastados uns dos outros. Fazer juras sinceras de que a partir de agora será diferente, tentaremos que seja diferente. Afinal de contas, ficou provado e mais que provado que fazemos todos parte uns dos outros. Daqueles que vemos quase todas as semanas, daqueles que vamos vendo com o passar dos meses, dos que inadvertidamente deixamos passar anos até que nos cruzemos de novo, mesmo daqueles com quem sentimos afinidades ao primeiro contacto que afinal parece ser um de muitos mesmo não nos conhecendo, gritando todos ao mesmo tempo, putamadre!!! E depois fico sempre fascinado, quase emocionado com este enorme mundo que temos dentro de nós, que os outros não conseguem vislumbrar, mas que aqui, à volta desta mesa, seja numa noite de copos, num momento tão solene, no meio da pista de dança, ou enquanto a noite desce sobre nós, conseguimos ver os nossos universos desarmado tão claros e límpidos como se fossem os nossos próprios.
Não pode ser sempre assim? Pois não, as nossas vidas não o permitem, mesmo conjugando todos os nossos esforços. Mas há momentos que valem por uma vida inteira, mesmo que esta ideia esteja banalizada por muitos. E no meio de uma sacralidade que até nem sequer nos une, digo eu, encontramos a nossa própria fé, a verdadeira, a que move não montanhas mas corações a baterem em uníssono, ao som do mesmo sopro que nos emociona como se fosse tocado só para nós. E até o é, sob a capa de uma única pessoa, a que de facto sente mais aquele amor do que nós, os que ficam à volta, sentados nas nuvens e a desejarem voar tão alto como eles os dois. E eles merecem-se, tal como nós os merecemos. E as horas vão passando, lentas como o calor que nos envolve. E gostávamos que fossem ainda mais lentas, que nos deixassem ficar por aqui mais uns tempos, longe de todas as coisas que fazem parte de nós por mera obrigação. E continuar aqui, cruzando conversas, iluminando olhares, provocando os (sor)risos que nos insuflam a alma, enfim, enfrentando as luzes que disparamos uns aos outros. Mas o tempo urge. Ainda nos são autorizadas mais umas braçadas no oceano de nuvens que fica bem lá no alto, onde quase conseguimos tocar, se estivermos dispostos a isso. A caminhada foi longa, os anos deixaram as suas marcas, sinto-o, mas em essência aquelas pequeninas coisas que nos aproximaram, que ultrapassaram em muito o mero espectro de um coffee-break e fizeram com que as raízes fossem lançadas ao seio da terra, todas elas reapareceram. E apenas faltou que mais pessoas viessem, que a chamada incluísse um rol maior. Mas afinal não, só faz falta quem cá está. E nós fazemos falta uns aos outros. E ainda nem bem nos afastámos e já os telemóveis vão servindo para encurtar o caminho oposto que agora fazemos, uns para norte, outros para sul. E não esquecendo aquelas duas pessoas especiais, as que nos permitiram tudo isto em pouco menos de quarenta e oito horas. Aquelas pessoas que apenas poderiam ser elas mesmas, assim como são. E que a vida apenas faz sentido com elas assim, lado a lado, e connosco ao lado, para o que der e vier. E sempre, sempre com o pé na estrada, preparados para irmos onde o vento nos leve. Desde que com esta coisa que se entranha na nossa pele e nos faz escrever coisas que pouco sentido fazem e que nos deixam o coração a bater mais depressa e que nos iluminam o ser por dentro e que nos deixam a pairar um sorriso já de muitas saudades. E assim ficamos. E assim somos. E ainda bem.

quinta-feira, julho 12, 2007

A queda

Olhou para trás. Viu o mundo como nunca tinha visto, todo de uma só vez. Como nos filmes. Enquanto sentia o seu corpo a cair no abismo, via ao mesmo tempo o momento em que tinha pela primeira vez aberto os seus olhos e visto os olhos cheios de ternura daquele ser que lhe tinha dado a vida. O primeiro dia de escola, rodeada de crianças que nunca tinha visto, todas num mesmo espaço que prometia brincadeiras e ensino. O primeiro beijo, às escondidas, com os lábios encostados por um microsegundo nos lábios de um rapaz que nunca mais encontraria na sua vida. Sentiu um arrepio, o vento tornava-se cada vez mais intenso. Piscou os olhos e ali, à sua frente, via o grupo de amigos, sempre eterno, atravessando a pé a ponte de Brooklyn, esquivando-se aos loucos ciclistas que pedalavam não se sabia bem para onde. Os abraços, os sorrisos, os beijos, as lágrimas, as saudades, conseguia ver todas aquelas emoções nas caras deles. E lá atrás, surgindo do meio deles, estava ele. O seu verdadeiro amor. O seu único amor. Aquele por quem podia perder tudo e, ao mesmo tempo, ter apenas aquilo que importava ao seu coração. E recordou todas aquelas noites quentes nos braços dele. A ternura com que ele percorria toda a imensidão do seu corpo com os seus lábios quentes. E enquanto se começava a aproximar do seu destino, viu-se a ela mesma, a sair da igreja, com o seu marido, que não era o seu verdadeiro amor. Gostava dele, gostou muito dele, mas não era ele que ela queria. Sentiu um aperto no peito. Sabia que ela não tinha sido justa com ele, como mais tarde ele não seria justa com ela. Era tarde, muito tarde, já não havia nada a fazer. Apenas ver, com os olhos crivados de lágrimas, a face do seu filho segundos depois de ela o trazer ao mundo. A sua dádiva. O seu sangue. A sua alma espelhada naqueles pequeninos olhos claros que a olhavam com a mesma curiosidade que ela tinha quando nasceu. Aqueles pequeninos olhos que a tinham deixado, sózinha, abandonada num mundo que não tinha qualquer sentido. Nenhuma réstia de lógica ou entendimento. O vento secou rapidamente as suas lágrimas. Demasiado rapidamente. Ela apercebia-se que queria chorar, apenas chorar, se fosse preciso para todo o sempre. E de repente silêncio. O vazio. O vácuo. Apenas uma luz ofuscante. Imensa. Impossível. E depois a escuridão. O filme tinha chegado ao fim. Não haveria sequelas. O ecrãn estava negro e assim estava ela. No escuro. Ponto final.

