dorme. Entre as oito da manhã e as oito da noite há três mil
cantos contemporâneos dentro das fronteiras da cidade. Um
canto por cada cem habitantes. A densidade melódica de Lis-
boa, uma das mais elevadas do hemisfério norte, é responsá-
vel por algumas das particularidades dos seus habitantes. Há
muita gente impreparada para tanta melodia, gente vulnerável
às emoções com que esbarra a cada instante. Não há protec-
ções eficazes contra emoções cantadas e há quem fuja, quem
enlouqueça e quem escreva poemas. Em Lisboa, entre as oito
da manhã e as oito da noite, as cabeças enchem-se de eco e cada
um faz o que sabe fazer."
Nuno Camarneiro
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