quarta-feira, outubro 26, 2011

Húmus

"Atrás da insignificância andam os céus, os mundos, os
vagalhões doirados. Anda o desespero. Anda o instinto fe-
roz. Atrás disto andam as enxurradas de sóis e de pedras,
e os mortos mais vivos do que quando estavam vivos.
Atrás do tabique e das palavras anda a Vida e a Morte e ou-
tras figuras tremendas. Atrás das palavras com que te ilu-
des, de que te sustentas, das palavras mágicas, sinto uma
coisa descabelada e frenética, o espanto, a mixórdia, a dor,
as forças monstruosas e cegas.

(...)

Só a insignificância nos permite viver. Sem ela já o doi-
do que em nós prega, tinha tomado conta do mundo. A in-
significância comprime uma força desabalada.

Raul Brandão


6 comentários:

PenaBranca disse...

ai é?

Nuno Guronsan disse...

É.

calamity disse...

é sim senhor.

Claudia disse...

Por sorte, minha sorte...caí aqui. E voltarei :).

Nuno Guronsan disse...

Volta sempre, Claudia. Tem um excelente domingo.

Claudia disse...

Obrigada Nuno, você também.