por Sofia Barrocas, Notícias Magazine de 3 de Julho de 2011
Sou filho único. Durante grande parte dos meus primeiros anos de vida lembro-me de perguntar à minha mãe quando é que iria ter um mano ou uma mana. Acho que cheguei mesmo a pensar que tal prenda estava guardada para um qualquer Natal mais especial ou algo do género. Os meus pais sorriam com este meu pedido e deixavam sempre no ar a ideia que sim, um dia podia acontecer. Era um puto, ainda estava longe de compreender o porquê de acabar por ser o único. Hoje já percebo e claro que não sinto ressentimentos por continuar a ser um filho único. Nunca os teria, na realidade, pois sei perfeitamente o quão difícil foi o meu nascimento, logo apenas posso considerar a minha mãe como a pessoa mais corajosa que até hoje conheci. Mas mesmo que não soubesse isso, apenas me sinto único no sentido "sangue do mesmo sangue" da coisa. Porque, ao longo da minha vida, sempre tive irmãos e irmãs. Fossem eles primos e primas, amigos de longa data, amigos de curta data, houve sempre pessoas com quem partilhar as minhas alegrias, as minhas tristezas, os meus receios, os meus desejos, toda a minha vida houve sempre alguém do meu lado para sentir esta ligação que a Sofia Barrocas escreveu. E se nos dias de hoje há irmãos e irmãs que estão mais perto do meu coração e outros que estão um pouco mais longe, o certo é que, aos meus olhos, continuam todos a serem as pessoas, para além dos meus pais, que me apoiaram e me agarraram nos bons e maus momentos. E isso é algo que viaja comigo sempre, vá eu para onde for, faça eu o que fizer desta vida. E sei perfeitamente que não preciso de listar os seus nomes, pois eles também sabem que independentemente das encruzilhadas do tempo, serei sempre irmão deles e delas.
6 comentários:
♥
levei a citação da sofia barrocas para oferecer ao meu irmão :)
Fizeste tu muito bem, minha querida.
Beijos.
Muito fixe mesmo, adorei!!! Vou partilhar! Bjs
Á vontade, minha querida.
Beijocas.
Sabes uma coisa Nuno?
Tudo o que ela escreve é verdade, mas já agora digo-te que infelizmente tenho experimentado mais o dark side do que o bright side dessa ligação medonha do que é ter um irmão. No meu caso, uma irmã.
Nos piores momentos da minha vida, a minha irmã só conseguiu piorar ainda mais a situação. Desde há dez anos para cá - toda a nossa vida adulta - só me tem feito mal, esta ligação. As pessoas perguntam "como podem ser duas irmãs, pessoas tão diferentes? As duas pessoas que mais perguntaram isso nos últimos anos foram, infelizmente, os meus pais.
Há 3 dias tivémos a derradeira e qto a mim, final discussão. Suportei e aguentei mais do que pude suportar e aguentar.
Um dia conto-te. À beira rio ou à beira mar. Ou a olhar o mar aqui de cima de onde estou.
Podes não acreditar, mas foste nalgumas ocasiões da minha vida, mais do que muitos supostos amigos que tenho e com certeza, muito mais do que a minha irmã foi para mim, e vimo-nos apenas uma vez na vida.
Contudo, considero-me uma pessoa de sorte. Tenho bons amigos, e dentro desses poucos amigos que considero como irmãos, tenho duas amigas muito especiais que são como minhas irmãs.
Beijinhos.
Hoje tocaste-me a sério :)
Minha querida A.na, a devolver-te o comentário com o devido atraso temporal. Tu também me tocas. Especialmente quando deixas as tuas bonitas e até atormentadas palavras espalhadas por este Espaço moribundo. Agradeço-te do fundo do coração, e deixo-te um beijo grande, do tamanho da nossa amizade, que tal?
:)
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