domingo, abril 22, 2007

Da boa vida.



Instantâneos de uma vida. Mesmo que sejam apenas momentos frágeis de parte de uma vida. A luz do sol invade todos os poros, servindo de agente de limpeza de um organismo por vezes preguiçoso. A areia, as árvores, as encostas áridas, o mar, o fogo, a noite, o dia, tudo pequeníssimos pormaiores que dão significado àquilo que nos une, que nos faz percorrer caminhos uma vezes similares, outras tão distantes que parecemos andar a pregar no deserto. Quais profetas de uma fé não-arregimentada, nem sequer proclamada ou espalhada, antes partilhada como um pequeno tesouro que se escapa entre os dedos das nossas mãos, se não estivermos atentos. Tal como os fios invisíveis que se entrelaçam e criam nós de afecto. Também nos esquecemos deles, se não estivermos atentos. Porque apesar de apetecível, o deserto tem memória curta. E nem sempre há oásis ao virar da esquina, com sumos de laranja, ananoskas, quintas do carmo, ou líquidos esquisitos das terras do norte. Mas por isso mesmo é que a memória tem o dever de agarrar todos estes instantâneos. Instantâneos da alma percorrida.

Obrigado, T., por seres assim e ajudares estes pés a andarem por terras apetecíveis.



2 comentários:

Patrícia disse...

Tão lindo!!! Adorei o texto, mas adorei ainda o facto dessas emoções serem reais. Momentos de plenitude. Só por eles, a vida vale a pena. :)

Beijoca num sorriso provocado pelo teu post :)

Nuno Guronsan disse...

Sorrisos são sempre bem-vindos.
Beijos para dentro do fogo ;)