Se tiverem dificuldade em ler todo o conteúdo do cartaz, cliquem na imagem. Vale a pena ler este prodígio de publicidade hoteleira made in Islândia...
domingo, julho 27, 2008
sexta-feira, julho 25, 2008
Ondas Sonoras - XXXIV
Que é que se pode escrever sobre um concerto quando a imagem que vai ficar na memória são os sorrisos, das pessoas que estão a ouvir a música e das pessoas que, no palco, nos dão o prazer de ouvir a sua música? A recordação de uma quente noite de Julho em que fomos visitados pelos reis da conveniência ("só precisamos de duas guitarras") será quase como um postal de uma viagem em que navegámos por outros países, mais tropicais que o nosso, onde o ritmo abrandou até chegar ao estritamente necessário, onde o som de duas guitarras, um baixo e um violino são mais que suficientes para encher o nosso silêncio. Ouviram-se muitos obrigados vindos do palco e elogios a uma audiência de quem gostaram. E nós também gostámos muito de vocês, meus caros amigos noruegueses. Da descrição quase envergonhada do Eirik até ao timing comediante do Erlend e do seu mouth-trumpet. Nem uma guitarra que não aguentou a pedalada serviu de travão a um concerto simpático, bonito e verdadeiramente genuíno. Se ao menos o Verão fosse todo assim... Ficamos a aguardar nova visita, meus caros reis de confidências sussurradas.
quarta-feira, julho 23, 2008
Desvendar segredos...
Hoje não houve a melhor sangria do mundo, mas houve um cozido à portuguesa de comer e chorar por mais, seguido de muita caminhada e alguns quilómetros de estrada, como forma de pontapé virtual no rabo. Tudo para acabarmos a receber os raios do melhor sol do mundo...
domingo, julho 20, 2008
Na terra de gelo - dia 2
Partimos bem cedo de Reykjavík em direcção à Bláa Lónið, ou seja a Blue Lagoon, um dos locais islandeses que mais atrai os turistas. Trata-se de um lago de água geotérmica cuja temperatura deverá rondar os quarenta graus, nas partes mais quentinhas. O caminho até lá parece saído de um filme de ficção científica, onde apenas vemos devastação criada pelos caminhos de lava, que formam estranhas figuras ao longo da estrada. E de repente começamos a ver fumo ao longe, a elevar-se de uma mancha meio azul meio branca que é o lago propriamente dito. Uma vez já de calções e fatos de banho, apercebemo-nos realmente do frio de rachar que se faz sentir, mas uma vez dentro de água estamos quentinhos como se estivéssemos numa sopa gigante.
E até temos direito a serviço de bar e a uma máscara de lama que supostamente nos faz bem. Pelo menos o resultado visual é comicamente recomendado. De volta aos balneários descubro que o meu cacifo não gosta de mim e se recusa a devolver-me as roupas. Se calhar é por falarmos línguas diferentes.
De volta à estrada. Estrada de terra batida. Quilómetro e quilómetros e durante muito tempo sem ver um único ser humano ou outro veículo na estrada. Apenas temos a companhia de ovelhas e cavalos.
O resultado menos agradável é que o carro fica incrivelmente sujo, de tal forma que é impossível ver o que seja pelo vidro traseiro. Depois de muito andarmos à procura de um sítio para almoçar acabamos, em desespero de causa, por parar num sítio perdido no meio do nada e mesmo fora de qualquer roteiro turístico imaginável. Estamos pois em Strandarkirkja. Somos atendidos por uma senhora muito simpática que quase não fala inglês e nos informa que apenas serve sopas, sandes e crepes. Pedimos então sopas. E a senhora mostra-nos um saco plástico de onde tira uma série de pacotes de sopas instântaneas e nos pergunta qual preferimos. E as sandes são de pão-de-forma. E os crepes estão enroladinhos e sabem apenas a canela. E nem por isso o almoço fica mais barato. Surreal. O silêncio à nossa volta parece tão intenso que nos deixa sem palavras. De volta à estrada.
