"Habitamos um mundo de entretenimento, perdidos da poesia que, no entanto, no entanto, resiste - não no poema anunciado: agora silêncio que vamos ler poesia, mas no que não se lê, no verso esquecido, no verso mal lido, no não ouvido, no que se vê: no olhar da miúda da segunda fila, naquele chapéu exageradamente grande daquele homem exageradamente pequeno que acabou de passar, no encontro que não se deu entre aquela rapariga e aquele rapaz, na esquina onde eles não se encontraram, numa flor no lixo - o brilho de um verso libertando uma música qualquer."
Nuno Artur Silva
(in Urgências)
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