onde vi e ouvi um David Fonseca com uma voz e um sentido de espectáculo verdadeiramente impressionantes, com um corpo de canções que já fazem realmente parte de um período de dez anos da minha vida, com gente a rodos a cantarem a plenas pulmões as músicas tão bem tocadas por uma banda excelente,
seja no Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre ontem à noite,
onde os Virgem Suta, versão a dois multi-instrumentistas, puseram o público a trautear, a cantar, a gritar, a aplaudir e finalmente a juntarem-se-lhes no palco, dizia eu a cantarem canções que tanto devem ao fado, como ao folclore, ao cantar alentejano, ao tango, a tantas e tantas coisas que irremediavelmente nos põem a bater o pé ao compasso, canções polvilhadas de letras irónicas, engraçadas, corrosivas, carregadas de um sentimento de portugalidade maravilhoso,
seja em que sítio fôr, em que língua fôr, a música portuguesa está de boa saúde e teima em contrariar mesmo os tempos mais negros que vivemos. E, falo por mim, sem música desta qualidade seriam ainda mais negros. Um grande bem hajam a todos os David Fonseca e Virgens Sutas deste país e que nunca baixem os braços.
E no próximo sábado há mais. Há mais um reencontro com um grande senhor da nossa música portuguesa e já sei que vou cantar baixinho quase todo o concerto. Até já, sr. Palma!
2 comentários:
pois, por causa desses e de outros senhores há coisas que não nos saem da cabeça, não é?
e venha o sol e mais uma ginja do sítio do costume para afastar os dias negros.
E acredita que os dois concertos se centraram exactamente à volta disso mesmo: afastar os dias negros e devolver um pouco de alegria aos nossos dias...
Haja gente assim!
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