E chegamos a mais um local propício para muitas fotos. O Geysir, o pai (pelo menos em termos de nome) de todos os outros geysers. Já apenas esguicha poucas vezes por dia, mas continua a borbulhar imenso. E o cheiro a enxofre continua fortíssimo. Ao lado temos Strokkur, que com intervalos de poucos minutos e enormes magotes de gente à sua volta suspensa no tempo, irrompe com força para enorme prazer de todas as máquinas fotográficas nas redondezas. Subimos a uma pequena montanha para vermos do alto todos aqueles pequenos e grandes geysers. Cansados, gritamos a plenos pulmões do cimo. Sinto-me vivo.
Logo ao lado temos a bonita e enorme cascata de Gullfoss. A maior de sempre aos meus olhos. E conseguimos estar mesmo ao pé da queda de toda aquela água, de modo que acabamos por sair bastante molhados, mas bastante refrescados e deslumbrados com aquela força maravilhos ao nosso lado. Muitos sorrisos. E, movimento contínuo, muitos sms's e mms's enviados para os que ficaram em terras lusas, metade a fazer inveja e metade a lembrar que gostávamos que estivessem connosco.
O dia termina numa terra apropriadamente chamada de Hella (podem retirar o "a" no final do nome). Por momentos lembro-me do meu querido subúrbio lusitanos, mas com menos pessoas, menos casas, e muito mais remoto e monótono. No meio do nada e com nada para fazer. Num quarto do tamanho de uma casa-de-banho e com dois beliches. A jantar hamburguéres com o único objectivo de não jantar salsichas na bomba de gasolina. Atendidos novamente por uma senhora muito simpática mas que sem dúvida daria cabo de mim num combate de qualquer coisa. Mas, em pleno restaurante, começamos a ouvir o Eric Idle a cantar Always look on the bright side of life e é altura de assobiar e pensarmos que somos uns sortudos...
sexta-feira, julho 18, 2008
A Festa
"Uma reunião de pessoas com graus diferentes de intimidade entre si, tensões latentes e substâncias alcoólicas ou outras circulando em abundância são ingredientes ideais para uma noite animada - se não para os convivas, certamente para quem está na plateia. As máscaras caem, a violência explode, há uma espécie de catarse e a luz da manhã traz um olhar diferente sobre a vida. Mas este espectáculo é um iceberg em que a parte submersa quer continuar a sê-lo e só muito raramente espreita - as personagens hão-de desagregar-se e vão dizer-se verdades e meias verdades, só que as pistas correm o risco de passar despercebidas na confusão das vozes. Quem são estas pessoas, o que comemoram? As respostas serão tardias e fragmentárias."
Que é como quem diz, VÃO-SE TODOS FODER!
Mas só porque somos amigos, ouviram?
Até dia 27 no Teatro Maria Matos.
Que é como quem diz, VÃO-SE TODOS FODER!
Mas só porque somos amigos, ouviram?
Até dia 27 no Teatro Maria Matos.
sexta-feira, julho 11, 2008
Islandices...
(Dedicado a uma islandesa com demasiada carne sob pouquíssima tanga. :)
quinta-feira, julho 10, 2008
Presente polar
"Ich möchte ein Eisbär sein im kalten Polar
Dann müßte ich nicht mehr schrei'n
Alles wär' so klar
Eisbär
Kaltes Eis"
Dann müßte ich nicht mehr schrei'n
Alles wär' so klar
Eisbär
Kaltes Eis"
(Desenhado e bem pela Patricia, minha parceira de Canções, certamente a prever que a banda sonora islandesa iria ser desenhada com ursos polares e casacos quentes...)
quarta-feira, julho 09, 2008
The Fish Can Sing
"A wise man once said that next to losing its mother, there is nothing more healthy for a child than to lose its father."
Halldór Laxness
sexta-feira, julho 04, 2008
Na terra de gelo - dia 1
Chegada ao aeroporto de Keflavík. Às cinco horas da tarde locais (menos uma hora que em Portugal). Não há vivalma. Quase tudo fechado. O guichet de câmbios, o café, quase tudo fechado. E nem sinal do nosso carro alugado. Telefonema rápido para a agência de aluguer, o nosso voo atrasou-se, não esperaram por nós mas já estão a caminho. Levam-nos numa coisa aparentada de SUV até à agência para tratar da papelada. Algures lá atrás há um compatriota nosso responsável pela lavagem dos carros, acabamos por não nos cruzar. Quarenta e tal quilómetros até Reykjavík, a capital, e nesses quilómetros de asfalto a paisagem muda tantas vezes que me pergunto se ainda estamos no mesmo país.