Hora de festejar (ou não)


Viva esta magnífica época do Politicamente Correcto! Viva a total depuração de tudo o que possa afectar a mente inflacionadamente sensível das nossas criancinhas! Viva a hegemonia feita tábua rasa por aqueles que se consideram os verdadeiros senhores feudais do século XXI! E viva....

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.... o facto de estarmos a discutir um desenho dentro de um desenho. Ao menos podia haver fotografias, as crianças sempre ficavam com algo mais interessante para ler... Definitivamente, não há pachorra...

(Clicar na imagem; in 20minutos.es)

terça-feira, julho 10, 2007

Zombie

O tempo demora mais a passar quando sofremos ostensivamente de privação de sono. O que vale é que se pode andar o dia inteiro de óculos escuros que o dia continua luminoso. Mesmo sem sono.

sábado, julho 07, 2007

Dieta (rock) fm

Insert.
Play.
Rewind.
Ouve outra vez.
Por vezes apetece fazer fast forward mas a fita está tão utilizada que já não adianta. E as bobinas recusam-se terminantemente a fazer essa tarefa. Ouço tudo, sem vergonha.
E no fim de tudo fica um sorriso, mais um para a colecção de coisas que de vez em quando me abandono a fazer. Nem que seja por teimosia ou porque apenas passaram vinte anos. O certo é que também foi uma parte de mim, em determinado ponto no tempo. E descobrir tudo novamente, no presente, acaba por ser quase um pecado reprovável, mas é mesmo assim, apetece pecar uma e outra vez, até me esquecer outra vez destas fitas perdidas...

segunda-feira, julho 02, 2007

Perturbador

Primeiro é o choque. O choque de vermos que alguém filmou durante muito tempo a ponte com o objectivo de captar aquilo que pretende. E o facto é que acontece muitas vezes e somos mesmo confrontados com as imagens de várias pessoas que passam para lá do corrimão e saltam mesmo da Golden Gate, em São Francisco. E quase se pode dizer que esse é o choque mais "superficial". Na minha opinião, os verdadeiros choques, ou socos no estômago, vão acontecendo durante o filme, quando nos é exposto, por familiares e amigos, o caminho que (provavelmente) levou diversas pessoas diferentes entre si a cometerem o suicídio na ponte. Donde vieram estas pessoas, como foi o seu percurso de vida, se eram saudáveis ou mentalmente doentes, se foram apoiadas ou não, se simplesmente sentiram que já não faziam parte deste mundo ou não, quase tudo isto é deixado ao critério do nosso olhar e da nossa mente. E mesmo que, a espaços, se consiga ter momentos de verdadeira celebração da vida, é a angústia e o desespero que predomina ao longo do filme, mesmo numa história de um sobrevivente. Perturbador e intenso, e ainda não consigo tirar da minha cabeça as últimas imagens de Gene.

Oboé

Já tinha sido adiado mais do que o suficiente. Foi preciso vires tocar cá para fora para também eu sair da minha concha. E tenho-te a dizer que fiquei fã. Aliás, já te tinha dito isso. Confesso que sempre que ouço uma orquestra, fico a pensar na imaginação do compositor. De onde nasce toda aquela música, todos aqueles acordes, todos aqueles pequenos silêncios de onde a seguir surgem cavalgadas sonoras. E depois, no meio disso tudo, ouço-te a ti. Aquele som hipnotizador e que me arrepia, capaz de me deixar longe de tudo e todos, pelo menos enquanto continuas o teu desempenho de "encantador de almas". É assim que me surges, vendo-te no meio dos violinos, dos violoncelos, das flautas, das tubas. E agora já posso dizer que tenho o teu autógrafo. Um autógrafo especial, mais que personalizado, de um amigo para outro. Parece que, às vezes, vale mesmo a pena travar conhecimento com amizades "mexicanas". E a Covilhã ali ao lado...