sábado, janeiro 30, 2016

Comida e palavras



E ainda há quem não acredite no poder que a escrita pode ter. Como as palavras podem mudar vidas ou inspirar-nos a mudar de vida para um sítio onde haja um indíce de Felicidade Nacional Bruta. E às vezes basta apenas umas beringelas bem cozinhadas e umas palavras que nos insuflem o espírito...
 




 
"Somewhere I read that the wrong train can lead you to the right station... "
 
 

sexta-feira, janeiro 29, 2016

Jesus Cristo Bebia Cerveja

                        "Este problema resume-se assim: como é
que um homem não perde a sua identidade se perder um
braço? Continua a ser ele. Se deixar de ser do seu clube de
futebol e se deixar de ter por cor preferida o amarelo, con-
tinua a ser ele. Se alguém o caracterizar como uma pessoa
inteligente e ele deixar de o ser, continua a ser ele. Se ficar
paraplégico, continua a ser ele. Desmemoriado, também.
Quando uma pessoa é criança, é ele; quando é velho, tam-
bém é ele. Mesmo que entre essa criança e esse velho haja
mais distância e menos semelhanças do que entre outras
duas crianças ou entre dois velhos."

Afonso Cruz


domingo, janeiro 24, 2016

Da sobrevivência.



"As long as you can still grab a breath, you fight. You breathe. Keep breathing. When there is a storm. And you stand in front of a tree. If you look at its branches, you swear it will fall. But if you watch the trunk, you will see its stability." 

 

E o ano ainda agora começou...

Afinal parece que desta vez não se passaram anos e mais anos.
Voltei a entrar hoje nesta casa.
Vou tomar isto como um bom prenúncio.
Tudo vai correr bem.
Desde que haja amanhecer.





sábado, janeiro 23, 2016

"Não me troquem as velas no bolo, se faz favor."

Anteontem o meu patriarca fez sessenta e sete Primaveras. Sessenta e sete. Aniversário de uma das pessoas que me fez chegar a este mundo. Aniversário da pessoa que aturou a primeira e única das minhas birras infantis (porque não deixou que houvesse mais alguma). Aniversário da pessoa que, mesmo depois de um longo dia de trabalho, ainda me ia buscar à casa da minha "segunda" mãe e regressava a casa comigo às cavalitas. Aniversário da pessoa que me ofereceu o meu primeiro livro, na forma de um saudoso Tio Patinhas (e que bonita estória é quando, tantos anos depois, ele próprio se vira para as minhas estantes e vai lendo os vários livros que preencheram a minha vida até hoje). Aniversário da pessoa que me ensinou a dar as primeiras braçadas no mar, muitas vezes contra a minha própria vontade (nada tinha na cabeça infantil). Aniversário da pessoa que (quase) sempre apoiou todas as minhas decisões, fossem elas na escola, no trabalho, em tudo o que me deixasse mais próximo daquilo que queria nos vários momentos da minha vida. Aniversário da pessoa que me ensinou o que significava honestidade, sentido de responsabilidade e profissionalismo, não por palavras, mas sempre por acções a que eu assistia e que tanto me orgulhavam deste ser humano a quem chamo Pai. Aniversário da pessoa com quem já tive tantas discussões por coisas que realmente não valiam nem a mínima variação do volume das nossas vozes (dizem aqueles que nos conhecem, que é por sermos tão parecidos em tantas coisas, não me perguntem se isto é verdade ou não). Aniversário da pessoa sem a qual não seria certamente tudo aquilo que sou hoje. E só por isto, é tão bom presenteá-lo, com prendas sim, mas também com o meu abraço, com os meus brindes, com as pequenas piadas que partilhamos e que se tornaram nossas e de mais ninguém. Que assim seja para sempre.

Parabéns, meu pai.



sábado, janeiro 16, 2016

MMP

Hoje, na rádio, alguém dizia que a música portuguesa era reconhecida, a nível internacional, como da mais original que era feita actualmente.
Subscrevo completamente.
Bem hajam.