Descobrimos a guesthouse onde vamos ficar e onde conhecemos o Jón, simpático islandês que me faz lembrar o Prof. Pardal das histórias da Disney. Demoramos o tempo de largar as malas e de nos habituarmos a tirar os sapatos à entrada, o que no meu caso é um flashback dos tempos de Coreia. Andamos pelo centro da cidade. Muitas lojas de souvenirs, restaurantes, bares e esplanadas. E está muito menos frio do que esperávamos. Vemos a Hallgrímskirkja, a principal igreja de Reykjavík e ponto mais alto da cidade. Muitos andaimes, as fotos ficam horríveis. Damos mais umas voltas pela cidade até chegarmos à Ráðhús, a câmara municipal.
Apercebemo-nos que já demos a volta ao centro da cidade, em pouco menos de duas horas. E também nos apercebemos que em breve os restaurantes vão fechar. Depois do choque de ver os preços dos pratos, lá acabamos por ficar num sítio muito design-challenged, onde se ouvem sons demasiado equatoriais, que me recordam algumas festas demasiado alcoolizadas na minha antiga faculdade.
Mais umas voltas a pé e acabamos por ficar numa esplanada na praça central, a apreciar a cevada local de seu nome Viking. As horas vão passando e a meia-noite chega. E o sol continua no céu, a brilhar, a troçar de nós que ansiávamos pela noite. É hora de voltar à guesthouse (não há cortinados ou persianas dignas desse nome) e tentar dormir alguma coisa. Amanhã começa a nossa volta à ilha.
Descobrimos a guesthouse onde vamos ficar e onde conhecemos o Jón, simpático islandês que me faz lembrar o Prof. Pardal das histórias da Disney. Demoramos o tempo de largar as malas e de nos habituarmos a tirar os sapatos à entrada, o que no meu caso é um flashback dos tempos de Coreia. Andamos pelo centro da cidade. Muitas lojas de souvenirs, restaurantes, bares e esplanadas. E está muito menos frio do que esperávamos. Vemos a Hallgrímskirkja, a principal igreja de Reykjavík e ponto mais alto da cidade. Muitos andaimes, as fotos ficam horríveis. Damos mais umas voltas pela cidade até chegarmos à Ráðhús, a câmara municipal.
Apercebemo-nos que já demos a volta ao centro da cidade, em pouco menos de duas horas. E também nos apercebemos que em breve os restaurantes vão fechar. Depois do choque de ver os preços dos pratos, lá acabamos por ficar num sítio muito design-challenged, onde se ouvem sons demasiado equatoriais, que me recordam algumas festas demasiado alcoolizadas na minha antiga faculdade.
Mais umas voltas a pé e acabamos por ficar numa esplanada na praça central, a apreciar a cevada local de seu nome Viking. As horas vão passando e a meia-noite chega. E o sol continua no céu, a brilhar, a troçar de nós que ansiávamos pela noite. É hora de voltar à guesthouse (não há cortinados ou persianas dignas desse nome) e tentar dormir alguma coisa. Amanhã começa a nossa volta à ilha.
Segredos
Apenas porque me apetece e só li isto hoje. E por alguma razão achei que se aplicava ao dia de hoje, não necessariamente sobre mim ou sobre alguém em especial. Apenas porque sim.
Rant
"To repeat, the way you get to the huge, impossible yes is, you start collecting a lot of easy, small yeses."
Chuck Palahniuk
quarta-feira, julho 02, 2008
Regresso à casa partida
Poucas palavras. As suficientes para dizer que estou de regresso ao rectângulo, depois de uma semana em que penso ter vivido noutro planeta. Haverá muitas coisas para as quais não haverá palavras, mas prometo nos próximos tempos relatar a coisa o melhor que conseguir. E as fotos da terra do gelo servirão sempre como se de mil palavras se tratassem...
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