Ontem vi-me ao espelho. O espelho das emoções, não o da vaidade. Sete anos depois, vi a minha própria expressão ali, numa pessoa que me diz tanto. Foram continentes diferentes, países igualmente distantes, culturas complexas e com poucos vestígios da nossa. Mas não há dúvidas nenhumas, agora temos mais uma coisa que nos une e que vai eliminar alguma ferrugem que pudesse haver nos nossos elos. As histórias em catadupa, o brilho nos olhos, a saudade de um passado recente, o sentimento de estranho no próprio país, as amizades multinacionais, a urgência de contar tudo, de ter ouvidos atentos a todos os pormenores. E o coração apertado, por rever todas as emoções que foram também as minhas, há tanto tempo atrás. E gostei de te ver, de vos ver, e a imagem reflectida no espelho deixou-me um bocadinho melancólico, mas com uma sensação boa cá dentro. E depois lembrei-me do kit de sobrevivência que, como vês, ainda anda por perto. O bacardi já foi bebido há muito, os fósforos utilizados também, os palitos acho que ficaram lá, a milhares de quilómetros, e o devil condom... Bom... Enfim... Mas a peça mais importante do kit continua por aqui, depois de ter estado numa parede branca de um cubículo em Kangnam. Sê bem-vinda, V.
sábado, maio 19, 2007
Polaroides - IV
Ontem vi-me ao espelho. O espelho das emoções, não o da vaidade. Sete anos depois, vi a minha própria expressão ali, numa pessoa que me diz tanto. Foram continentes diferentes, países igualmente distantes, culturas complexas e com poucos vestígios da nossa. Mas não há dúvidas nenhumas, agora temos mais uma coisa que nos une e que vai eliminar alguma ferrugem que pudesse haver nos nossos elos. As histórias em catadupa, o brilho nos olhos, a saudade de um passado recente, o sentimento de estranho no próprio país, as amizades multinacionais, a urgência de contar tudo, de ter ouvidos atentos a todos os pormenores. E o coração apertado, por rever todas as emoções que foram também as minhas, há tanto tempo atrás. E gostei de te ver, de vos ver, e a imagem reflectida no espelho deixou-me um bocadinho melancólico, mas com uma sensação boa cá dentro. E depois lembrei-me do kit de sobrevivência que, como vês, ainda anda por perto. O bacardi já foi bebido há muito, os fósforos utilizados também, os palitos acho que ficaram lá, a milhares de quilómetros, e o devil condom... Bom... Enfim... Mas a peça mais importante do kit continua por aqui, depois de ter estado numa parede branca de um cubículo em Kangnam. Sê bem-vinda, V.
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6 comentários:
Curioso... andei a fazer a limpeza do ficheiro (ainda falta tanto) e encontrei uma fotografia tão, mas tão antiga.... que já nem me lembrava que tinha.
E estamos lá todos, os mesmos que ainda se reunem, com algum esforço, todos os anos. Os mesmos que seguiram caminhos diferentes, e que continuam ligados pelos fios da tlm é até mesmo os que seguiram caminhos que nunca mais se cruzaram, mas que seguem sempre connosco no fio da memória.
A vida prega-nos sempre partidas engraçadas... e é bom saber que estamos a crescer :)
Beijo grande
(post tão bem escrito que até tenho aquela pontinha de inveja por não ter sido eu a escrevê-lo; andamos tão nostálgicos!)
Fio da memória... sim, é mais ou menos isso, ou um grande novelo de afinidades e histórias muito nossas, que fazem parte intrínseca daquilo que fomos, que somos e que provavelmente seremos...
E guarda lá essa pontinha de inveja, pois tu já escreveste este post, simplesmente não o sabes. Mas digo-to eu, aqui e agora, que já o escreveste...
Beijos.
É tão bom quando temos histórias assim para contar e com quem partilhar...entendo bem esse sentimento. Qu voçês não o percam nunca.
Beijinho e boa semana
Também é o meu desejo, Micas. Especialmente com esta grande amiga que agora regressa, cheia de novas estórias, daquelas que a vida nos proporciona sem o esperarmos...
Beijos.
Post à atrasado... sabes q os horarios nunca foram o meu forte...cresci...mas continuo a chegar atrasada. Espero q não muito tarde para ti.
Conseguiste colocar em palavras aquilo q procurei transmitir...só não consigo ainda escrever sobre aquelas terras quentes...fazem-me sofrer..talvez esteja a ambientar-me, talvez seja ainda cedo.
As nossas malas nunca chegam para tantas recordações, para todos os objectos queridos...ainda bem q o nosso coração tem sempre lugar para um amigo especial. Estiveste lá comigo!
Beijo,
VC
Significa muito ler as tuas palavras.
E para amizades assim, declaradas e sem receios de parecer lamechas, só tenho a dizer que te amo muito e és uma parte dos meus afectos de e para sempre. Por muitas partidas que a vida nos pregue...
Ai, as terras quentes...
Beijos enormes, amiga.
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