"A tua morte é sempre nova em mim.
Não amadurece. Não tem fim.
Se ergo os olhos dum livro, de repente
tu morreste.
Acordo, e tu morreste.
Sempre, cada dia, cada instante,
a tua morte é nova em mim,
sempre impossível.
E assim, até à noite final
irás morrendo a cada instante
da vida que ficou fingindo vida.
Redescubro a tua morte como outros
redescobrem o amor,
porque em cada lugar, cada momento,
tu estás vivo.
Viverei até à hora derradeira a tua morte.
Aos goles, lentos goles. Como se fosse
cada vez um veneno novo.
Não é tanto a saudade que dói, mas o remorso.
O remorso de todo o perdido em nossa vida,
coisas de antes e depois, coisas de nunca,
palavras mudas para sempre, um gesto
que sem remédio jamais teve destino,
o olhar que procura e nunca tem resposta.
o único presente verdadeiro é teres partido."
Adolfo Casais Monteiro
(obrigado. por estares desse lado.)
2 comentários:
s.e.m.p.r.e.
silenciosa, por vezes, mas sempre como o vento norte.
e perante a morte o melhor é o silêncio e um abraço apertado.
espera-te.
espero-te.
E que mais posso eu dizer?
Obrigado.
Fico à espera.
Beijos. Grandes.
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