sas. Vejo estranhas coisas. Vou chegando à conclusão
de que o mundo, lá fora, não é muito diferente de um
circo. Há palhaços ricos e palhaços pobres. Domadores
de feras, estalando chicotes contra tigres vegetarianos,
que rugem em playback para assustar a turba, e são tão
medrosos que até uma barata os assusta. Há os equili-
bristas e os contorcionistas. Os que vivem no muro e os
que nunca tiveram coluna vertebral. Há os que fazem sur-
gir coelhos de dentro de cartolas, e os que desaparecem
com os coelhos e as cartolas, e todo o dinheiro dos justos.
O circo é o mundo condensado. Como o leite con-
densado, compreende?, meio artificial, mas muito mais
doce. A gente aprende a rir. Aprende a rir para combater
a dor."
José Eduardo Agualusa
2 comentários:
E quanta dor há... :)
Por isso mesmo temos mesmo que fazer um grande esforço para continuar a rir. Dia após dia...
Beijos.
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