terça-feira, julho 31, 2012
... chaos will ensue.
Eu e tu não nos entendemos. Tu e eu não conseguimos perceber o que cada um de nós quer desta vida. Poderia apenas ser um problema de linguagem, afinal somos de países diferentes, mas nem isso serve como desculpa. Até porque simplesmente deixámos de falar. Já nem sequer conseguimos ouvir-nos a explicar isto e aquilo e o que está errado e o que está ainda mais errado. Discussão após discussão conseguimos espremer todo o amor que tínhamos até quase nada restar. Continuamos juntos mas apenas estamos a partilhar o mesmo espaço físico, o espaço emocional implodiu. E aqui estamos, sentados a poucos centímetros um do outro, calados, e nas nossas cabeças a milhares de quilómetros um do outro. Um de nós devia dizer algo, devia pedir desculpa, devia pedir que o outro se desculpasse. Mas nenhum se move, nenhum abre a boca, permanecemos mudos e deixamos que a angústia nos consuma. No dia seguinte, alguém vai estar a fazer as malas, a arrumar as suas coisas e algumas das que vieram para esta casa pelas mãos dos dois. Vai ser o símbolo final, o símbolo de que o nosso amor não foi suficientemente forte. Imagino que ambos estejamos a pensar numa das nossas canções preferidas e que, realmente, todo o amor do mundo não foi suficiente e apenas podemos pensar que o amor, o nosso amor, não serviu realmente para nada. A tristeza é palpável mas nem isso nos leva a dizermos algumas palavras, alguma espécie de elegia a um amor que se prepara para ser enterrado definitivamente. Ficamos quietos, cada um no seu canto, calados, sem forças para fazer ou dizer o que seja. Até ao momento em que tu te levantas e sais porta fora e eu apenas consigo sussurar pela última vez o teu nome. Júlia...
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3 comentários:
Gostei de te voltar a ler. :)
"que, realmente, todo o amor do mundo não foi suficiente e apenas podemos pensar que o amor, o nosso amor, não serviu realmente para nada."
Beijos,
Catarina.
... abre uma janela e deixa a porta entreaberta, às vezes uma corrente de ar refresca um amor ou simplesmente abana os cabelos e as ideias ...
bjs
Catarina, eu é que gosto que me continues a ler. Especialmente tendo em conta que os últimos tempos têm sido um pouco pobres em termos de escrita. Beijos grandes!
J., obrigado pelas palavras. O meu eu ficcionado semi-real agradece os teus conselhos amigos ;) Beijos grandes!
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