No Ar

 

sexta-feira, janeiro 15, 2016

Campanha

Descer a rua, sem pressas, sem chuva. Constatar que nos últimos quinze dias não houve lojas a fecharem, o que é um bom sinal. Cumprimentar um nativo aqui, cumprimentar um nativo acolá. Constatar que, mesmo depois de uma semana e meia de chuva, nuvens escuras e frio, a boa disposição desta gente continua a não ter igual. Virar a esquina e sentar-me no local do costume. Abrir a leitura, beber um líquido que aqueça as entranhas, ouvir a excelente banda sonora do costume, com os sorrisos femininos que aquecem um coração solitário. Ouvir, sem querer, conversas alheias que se podiam passar em qualquer ponto deste país. Ver o Sol a cair por trás da Serra da Penha, como tantas outras vezes antes do dia de hoje. Voltar à rua e descê-la mais um pouco. Beber um café além, apenas para meter cinco minutos de conversa com aquele senhor simpático que, ainda por cima, tem um gosto musical impecável. O sítio está diferente, com muita pena minha, mais parecido com um normal café, muito menos parecido com aquele paraíso passado, de doces pecaminosos, tisanas reconfortantes e outras bebidas mais adultas. Enfim, é o preço do presente, extraordinaria e infelizmente formatado e sem espaço para os originais. Um até outro dia, um passou-bem, e de volta ao exterior. Não poder deixar de entrar na livraria e ficar mais uma e outra vez maravilhado com as estantes, com o cheiro dos livros, com toda a profusão de palavras espalhadas por milhões e milhões de páginas. Hoje há inventário, não há tempo para conversas, é pena. Eu também estou meio distraído, nada compro, o que não é necessariamente mau, tendo em conta a mesa de cabeceira lá de casa. Deixo-os a contar livros e mais livros, sei bem o que isso custa. Estou quase no fundo da rua, a desembocar no largo das lojas do chinês, uma ao lado da outra e ao lado de mais uma. Até me admira que ainda não haja resmas de fatos de carnaval à venda, e outras coisas que tais. Ao menos já retiraram as decorações de natal, stock guardado no armazém que isto agora é um tirinho até estarmos em novembro novamente. Os velhotes devem rir-se imenso a ver estas movimentações consumistas, sentados lado a lado nos seus bancos cobertos de um plátano que não tem fim, ainda que com canadianas. Mas há uma movimentação anormal hoje. Mais pessoas do que é costume. Mais câmaras de televisão do que é costume. Há por ali um candidato presidencial. Ou melhor, o candidato presidencial. Parece que já passou por todo o lado da cidade, já cumprimentou meio mundo, já beijou não sei quantos bebés, já abraçou todos os residentes da santa casa da misericórdia, já deixou mais uns soundbytes para todos os telejornais de logo à noite. Vem na minha direcção, parece que quer cumprimentar mais alguém antes de se ir embora e nunca mais cá voltar. Estende a mão. Dou-lhe um soco em cheio na face esquerda, deixando-o por terra perante o olhar atónito de todos os seus apoiantes. Afinal, o dia de folga acabou por correr muito melhor do que eu estava à espera.


segunda-feira, janeiro 11, 2016

Uma estrela que nos deixa





E o verdadeiro Starman lá nos deixou, orfãos da sua genialidade e imaginação musical, e rumou sem destino pelo meio das estrelas, sem medo de as deixar pálidas e sem luz ao verem a sua figura esguia e deslumbrante a aproximar-se... E é "apenas" isto que me vem à cabeça, um pequeno raio de esperança perante o facto de ver partir mais um dos meus heróis musicais. Nada é eterno nesta breve vida, mas há aqueles que mereciam acompanhar-nos a vida inteira, estando sempre lá para o que desse e viesse. Ficam as músicas, os acordes inesquecíveis, as letras tão geniais como obscuras, mas que tinham o condão de "mexer" connosco e atingir-nos directamente no coração. Que tenhas uma longa vida entre as estrelas, meu caro!






sexta-feira, janeiro 08, 2016

Inception Day



Por outras palavras, o futuro foi já ali.
Ou, como diria outro brilhante personagem de ficção, estamos a ficar demasiado velhos para esta m...


quarta-feira, janeiro 06, 2016

Novo ano

E continua-se em frente.
Mais 365 dias que ficam para trás e que se tornaram passado.
Olhemos para o presente, esqueçamos a chuva e frio e procuremos o quentinho das boas amizades que nos aquecem o coração e a alma.
E, já agora, comecemos o ano a ouvir e a ler sobre um dos momentos mais belos da música.