Woody Allen
sexta-feira, junho 26, 2009
The Scrolls
"Whosoever shall not fall by the sword or by famine, shall fall by pestilence so why bother shaving?"
terça-feira, junho 23, 2009
domingo, junho 21, 2009
Capa dura
Numa altura em que já não recebo tantas cartas como antigamente, as novas tecnologias às vezes são uma seca, o melhor que se consegue arranjar é um e-mail gerado automaticamente do mais impessoal possível mas que afinal nos traz notícias de um amigo há muito perdido. Um amigo que me passou pelas mãos vindo directamente da varanda mais quente de portugal, e não estou só a falar do calor que traz gotículas e mais gotículas de suor, e que depois de páginas e mais páginas, acabou num pequenino cantinho de um pavilhão que teimou em resistir na terra dos ex-pavilhões aos pacotes e que desde o longínquo setembro de 2004 nunca mais tinha dado notícias, como tantas vezes tem acontecido a irmãos e irmãs desalinhados que tenho largado nas estradas por onde já passei. Tudo isto para descobrir que, em tempos de crise de embuste, o rapaz acabou por se tornar num vendido, passando uma imagem de 2ª mão, quando até já passou por mais. Mesmo assim, obrigado pelas notícias e olha, podes sempre recauchutá-lo com mais uma de mão, acho que ele ainda se aguenta á bronca...
sexta-feira, junho 19, 2009
Selections from the Allen Notebooks
"Thought: Why does man kill? He kills for food. And not only food: Frequently there must be a beverage."
Woody Allen
quarta-feira, junho 10, 2009
Palavras acertadas
"A sociedade e o estado são ainda excessivamente centralizados. As desigualdades sociais persistem para além do aceitável. A injustiça é perene. A falta de justiça também. O favor ainda vence vezes demais o mérito."
(in Público)
Pedido
"as tuas palavras são o melhor que me podem dar."
E eu apenas peço o teu sorriso. Peço-te que não chores para não me obrigares a ir limpar as minhas lágrimas para o quarto ao lado. Sorri, esquece as maleitas, e vive o que tens a viver.
E eu apenas peço o teu sorriso. Peço-te que não chores para não me obrigares a ir limpar as minhas lágrimas para o quarto ao lado. Sorri, esquece as maleitas, e vive o que tens a viver.
No andar de cima
Começou a ouvir as primeiras notas a ecoarem no silêncio do prédio. A vizinha de cima acabava de começar o seu "concerto" de final de tarde. Encostado no sofá, depois de mais um dia de trabalho, com a janela meio aberta, a deixar entrar alguma corrente de ar e aquela luz magnífica que só os fins de tarde de verão podem ter, no silêncio do seu apartamento, vai ouvindo as bonitas notas de um jazz de uma beleza em câmara lenta que a sua vizinha de cima toca de cada vez que os seus dedos encontram as teclas brancas e negras do seu piano. Naqueles dias quentes, acaba por ser a única coisa que o faz descontrair e arrefecer o espiríto. Imagina que ela toca apenas para ele, que as notas atravessam as paredes da casa com o único intuito de chegar aos seus ouvidos, a todos os recantos da sua mente, dando-lhe paz e sossego. Gosta mais das suas notas de verão. Mas também sente o coração reconfortado nas tardes chuvosas de inverno, quando a vizinha de cima toca peças clássicas, frias e minimais, das quais ele desconhece o nome do compositor. Nunca foi um conhecedor de música erudita e até quase que podia dizer que a mesma não o entusiasmava por aí além. Mas a combinação da contenção daquele piano, com as gotas de chuva a acariciarem o vidro da janela, e com o crepitar das pequenas labarelas na sua lareira, proporcionavam-lhe algo que não conseguia explicar. Talvez já morasse sozinho há demasiado tempo. Talvez os antigos pequenos momentos de solidão que apreciava se estivessem a tornar num vazio cada vez menos suportável. Talvez fosse apenas a sua cabeça a pregar-lhe partidas. Ou, naquele preciso momento, talvez o calor que vinha lá de fora fosse de tal forma abafado que a sua mente tivesse fugido para aquele antro de pensamentos esvoaçantes, ao som de um piano que não pedia permissão para se insinuar por toda a casa. Era engraçado que, de cada vez que tentava imaginar a vizinha de cima a tocar, apenas conseguia formar uma imagem mental das suas mãos a percorrerem o teclado, como se de uma peça de porcelana se tratasse. Não era porque não a conhecesse. Tinham-se cruzado umas quantas vezes, nas escadas, à entrada do prédio, em frente às caixas do correio. Algumas palavras de circunstância, bom dia, boa tarde, o tempo, as plantas da entrada, o carteiro que se enganava na correspondência, pouco mais. Nada sobre os concertos de piano. Tinha receio que ao mencionar algo sobre isso a deixasse desconfortável e o piano ficasse quedo e silencioso. Por isso, ele conhecia a sua vizinha de cima, sabia como eram as linhas e curvas do seu rosto, as formas do seu corpo, até o som da voz dela. Mas, naquele momento, sentado, no silêncio entrecortado pelo fluir das cordas do piano, a única imagem dela que lhe surgia era a dos seus dedos, movendo-se sem esforço, sentindo as teclas como se fossem extensões das falanges, as notas a sua voz. E se para apreciar a beleza sublime daquelas horas, daqueles verões, daqueles fins de tarde, se o preço a pagar fosse a solidão daquele apartamento que lhe servia de casa, pois então que fosse. Não se importava. Ouvir a sua vizinha de cima a tocar o piano era o amor que lhe chegava para incendiar o seu coração.
sábado, junho 06, 2009
Na sala de cinema - IV
Foi sempre isto que me maravilhou numa sala de cinema. O ambiente quase mágico das imagens e do silêncio mesclado de respeito pelos intérpretes, capaz de nos arrancar a mais sentida das lágrimas e o mais sinceros dos sorrisos. Lembro-me que, com a idade destes moços, também sorri e fiquei de boca aberta quando vi o ET, penso que no São Jorge. Foi o primeiro e aquele que me acabou por viciar no ritual do cinema. Já agora, obrigado Spielberg.
quarta-feira, junho 03, 2009
Na sala de cinema - III
É o caso crónico dos multiplexes e cinemas com milhentas salas. Olhamos para o "cardápio" e nada nos agrada, cheira tudo a pratos requentados e revistos vezes sem conta em qualquer ecrãn de televisão a um domingo à tarde. Foi como hoje. Não fui ao futebol mas fui passear à beira-rio. Excelente remédio quando não há nada que nos puxe para a escuridão de uma matiné.
My Philosophy
"The universe is merely a fleeting idea in God's mind - a pretty uncomfortable thought, particularly if you've just made a down payment on a house."
Woody Allen
segunda-feira, junho 01, 2009
Na sala de cinema - II
Já não me lembro da última vez que chorei na escuridão de uma sala de cinema. Talvez porque a ficção, por mais angustiante que seja, não passa disso mesmo e a realidade é sempre bem mais dura e capaz de arrancar lágrimas dos mais empedernidos corações.
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